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29/11/2004 - 12h30

Meirelles sinaliza que BC não vai comprar dólar para conter queda

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IVONE PORTES
da Folha Online

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse hoje que "não há necessidade de o governo brasileiro e também de os governos de outros países controlarem o processo de ajuste do dólar".

Segundo Meirelles, essa é uma das conclusões de fóruns com presidentes de bancos centrais de diversos países que ele participou. A afirmação mostra ainda que o BC brasileiro não deve ir a mercado comprar a moeda norte-americana para conter sua queda e também para aproveitar para recompor as reservas internacionais brasileiras.

O dólar passou de patamares próximos a R$ 2,90 nas últimas semanas para cerca de R$ 2,74 hoje. A queda acompanha a desvalorização mundial do dólar ante o euro e o iene.

Apesar da afirmação de Meirelles, o banco divulgou na semana passada que o Tesouro Nacional vai comprar US$ 3 bilhões adicionais até junho de 2005 para pagar a dívida externa.

"O que se pode fazer é manter os mercados flexíveis e eficientes para que o processo se dê da maneira menos dramática possível e com maior eficiência", disse Meirelles, durante evento hoje em São Paulo.

Segundo o presidente do BC, "certamente não será o governo americano ou outros governos que vão impedir o ajuste estrutural da economia dos EUA", o que acabaria tendo reflexo no dólar.

"Com a profundidade dos mercados hoje, com os movimentos de câmbio e os ajustes ou desajustes das economias, é muito difícil se controlar a tendência da taxa de câmbio no longo prazo e ainda mais difícil de se prever esse movimento."

Para analistas de mercado, o dólar só voltará a se valorizar ante a outras moedas quando o governo reduzir o déficit em transações correntes --que mede a entrada e saída de divisas de um país-- e o déficit público --que mede a diferença entre a arrecadação e os gastos de um governo.

Na avaliação de Meirelles, não há dúvidas de que existe um movimento estrutural de ajuste no elevado déficit em conta corrente americano. "Isso certamente está provocando um ajuste do dólar em relação às demais moedas."

Segundo ele, no entanto, esse não é o único mecanismo de ajuste que está influenciando o dólar. "Existe uma série de outros aspectos na economia americana que poderão ajudar neste processo de ajuste, como a taxa de poupança doméstica ou mesmo a poupança pública dos EUA."

Divergências

O preço do dólar gera bastante polêmica dentro do governo. Enquanto Meirelles e a equipe econômica têm defendido uma política de não-intervenção, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) expõem abertamente uma visão de que o dólar barato prejudica o país.

Para Lula, "seria melhor" para o exportadores caso o dólar permanecesse entre R$ 2,90 e R$ 3,10. Já Furlan afirmou que o dólar está "barato" e que as empresas endividadas deveriam aproveitar o "bom momento" para comprar a moeda e liquidar dívidas atreladas à moeda americana.

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