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30/11/2004
-
09h35
MARI TORTATO
da Agência Folha, em Foz de Iguaçu
A Polícia Federal quer que o governo federal envie homens das Forças Armadas para reforçar o combate ao contrabando de mercadorias do Paraguai para o Brasil, em Foz do Iguaçu (PR).
"[A presença] das Forças Armadas é um anseio nosso", disse o delegado-chefe da PF em Foz, Geraldo Pereira. Desde que foi deflagrado um aperto na fiscalização na ponte da Amizade, na divisa de Foz com Ciudad del Este, no Paraguai, neste mês, a ponte tem sido bloqueada por comerciantes e mototaxistas paraguaios, e policiais e fiscais brasileiros têm enfrentado protestos de sacoleiros.
Segundo o superintendente da Receita Federal para o Paraná e Santa Catarina, Luiz Bernardi, US$ 150 milhões (R$ 405 milhões) é o que representa o volume de apreensões de mercadorias contrabandeadas nos dois Estados. O Paraná fica com 70% desse volume. Só em Foz, até outubro, as apreensões somaram US$ 23,19 milhões (R$ 62,6 milhões). O que já foi uma atividade de pequenos compradores de brinquedos e eletrônicos virou um negócio dominado por traficantes e contrabandistas, que movimentam US$ 1,5 bilhão (R$ 4,05 bilhões) ao ano, segundo as autoridades.
"Daqui a pouco, vamos ter uma região como o Rio de Janeiro [onde os traficantes controlam os morros], a continuar tanta liberdade nesse tráfico de drogas", disse o delegado Pereira, ao defender tropas do Exército em Foz até o fim da Operação Cataratas, de combate ao contrabando.
O delegado diz que o mercado sacoleiro, em que os ônibus viajam em comboios de até 400 veículos para fugir da fiscalização, "virou formação de quadrilha".
O deputado federal Luiz Antônio Medeiros (PL-SP), que presidiu a CPI da Pirataria na Câmara, também defendeu a presença das Forças Armadas na região.
As declarações ocorreram durante a apresentação, pela ABCF (Associação Brasileira de Combate à Falsificação, que reúne as grandes empresas brasileiras lesadas), de números do contrabando de cigarros, produto que lidera a lista da pirataria no Brasil.
Segundo a ABCF, a evasão fiscal do Brasil é de R$ 1,4 bilhão ao ano com cigarros falsificados. Fábricas instaladas no Paraguai são as maiores fornecedoras do setor.
Os ministérios da Defesa e da Justiça ainda analisam a possibilidade de enviar tropas para a região. Por se tratar de área de fronteira, onde a ação dos militares já está respaldada pela Constituição, o trâmite seria mais simples.
Colaborou Iuri Dantas, da Sucursal de Brasília
Especial
Leia o que já foi publicado sobre contrabando em Foz de Iguaçu
PF quer Forças Armadas em Foz do Iguaçu para combater contrabando
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da Agência Folha, em Foz de Iguaçu
A Polícia Federal quer que o governo federal envie homens das Forças Armadas para reforçar o combate ao contrabando de mercadorias do Paraguai para o Brasil, em Foz do Iguaçu (PR).
"[A presença] das Forças Armadas é um anseio nosso", disse o delegado-chefe da PF em Foz, Geraldo Pereira. Desde que foi deflagrado um aperto na fiscalização na ponte da Amizade, na divisa de Foz com Ciudad del Este, no Paraguai, neste mês, a ponte tem sido bloqueada por comerciantes e mototaxistas paraguaios, e policiais e fiscais brasileiros têm enfrentado protestos de sacoleiros.
Segundo o superintendente da Receita Federal para o Paraná e Santa Catarina, Luiz Bernardi, US$ 150 milhões (R$ 405 milhões) é o que representa o volume de apreensões de mercadorias contrabandeadas nos dois Estados. O Paraná fica com 70% desse volume. Só em Foz, até outubro, as apreensões somaram US$ 23,19 milhões (R$ 62,6 milhões). O que já foi uma atividade de pequenos compradores de brinquedos e eletrônicos virou um negócio dominado por traficantes e contrabandistas, que movimentam US$ 1,5 bilhão (R$ 4,05 bilhões) ao ano, segundo as autoridades.
"Daqui a pouco, vamos ter uma região como o Rio de Janeiro [onde os traficantes controlam os morros], a continuar tanta liberdade nesse tráfico de drogas", disse o delegado Pereira, ao defender tropas do Exército em Foz até o fim da Operação Cataratas, de combate ao contrabando.
O delegado diz que o mercado sacoleiro, em que os ônibus viajam em comboios de até 400 veículos para fugir da fiscalização, "virou formação de quadrilha".
O deputado federal Luiz Antônio Medeiros (PL-SP), que presidiu a CPI da Pirataria na Câmara, também defendeu a presença das Forças Armadas na região.
As declarações ocorreram durante a apresentação, pela ABCF (Associação Brasileira de Combate à Falsificação, que reúne as grandes empresas brasileiras lesadas), de números do contrabando de cigarros, produto que lidera a lista da pirataria no Brasil.
Segundo a ABCF, a evasão fiscal do Brasil é de R$ 1,4 bilhão ao ano com cigarros falsificados. Fábricas instaladas no Paraguai são as maiores fornecedoras do setor.
Os ministérios da Defesa e da Justiça ainda analisam a possibilidade de enviar tropas para a região. Por se tratar de área de fronteira, onde a ação dos militares já está respaldada pela Constituição, o trâmite seria mais simples.
Colaborou Iuri Dantas, da Sucursal de Brasília
Especial
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