17/12/2004 - 13h02

Produção da Petrobras deve cair neste ano, diz Dutra

JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, admitiu hoje que a produção de petróleo da companhia deve cair 3% neste ano. A meta da estatal era de crescimento de 4%. De acordo com Dutra, essa é a primeira vez em muitos anos que a produção da empresa cai.

Dutra atribui o desempenho mais fraco ao atraso na entrada em operação das plataformas P-43 e P-48, que inicialmente estavam previstas para começar a operar em 2003.

Hoje, a P-43 está em fase de testes e o óleo só deverá ser produzido em janeiro. A P-48 vai começar a operar em janeiro. A P-50, plataforma com início de operações previsto para este ano, só vai começar a operar no segundo semestre de 2005.

A mudança no cronograma foi causada pelo atraso da KBR na construção da plataforma. Apesar do custo envolvido, Dutra afirmou que a Petrobras não pretende brigar na Justiça com a KBR. 'Só ia significar mais atraso e gastos com advogados', disse.

Com isso, a produção vai encerrar 2004 com uma média de 1,5 milhão de barris por dia. Para 2005, a estimativa é de que a média da produção fique em 1,720 milhão de barris por dia, um crescimento de 15%. Apesar das projeções otimistas, Dutra ressalta que o cumprimento da meta dependerá da entrada das plataformas P-43, P-48, P-50 e P-34.

Apesar dos atrasos, Dutra afirma que a perspectiva de cumprimento da meta de auto-suficiência da produção em 2006 está mantida. 'Nossa curva de produção mostra que a auto-suficiência é sustentável ao menos até 2015', disse.

A única ressalva para o cumprimento da meta seria um aumento demasiado do consumo, o que seria sinônimo de crescimento. A Petrobras trabalha com uma projeção de crescimento da economia brasileira de 3,5% ao ano.

A projeção de crescimento do consumo de derivados líquidos até 2010 é de 2,8%. Neste ano, o presidente da estatal aposta num aumento superior a 5% em razão da base de comparação menor. Em 2003, o consumo caiu 3%. Até setembro, o consumo da gasolina cresceu 6% e o do diesel, 8%.

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