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03/01/2005 - 18h51

Falha humana provocou apagão de sábado no Rio e Espírito Santo

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PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

O apagão que atingiu os Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo no primeiro dia do ano foi provocado por uma falha humana. Essa foi a conclusão do Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico, presidido pela ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, que se reuniu nesta segunda-feira em Brasília.

Após reunião de aproximadamente três horas com representantes de Furnas, do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a ministra fez questão de destacar que não há problemas estruturais de suprimento de energia no Rio de Janeiro.

"Não existe porque levar pânico à população", disse Dilma Rousseff, ao informar que o blecaute não foi provocado por falta de energia, como no caso do racionamento de 2001/2002, ou por "pouca robustez do sistema".

O diretor-presidente do ONS, Mario Santos, endossou a avaliação da ministra ao afirmar que o blecaute foi uma ocorrência "absolutamente insólita". Isso porque a falha humana ocorreu, segundo ele, justamente na tentativa de corrigir uma falha técnica ocorrida no sistema de linhas de transmissão operado por Furnas.

"Falha humana no setor elétrico não é pouco usual. Onde há humanos há falha humana", justificou a ministra. Ela explicou que o defeito técnico sozinho não teria provocado o apagão sem a intervenção do operador.

"Se tivesse só a falha técnica, não teria desligado. Insólita é a conjugação da falha técnica com a humana", completou Dilma Rousseff.

Segundo o presidente de Furnas, José Pedro Rodrigues, intervenção humana na operação das linhas ocorreu justamente para tentar religar duas linhas de transmissão que foram desligadas automaticamente por defeito técnico do sistema de proteção.

A ministra considerou "longo" o tempo de 45 minutos para que o sistema fosse restabelecido.

Falha

Das quatro linhas de transmissão responsáveis pelo abastecimento de energia nas áreas atingidas, três estavam em funcionamento antes da pane técnica. Uma das linhas estava desligada por recomendação do ONS porque o consumo de energia estava baixo.

O problema técnico atingiu duas das três linhas em funcionamento, mas a terceira linha continuou em operação, mantendo o fornecimento de energia. O blecaute só ocorreu, segundo explicações do Comitê, porque um funcionário de Furnas deu um comando errado na religação das linhas desligadas automaticamente, provocando então o desligamento da única linha ainda em funcionamento.

A empresa ainda vai avaliar se o erro foi de avaliação do operador ou se uma falha no sistema de comunicação teria induzido o funcionário ao erro.

O ministério informou que o Estado de Minas Gerais não foi atingido, ao contrário do que havia sido informado anteriormente.

Providências

Entre as providências que deverão ser adotadas por Furnas, a ministra citou a necessidade de reparo dos sistemas de controle, ou de proteção, utilizado na operação das linhas.

A empresa também deverá reforçar o sistema de telecomunicações, por onde são transmitidas as informações sobre as condições de operação das linhas.

Já a terceira providência será a entrada em operação da linha de transmissão Ouro Preto-Vitória, que irá reforçar a confiabilidade do abastecimento no Espírito Santo. A previsão é a de que a linha comece a funcionar em março deste ano.

Punições

A Aneel vai investigar as responsabilidades e definir punições por causa do blecaute ocorrido no sábado. Segundo o diretor-geral interino, Eduardo Ellery, uma equipe de técnicos seguirá para o Rio de Janeiro amanhã para reforçar a fiscalização já iniciada pela agência.

Ele informou que no prazo de 15 dias a Aneel deverá concluir o primeiro relatório sobre o problema, mas a conclusão do processo de fiscalização deve levar cerca de 60 dias, uma vez que a empresa ainda terá oportunidades de manifestação sobre o ocorrido.

Ellery disse ainda que possíveis danos em equipamentos provocados pela falta de energia deverão ser comunicados pelos consumidores às distribuidoras responsáveis pelo abastecimento, que deverá providenciar o reparo, se for o caso.

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