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14/01/2005
-
09h25
da Folha de S.Paulo
A recuperação da atividade econômica em 2004 elevou a confiança de pessoas físicas e jurídicas e fez disparar a concessão de crédito para consumo e investimentos, mostram dados preliminares do Banco Central e números do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) divulgados ontem.
Mesmo com a quarta elevação consecutiva da taxa básica de juros (Selic) em dezembro, a demanda por empréstimos não recuou. Pelo contrário, no mês passado as novas concessões de crédito para consumidores subiram 4,25% ante novembro.
No ano todo, mostram dados preliminares do BC, os novos empréstimos para pessoas físicas subiram 10,9% em relação a 2003. E o estoque de crédito em dezembro foi 20% superior ante o mesmo mês do ano retrasado.
Crescimento semelhante mostram dados divulgados ontem pelo BNDES: a liberação total de recursos cresceu 14% ante 2003, principalmente para as áreas de infra-estrutura e de agropecuária.
Os números do BC, que representam 88% das novas concessões de crédito, mostram que R$ 31,2 bilhões foram emprestados para pessoas físicas no mês passado. Os cálculos são de Adriano Pitoli, economista da consultoria Tendências, que dessazonalizou e deflacionou os dados.
O crescimento constante do crédito ocorreu por três fatores: em primeiro lugar, em um cenário mais estável para a economia, o fator risco se reduz dentro do "spread" (diferença entre a taxa de captação e a cobrada na ponta pelos bancos). Isso acaba amortecendo parte do impacto da alta dos juros básicos sobre as taxas cobradas do consumidor. Além disso, ele tem hoje mais confiança em que vai manter seu emprego no futuro e, assim, se sente mais seguro para se endividar.
O terceiro fator é conseqüência do segundo: com a demanda crescente, os bancos estão mais competitivos na hora de oferecer crédito. Alguns exemplos são as parcerias anunciadas da Casas Bahia com o Bradesco, a do HSBC com a Panashop e a do Unibanco com o grupo de varejo Sonae.
"A moral da história é que existem boas razões para o crédito continuar subindo. Mas esse efeito está sendo contrabalanceado pela política monetária mais restritiva do Banco Central", afirma Pitoli, da
Tendências.
De acordo com o economista, a expansão constante do crédito até agora pode ser uma das razões para o BC continuar elevando juros na tentativa de controlar o consumo e, portanto, a inflação.
"Mas, mesmo com os juros crescendo, há força do lado da demanda. As pessoas continuam abrindo negócios, continuam vendendo", afirma Paulo Tenani, estrategista do UBS Wealth Management.
O crédito concedido ao consumidor ao longo de 2004, para Pitoli, foi mais saudável e, por isso, traz menos risco de inadimplência. Isso porque, segundo ele, os prazos oferecidos foram maiores, como mostra o estoque de crédito, que vem crescendo mês a mês.
"As linhas com maior concessão foram de prazos mais longos, como financiamento de automóveis e crédito pessoal", diz.
Apesar dos dados positivos, a Tendências continua acreditando que o aperto monetário vai ter como conseqüência o arrefecimento do crédito nos próximos meses.
A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) divulgou ontem projeções para o crédito em 2005. Segundo a entidade, o crescimento neste ano deve ser de 17,78% ante 2004, ou seja, um aumento real (deflacionado) de 12%.
Juros ao consumidor
As taxas cobradas do consumidor para juros do comércio (6,06% ao mês), cartão de crédito (10,10% mensais) e cheque especial (8,35% ao mês) ficaram inalteradas em dezembro, de acordo com levantamento divulgado ontem pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças).
A taxa de juro média mensal do empréstimo pessoal concedido pelos bancos registrou queda em dezembro, de 6,34% em novembro para 6,21% em dezembro.
A taxa média, que leva em conta todas categorias de crédito avaliadas pela entidade, subiu pelo quarto mês, tanto para consumidores quanto para empresas.
Para consumidores pessoas físicas, a taxa média mensal de juros passou de 7,82% em novembro para 7,87% em dezembro, uma alta de 0,64%.
Para as empresas, a alta foi de 0,22%, passando para 4,49% ao mês em dezembro.
No caso dos juros para a pessoa física, a Anefac identificou uma elevação das taxas praticadas para CDC bancário e para o empréstimo concedido pelas financeiras.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre demanda por crédito
Demanda por crédito resiste à alta dos juros
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A recuperação da atividade econômica em 2004 elevou a confiança de pessoas físicas e jurídicas e fez disparar a concessão de crédito para consumo e investimentos, mostram dados preliminares do Banco Central e números do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) divulgados ontem.
Mesmo com a quarta elevação consecutiva da taxa básica de juros (Selic) em dezembro, a demanda por empréstimos não recuou. Pelo contrário, no mês passado as novas concessões de crédito para consumidores subiram 4,25% ante novembro.
No ano todo, mostram dados preliminares do BC, os novos empréstimos para pessoas físicas subiram 10,9% em relação a 2003. E o estoque de crédito em dezembro foi 20% superior ante o mesmo mês do ano retrasado.
Crescimento semelhante mostram dados divulgados ontem pelo BNDES: a liberação total de recursos cresceu 14% ante 2003, principalmente para as áreas de infra-estrutura e de agropecuária.
Os números do BC, que representam 88% das novas concessões de crédito, mostram que R$ 31,2 bilhões foram emprestados para pessoas físicas no mês passado. Os cálculos são de Adriano Pitoli, economista da consultoria Tendências, que dessazonalizou e deflacionou os dados.
O crescimento constante do crédito ocorreu por três fatores: em primeiro lugar, em um cenário mais estável para a economia, o fator risco se reduz dentro do "spread" (diferença entre a taxa de captação e a cobrada na ponta pelos bancos). Isso acaba amortecendo parte do impacto da alta dos juros básicos sobre as taxas cobradas do consumidor. Além disso, ele tem hoje mais confiança em que vai manter seu emprego no futuro e, assim, se sente mais seguro para se endividar.
O terceiro fator é conseqüência do segundo: com a demanda crescente, os bancos estão mais competitivos na hora de oferecer crédito. Alguns exemplos são as parcerias anunciadas da Casas Bahia com o Bradesco, a do HSBC com a Panashop e a do Unibanco com o grupo de varejo Sonae.
"A moral da história é que existem boas razões para o crédito continuar subindo. Mas esse efeito está sendo contrabalanceado pela política monetária mais restritiva do Banco Central", afirma Pitoli, da
Tendências.
De acordo com o economista, a expansão constante do crédito até agora pode ser uma das razões para o BC continuar elevando juros na tentativa de controlar o consumo e, portanto, a inflação.
"Mas, mesmo com os juros crescendo, há força do lado da demanda. As pessoas continuam abrindo negócios, continuam vendendo", afirma Paulo Tenani, estrategista do UBS Wealth Management.
O crédito concedido ao consumidor ao longo de 2004, para Pitoli, foi mais saudável e, por isso, traz menos risco de inadimplência. Isso porque, segundo ele, os prazos oferecidos foram maiores, como mostra o estoque de crédito, que vem crescendo mês a mês.
"As linhas com maior concessão foram de prazos mais longos, como financiamento de automóveis e crédito pessoal", diz.
Apesar dos dados positivos, a Tendências continua acreditando que o aperto monetário vai ter como conseqüência o arrefecimento do crédito nos próximos meses.
A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) divulgou ontem projeções para o crédito em 2005. Segundo a entidade, o crescimento neste ano deve ser de 17,78% ante 2004, ou seja, um aumento real (deflacionado) de 12%.
Juros ao consumidor
As taxas cobradas do consumidor para juros do comércio (6,06% ao mês), cartão de crédito (10,10% mensais) e cheque especial (8,35% ao mês) ficaram inalteradas em dezembro, de acordo com levantamento divulgado ontem pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças).
A taxa de juro média mensal do empréstimo pessoal concedido pelos bancos registrou queda em dezembro, de 6,34% em novembro para 6,21% em dezembro.
A taxa média, que leva em conta todas categorias de crédito avaliadas pela entidade, subiu pelo quarto mês, tanto para consumidores quanto para empresas.
Para consumidores pessoas físicas, a taxa média mensal de juros passou de 7,82% em novembro para 7,87% em dezembro, uma alta de 0,64%.
Para as empresas, a alta foi de 0,22%, passando para 4,49% ao mês em dezembro.
No caso dos juros para a pessoa física, a Anefac identificou uma elevação das taxas praticadas para CDC bancário e para o empréstimo concedido pelas financeiras.
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