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20/01/2005
-
18h17
ANA PAULA RIBEIRO
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online, em Brasília e SP
O Tesouro Nacional confirmou no final da tarde a venda de 500 milhões de euros [cerca de US$ 650 milhões) em títulos da dívida externa.
A taxa de retorno ao investidor será de 7,55% ao ano e o papel irá vencer em janeiro de 2015, por isso o seu nome é Euro 2015.
O governo irá usar esse dinheiro para realizar o pagamento de parcelas da dívida que vencem ao longo do ano.
A captação ficou abaixo da expectativa do mercado, mas pode ser reaberta dependendo das condições de mercado. Isso ocorreu em setembro, quando o país vendeu 1 bilhão de euros em duas etapas (750 milhões de euros no dia 8 e mais 250 milhões de euros no dia 22).
A operação foi coordenada pelo bancos BNP Paribas e Deutsche Bank.
O governo brasileiro aproveita esse momento para captar porque o risco-país está em um patamar baixo. Só no ano passado caiu 17,5%. Isso significa que o país paga menos juros para vender papéis da dívida. O risco-país está em cerca de 440 pontos, ou seja, 4,4% acima dos títulos do Tesouro Americano, que são considerados de risco zero.
Ao captar recursos em euros, o Brasil diversifica a exposição de sua dívida a outras moedas. Nos últimos meses, o euro vem se valorizando frente ao dólar com a preocupação dos investidores com o déficit americano (buraco nas contas do governo e do comércio exterior).
Embora a moeda norte-americana esteja desvalorizada, existe a expectativa no médio prazo de que o dólar recupere terreno em relação ao euro e, conseqüentemente, também em relação ao real. O Brasil poderia ter prejuízo trazendo a moeda americana desvalorizada para o país e tendo que pagar a dívida em um outro momento, com o dólar mais forte.
O governo não pode usar o dinheiro captado com bônus no exterior para fazer investimentos. Esses recursos são depositados nas reservas em moeda estrangeira do país.
Emissões
O plano do governo, divulgado em setembro passado, era captar US$ 6 bilhões em 2005. Cerca de 40% desse valor já foi obtido, incluindo a operação de hoje e as três últimas de 2004, que somaram US$ 1,728 bilhão.
Esses recursos serão usados para honrar os compromissos da dívida externa que somam US$ 6,117 bilhões neste ano, além de US$ 4,974 bilhões em juros. O governo tem de pagar ainda ao FMI (Fundo Monetário Internacional) US$ 6,117 bilhões.
Quanto mais o governo emite títulos, mais cresce sua dívida externa --que, em outubro do ano passado (dado mais recente), somava cerca de US$ 203 bilhões.
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Tesouro confirma captação de 500 mi de euros com bônus de 10 anos
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SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online, em Brasília e SP
O Tesouro Nacional confirmou no final da tarde a venda de 500 milhões de euros [cerca de US$ 650 milhões) em títulos da dívida externa.
A taxa de retorno ao investidor será de 7,55% ao ano e o papel irá vencer em janeiro de 2015, por isso o seu nome é Euro 2015.
O governo irá usar esse dinheiro para realizar o pagamento de parcelas da dívida que vencem ao longo do ano.
A captação ficou abaixo da expectativa do mercado, mas pode ser reaberta dependendo das condições de mercado. Isso ocorreu em setembro, quando o país vendeu 1 bilhão de euros em duas etapas (750 milhões de euros no dia 8 e mais 250 milhões de euros no dia 22).
A operação foi coordenada pelo bancos BNP Paribas e Deutsche Bank.
O governo brasileiro aproveita esse momento para captar porque o risco-país está em um patamar baixo. Só no ano passado caiu 17,5%. Isso significa que o país paga menos juros para vender papéis da dívida. O risco-país está em cerca de 440 pontos, ou seja, 4,4% acima dos títulos do Tesouro Americano, que são considerados de risco zero.
Ao captar recursos em euros, o Brasil diversifica a exposição de sua dívida a outras moedas. Nos últimos meses, o euro vem se valorizando frente ao dólar com a preocupação dos investidores com o déficit americano (buraco nas contas do governo e do comércio exterior).
Embora a moeda norte-americana esteja desvalorizada, existe a expectativa no médio prazo de que o dólar recupere terreno em relação ao euro e, conseqüentemente, também em relação ao real. O Brasil poderia ter prejuízo trazendo a moeda americana desvalorizada para o país e tendo que pagar a dívida em um outro momento, com o dólar mais forte.
O governo não pode usar o dinheiro captado com bônus no exterior para fazer investimentos. Esses recursos são depositados nas reservas em moeda estrangeira do país.
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O plano do governo, divulgado em setembro passado, era captar US$ 6 bilhões em 2005. Cerca de 40% desse valor já foi obtido, incluindo a operação de hoje e as três últimas de 2004, que somaram US$ 1,728 bilhão.
Esses recursos serão usados para honrar os compromissos da dívida externa que somam US$ 6,117 bilhões neste ano, além de US$ 4,974 bilhões em juros. O governo tem de pagar ainda ao FMI (Fundo Monetário Internacional) US$ 6,117 bilhões.
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