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26/01/2005 - 09h20

ONU diz que desvalorização do dólar não corrigirá desequilíbrios

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LUCIANA COELHO
da Folha de S.Paulo, em Nova York

A possibilidade de uma correção abrupta na economia mundial após um ano de forte crescimento ainda é uma ameaça, afirma a ONU em relatório sobre o tema divulgado ontem em Nova York. Segundo o documento, a atual desvalorização do dólar não será capaz, por si só, de corrigir os desequilíbrios nos mercados globais de forma sustentável.

Num cenário que chama de "menos favorável" do que o de 2004, a ONU prevê que as economias desenvolvidas cresçam em média 2,5% neste ano, enquanto aquelas em transição devem avançar 6%, e as dos países em desenvolvimento, 5,5%. Dentre esses últimos, a região que deve apresentar maior crescimento é o leste da Ásia (6,75%), enquanto entre os países a maior taxa deve ser a chinesa-- 8,75%.

O estudo, intitulado "Situação Econômica Mundial e Perspectivas para 2005", afirma que o crescimento mundial neste ano "será refém do desenvolvimento da situação do dólar e dos desequilíbrios econômicos globais", sobretudo nos EUA, onde o déficit do Orçamento atinge valores históricos. A alta do petróleo também é citada como um entrave significativo, mas o texto ressalta que os mercados globais aprenderam a lidar rapidamente com as idas e vindas do setor.

"Em sua essência, os desequilíbrios globais residem na diferença entre consumo e dívida nos EUA e no crescente superávit de muitos parceiros comerciais americanos. Alterações cambiais por si só --especialmente a manipulação bilateral do câmbio- não vão resolver o problema", diz o texto, um trabalho conjunto entre o departamento de Economia e Assuntos Sociais da ONU, a Conferência da ONU para Comércio e Desenvolvimento (Unctad) e as cinco comissões regionais do organismo internacional.

O relatório também aponta para o desemprego como "uma das fraquezas universais da economia". "A menos que a melhora do crescimento econômico se reflita no aumento dos empregos, será difícil reduzir a pobreza." Dentro desse quadro, a América Latina é citada como exemplo positivo, onde houve ganhos e estes "têm possibilidade de se consolidar, provocando um aumento da demanda doméstica" --o aumento dessa última na região também é ressaltado.


China

A economia que ganhou maior destaque no documento é a China, que tem servido "como catalisador de áreas da economia" nas quais os EUA se mostram mais apáticos. "Cada vez mais, os EUA têm tido seu papel como motor do crescimento da economia mundial complementado pela China", diz o texto.

A avaliação positiva, no entanto, precede um alerta: "O excesso de investimento em alguns setores somado ao baixo custo do crédito continua a causar preocupação com a possibilidade de uma transição tranqüila para um ritmo mais sustentável de crescimento."

Especial
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