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26/01/2005
-
09h30
JULIANNA SOFIA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O desempenho do mercado de trabalho em 2004 ressuscitou no governo os planos de gerar 10 milhões de empregos nos quatro anos de mandato do presidente Luiz Inácio Lula Silva. A meta --uma das principais promessas de campanha do PT-- vinha sendo colocada de lado. O ministro Ricardo Berzoini (Trabalho), pela primeira vez, mostrou-se otimista em alcançar o número. "Eu estou mais animado nesse sentido, de verificar que, o que plantamos em 2003 e 2004, já tem uma colheita boa". A seguir, os principais trechos da entrevista à Folha.
Folha - O que o sr. achou do resultado do IBGE?
Ricardo Berzoini -Nós alcançamos a meta, que era reduzir o desemprego abaixo de 10%. Evidentemente, a nossa preocupação é dar continuidade ao processo. Em 2005, a economia vem bem mais forte que no início de 2004. Já começa em um ritmo em que os atores econômicos têm noção de que há um processo de crescimento. Em 2004, não havia essa percepção. E ao mesmo tempo temos vários investimentos importantes em curso. Acho que temos condições de continuar esse processo. Evidentemente há sempre uma curva sazonal no desemprego.
Folha - Significa que o ano começará com menos empregos?
Berzoini -No começo de 2004, havia um crescimento do emprego formal, mas os índices de desemprego também estavam crescendo, em um movimento aparentemente contraditório. No começo deste ano, também a tendência é a População Economicamente Ativa crescer até maio ou junho. Dependendo de como se comportar o emprego formal, e o informal também, você pode não ter uma percepção, na pesquisa do IBGE e do Dieese, de que está caindo o desemprego.
Folha - O que aponta para isso?
Berzoini -Nós temos os programas governamentais de investimento já em maior velocidade, porque muitos foram aprovados no ano passado. O FGTS em 2005 terá R$ 11 bilhões [para saneamento, habitação e infra-estrutura de transporte], que vamos trabalhar para liberar o mais rápido possível. O BNDES está anunciando um orçamento de R$ 60 bilhões, pode até não conseguir alocar tudo, mas é expressivo.
Folha - O que é possível dizer sobre a promessa do governo de gerar 10 milhões de empregos após dois anos do mandato?
Berzoini -Dá para dizer que o desempenho do governo é muito positivo. O saldo do Caged de dois anos é de 2,2 milhões de empregos formais. Seguindo a tese majoritária na academia de que o emprego formal se reproduz na base de 1,2 para 1, daria para trabalhar com a perspectiva que os 2 milhões de empregos formais poderão estar produzindo na faixa de 4,4 milhões. Isso considerando que 2003 foi um ano terrível, de ajuste; 2004 é que foi o ano do crescimento. Portanto, não é nada incompatível com o número que virou, no censo comum, meta. Nunca foi colocado como meta porque a geração de emprego não depende só de vontade política.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o ministro Ricardo Berzoini
Investimento criará mais empregos no Brasil, diz Berzoini
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
O desempenho do mercado de trabalho em 2004 ressuscitou no governo os planos de gerar 10 milhões de empregos nos quatro anos de mandato do presidente Luiz Inácio Lula Silva. A meta --uma das principais promessas de campanha do PT-- vinha sendo colocada de lado. O ministro Ricardo Berzoini (Trabalho), pela primeira vez, mostrou-se otimista em alcançar o número. "Eu estou mais animado nesse sentido, de verificar que, o que plantamos em 2003 e 2004, já tem uma colheita boa". A seguir, os principais trechos da entrevista à Folha.
Folha - O que o sr. achou do resultado do IBGE?
Ricardo Berzoini -Nós alcançamos a meta, que era reduzir o desemprego abaixo de 10%. Evidentemente, a nossa preocupação é dar continuidade ao processo. Em 2005, a economia vem bem mais forte que no início de 2004. Já começa em um ritmo em que os atores econômicos têm noção de que há um processo de crescimento. Em 2004, não havia essa percepção. E ao mesmo tempo temos vários investimentos importantes em curso. Acho que temos condições de continuar esse processo. Evidentemente há sempre uma curva sazonal no desemprego.
Folha - Significa que o ano começará com menos empregos?
Berzoini -No começo de 2004, havia um crescimento do emprego formal, mas os índices de desemprego também estavam crescendo, em um movimento aparentemente contraditório. No começo deste ano, também a tendência é a População Economicamente Ativa crescer até maio ou junho. Dependendo de como se comportar o emprego formal, e o informal também, você pode não ter uma percepção, na pesquisa do IBGE e do Dieese, de que está caindo o desemprego.
Folha - O que aponta para isso?
Berzoini -Nós temos os programas governamentais de investimento já em maior velocidade, porque muitos foram aprovados no ano passado. O FGTS em 2005 terá R$ 11 bilhões [para saneamento, habitação e infra-estrutura de transporte], que vamos trabalhar para liberar o mais rápido possível. O BNDES está anunciando um orçamento de R$ 60 bilhões, pode até não conseguir alocar tudo, mas é expressivo.
Folha - O que é possível dizer sobre a promessa do governo de gerar 10 milhões de empregos após dois anos do mandato?
Berzoini -Dá para dizer que o desempenho do governo é muito positivo. O saldo do Caged de dois anos é de 2,2 milhões de empregos formais. Seguindo a tese majoritária na academia de que o emprego formal se reproduz na base de 1,2 para 1, daria para trabalhar com a perspectiva que os 2 milhões de empregos formais poderão estar produzindo na faixa de 4,4 milhões. Isso considerando que 2003 foi um ano terrível, de ajuste; 2004 é que foi o ano do crescimento. Portanto, não é nada incompatível com o número que virou, no censo comum, meta. Nunca foi colocado como meta porque a geração de emprego não depende só de vontade política.
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