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14/11/2000
-
05h49
MARCIO AITH, da Folha de S.Paulo
Por não acreditar que os problemas vividos pela economia argentina tragam riscos imediatos de uma crise sistêmica internacional, o Tesouro dos EUA informou ao presidente Fernando De La Rúa que, no momento, não vai participar do pacote de ajuda internacional anunciado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) ao país na última sexta-feira.
Isso não significa que os EUA fecharam completamente as portas para o governo argentino, informou à Folha um assessor econômico da Casa Branca.
A idéia do Tesouro norte-americano é que, se mesmo com o pacote de ajuda do FMI a Argentina continuar a sofrer pressões externas, o presidente Bill Clinton, auxiliado pelo secretário do Tesouro, Lawrence Summers, poderia autorizar, no futuro, o uso do fundo de estabilização cambial (o "Exchange Stabilization Fund") para ajudar a Argentina, como fez com o México em 1994 e com o Brasil em 1998.
Em virtude dessa posição, os EUA pretendem apoiar o pacote do FMI à Argentina, mas decidiram ficar de fora dele. Como o governo Clinton acaba no dia 20 de janeiro, alguns de seus assessores acreditam que somente o próximo presidente dos EUA será capaz de tomar uma decisão a respeito.
A participação do Tesouro norte-americano é vista pelos mercados como um dos únicos elementos que poderiam aumentar a credibilidade dos investidores com o pacote de ajuste anunciado por De La Rua.
Em 1998, dos US$ 41,5 bilhões que compõem o pacote de emergência feito para salvar o real, US$ 5 bilhões foram garantias do um fundo de estabilização cambial do governo dos EUA.
Pelas leis norte-americanas, o uso desse fundo como garantia de linhas de crédito tem prazo de validade de seis meses e só pode ser renovado pelo presidente norte-americano em caráter excepcional.
O FMI aceitou conceder um novo pacote à Argentina, cobrando a taxa mais alta entre seus programas de socorro financeiro.
Estima-se que o Fundo, o Banco Mundial e o BID vão juntos irão dar empréstimos de US$ 14 bilhões. Bancos privados e, possivelmente, outros países poderão participar.
O objetivo é mostrar ao mercado que a Argentina terá recursos para honrar seus compromissos externos em 2001, num total de US$ 20 bilhões. O governo argentino tenta há pelo menos dois meses obter uma ajuda direta do governo norte-americano.
O secretário de Finanças da Argentina, Daniel Marx, chegou a pegar uma avião junto com o secretário Summers para discutir a crise argentina. No vôo, do Canadá aos EUA, os dois discutiram a eventual participação do Tesouro dos EUA no pacote.
Summers não foi muito positivo. Disse que, além dos critérios rígidos para a utilização do fundo de estabilização, o governo norte-americano teria hoje uma visão a respeito de sua utilização muito mais restrita que tinha antes da crise brasileira.
Em 1998, o Brasil fechou um pacote de ajuda com a comunidade internacional e insistiu na manutenção do câmbio fixo. Desvalorizou a moeda um mês depois, sob protestos de Summers e de integrantes do Congresso.
A missão do FMI chega nesta semana à Argentina.
Tesouro dos EUA recua de apoio à Argentina
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Por não acreditar que os problemas vividos pela economia argentina tragam riscos imediatos de uma crise sistêmica internacional, o Tesouro dos EUA informou ao presidente Fernando De La Rúa que, no momento, não vai participar do pacote de ajuda internacional anunciado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) ao país na última sexta-feira.
Isso não significa que os EUA fecharam completamente as portas para o governo argentino, informou à Folha um assessor econômico da Casa Branca.
A idéia do Tesouro norte-americano é que, se mesmo com o pacote de ajuda do FMI a Argentina continuar a sofrer pressões externas, o presidente Bill Clinton, auxiliado pelo secretário do Tesouro, Lawrence Summers, poderia autorizar, no futuro, o uso do fundo de estabilização cambial (o "Exchange Stabilization Fund") para ajudar a Argentina, como fez com o México em 1994 e com o Brasil em 1998.
Em virtude dessa posição, os EUA pretendem apoiar o pacote do FMI à Argentina, mas decidiram ficar de fora dele. Como o governo Clinton acaba no dia 20 de janeiro, alguns de seus assessores acreditam que somente o próximo presidente dos EUA será capaz de tomar uma decisão a respeito.
A participação do Tesouro norte-americano é vista pelos mercados como um dos únicos elementos que poderiam aumentar a credibilidade dos investidores com o pacote de ajuste anunciado por De La Rua.
Em 1998, dos US$ 41,5 bilhões que compõem o pacote de emergência feito para salvar o real, US$ 5 bilhões foram garantias do um fundo de estabilização cambial do governo dos EUA.
Pelas leis norte-americanas, o uso desse fundo como garantia de linhas de crédito tem prazo de validade de seis meses e só pode ser renovado pelo presidente norte-americano em caráter excepcional.
O FMI aceitou conceder um novo pacote à Argentina, cobrando a taxa mais alta entre seus programas de socorro financeiro.
Estima-se que o Fundo, o Banco Mundial e o BID vão juntos irão dar empréstimos de US$ 14 bilhões. Bancos privados e, possivelmente, outros países poderão participar.
O objetivo é mostrar ao mercado que a Argentina terá recursos para honrar seus compromissos externos em 2001, num total de US$ 20 bilhões. O governo argentino tenta há pelo menos dois meses obter uma ajuda direta do governo norte-americano.
O secretário de Finanças da Argentina, Daniel Marx, chegou a pegar uma avião junto com o secretário Summers para discutir a crise argentina. No vôo, do Canadá aos EUA, os dois discutiram a eventual participação do Tesouro dos EUA no pacote.
Summers não foi muito positivo. Disse que, além dos critérios rígidos para a utilização do fundo de estabilização, o governo norte-americano teria hoje uma visão a respeito de sua utilização muito mais restrita que tinha antes da crise brasileira.
Em 1998, o Brasil fechou um pacote de ajuda com a comunidade internacional e insistiu na manutenção do câmbio fixo. Desvalorizou a moeda um mês depois, sob protestos de Summers e de integrantes do Congresso.
A missão do FMI chega nesta semana à Argentina.
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