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28/01/2005 - 12h45

Bolsa cai 9% no mês; mercado espera Fed, G7, reforma e troca no BC

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SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online

A Bovespa mergulha em uma espiral de perdas pelo segundo dia consecutivo. Abalada pela ameaça do Banco Central de promover um minichoque nos juros para inibir o crescimento da economia e abater a inflação, a Bolsa já acumula baixa de 9% no primeiro mês do ano. Nesta sexta-feira, o Ibovespa (53 ações mais negociadas) cai 1,23%, aos 23.738 pontos. O volume de negócios tem ficado abaixo da média nos últimos dias.

Há diversos fatores internos e externos inibindo o apetite por ações e elevando as incertezas no mercado: na próxima quarta-feira, o BC dos EUA deve anunciar mais uma alta do juro; as pressões para China valorizar sua moeda (yuan) devem crescer na reunião do G7 em Londres no próximo mês; aguarda-se mais uma reforma ministerial no governo Lula e ainda circulam rumores de mudanças na diretoria do BC.

A cautela deve predominar até a próxima quarta-feira, quando os grandes bancos do mundo examinarão com uma lupa cada palavra da nota do Fed (Federal Reserve) com a decisão sobre os juros. Caso o BC americano não repita no texto a palavra "moderado" (em inglês, "measured") para se referir ao ritmo da política de acomodação dos juros, o mercado imediatamente fará a leitura de que o Fed poderá elevar os juros de forma agressiva nos próximos meses.

No Brasil, ganham força os rumores sobre a saída dos diretores do BC Alexandre Schwartsman (Assuntos Internacionais) e Afonso Bevilaqua (Política Econômica). Um dos cotados para assumir um cargo no BC é o economista Márcio Gomes Pinto Garcia, da PUC do Rio. Analistas não esperam turbulências com a confirmação da alteração. São citados motivos pessoais para a troca, mas há também comentários de que o Planalto teria pressionado por uma mudança. O BC possui oito diretores, além do presidente Henrique Meirelles.

No mercado de câmbio, o dólar cai 0,52% e atinge a menor cotação do ano (R$ 2,652). Se por um lado a queda é positiva para aliviar as importações de matérias-primas e, por tabela, reduzir a pressão sobre a inflação, o real forte pode prejudicar o saldo da balança comercial no futuro. É por isso que os exportadores reclamam da queda do dólar, pois eles faturam menos na conversão da moeda.

A divisa no Brasil segue a tendência internacional. Estima-se que o dólar ainda está 20% sobrevalorizado em relação a moedas dos parceiros comerciais dos EUA.

Ou seja, há ainda muito espaço para depreciação da moeda norte-americana, de forma a tornar mais competitiva a sua exportação. Atualmente o gigantesco déficit norte-americano nas transações com o exterior preocupa economistas e serve de especulações sobre uma iminente crise global. Lá fora, os investidores citam com insistência a expectativa com a reunião do G7 no próximo mês.

Há muitas especulações sobre a participação da China no encontro e o que acontecerá com o yuan. Uma mudança cambial na China --um dos três maiores parceiros comerciais do Brasil-- pode ter efeitos sobre as exportações nacionais. Setores como siderurgia, mineração e agronegócio dependem dos embarques para o gigante asiático. Além disso, a continuidade do tombo do dólar no exterior pode obrigar o BC brasileiro a tomar medidas drásticas para evitar uma forte valorização do real, a fim de manter a competitividade das exportações.

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