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28/01/2005
-
18h29
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online
A Bovespa mergulhou em uma espiral de perdas pelo segundo dia consecutivo. Abalada pela ameaça do Banco Central de promover um minichoque nos juros para inibir o crescimento da economia e abater a inflação, a Bolsa já acumula baixa de 8,5% no primeiro mês do ano. Nesta sexta-feira, o Ibovespa (53 ações mais negociadas) fechou em queda de 0,26%, aos 23.968 pontos. O volume de negócios somou R$ 1,029 bilhão, abaixo da média.
Há diversos fatores internos e externos inibindo o apetite por ações e elevando as incertezas no mercado: na próxima quarta-feira, o BC dos EUA deve anunciar mais uma alta do juro; as pressões para China valorizar sua moeda (yuan) devem crescer na reunião do G7 em Londres nos próximos dias 4 e 5; aguarda-se mais uma reforma ministerial no governo Lula e circulam rumores de mudanças na diretoria do BC.
A cautela deve predominar até a próxima quarta-feira, quando os grandes bancos do mundo vão examinar com uma lupa cada palavra da nota do Fed (Federal Reserve) com a decisão sobre os juros. Caso o BC americano não repita no texto a palavra "moderado" para se referir ao ritmo da política de acomodação dos juros, o mercado imediatamente fará a leitura de que o Fed poderá elevar os juros de forma agressiva nos próximos meses.
No Brasil, ganharam força nesta semana os rumores sobre a saída dos diretores do BC Alexandre Schwartsman (Assuntos Internacionais) e Afonso Bevilaqua (Política Econômica). Um dos cotados para assumir um cargo no BC é o economista Márcio Gomes Pinto Garcia, da PUC do Rio. Analistas não esperam turbulências com a confirmação da alteração. São citados motivos pessoais para a troca, mas há também comentários de que o Planalto teria pressionado por uma mudança principalmente após a alta dos juros pelo Copom.
Na próxima semana, os investidores também vão ficar de olho na reunião do G7 nos dias 4 e 5. Há muitas especulações sobre a participação da China no encontro e o que acontecerá com o yuan.
Uma mudança cambial na China --um dos três maiores parceiros comerciais do Brasil-- pode ter efeitos sobre as exportações nacionais. Setores como siderurgia, mineração e agronegócio dependem dos embarques para o gigante asiático.
Além disso, a continuidade do tombo do dólar no exterior pode obrigar o BC brasileiro a tomar medidas drásticas para evitar uma forte valorização do real, a fim de manter a competitividade das exportações.
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Há diversos fatores internos e externos inibindo o apetite por ações e elevando as incertezas no mercado: na próxima quarta-feira, o BC dos EUA deve anunciar mais uma alta do juro; as pressões para China valorizar sua moeda (yuan) devem crescer na reunião do G7 em Londres nos próximos dias 4 e 5; aguarda-se mais uma reforma ministerial no governo Lula e circulam rumores de mudanças na diretoria do BC.
A cautela deve predominar até a próxima quarta-feira, quando os grandes bancos do mundo vão examinar com uma lupa cada palavra da nota do Fed (Federal Reserve) com a decisão sobre os juros. Caso o BC americano não repita no texto a palavra "moderado" para se referir ao ritmo da política de acomodação dos juros, o mercado imediatamente fará a leitura de que o Fed poderá elevar os juros de forma agressiva nos próximos meses.
No Brasil, ganharam força nesta semana os rumores sobre a saída dos diretores do BC Alexandre Schwartsman (Assuntos Internacionais) e Afonso Bevilaqua (Política Econômica). Um dos cotados para assumir um cargo no BC é o economista Márcio Gomes Pinto Garcia, da PUC do Rio. Analistas não esperam turbulências com a confirmação da alteração. São citados motivos pessoais para a troca, mas há também comentários de que o Planalto teria pressionado por uma mudança principalmente após a alta dos juros pelo Copom.
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