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21/02/2005
-
09h50
MARIA CRISTINA FRIAS
da Folha de S.Paulo
A captação de fundos DI aumentou 76% de janeiro até o dia 16 de fevereiro em comparação com o mesmo período de 2004. É o segmento da indústria de fundos que mais atraiu investidores em 2005, segundo o site Fortuna.
O aumento dos juros e as novas regras tributárias têm estimulado a procura desses fundos, os quais têm títulos pós-fixados que acompanham a trajetória dos juros.
De acordo com Marcelo d'Agosto, economista-chefe do Fortuna, muitos fundos multimercados mudaram recentemente para a categoria de renda fixa, o que distorceu dados de captação nesse segmento. Fundos de renda fixa captaram R$ 14,1 bilhões, quase tanto quanto perderam os multimercados -R$ 14,8 bilhões.
A perspectiva de continuidade da elevação dos juros, sinalizada pelo Banco Central, que há seis meses sobe ininterruptamente a taxa básica, a Selic, estimula o investimento em DI.
Para d'Agosto, além da indefinição de até quando os juros vão subir, o investidor ainda não entende bem as complexas regras tributárias e não sabe como agir. "Há o receio de entrar num multimercado ou de pagar taxas prefixadas e, se não der certo, sair e perder tempo para tentar redução de alíquota. Até para nós do mercado é difícil decidir: seria melhor tentar [aplicações de maior risco] ou deixar no DI?", comenta.
Pelo novo regime tributário, quanto maior o tempo em que o dinheiro estiver aplicado, menor a alíquota de IR a pagar.
Para Marcos De Callis, diretor de investimentos do HSBC, o investidor está atrás do desempenho, atualmente melhor do DI. "É um momento claro de alta de juros. Os investidores observam que fundos de renda fixa não estão rendendo acima do DI e saem", diz Callis.
Fundos de previdência, por sua vez, captaram R$ 632 milhões neste ano, a metade do que captaram no mesmo período de 2004. A mudança de tributação fez com que muitos clientes adiassem depósitos nesses fundos.
No novo regime, as alíquotas de IR aumentaram muito para prazos curtos e médios. Em função de permanência dos recursos no plano, a tabela começa com alíquotas de 35% e cai 5% a cada dois anos, até o patamar de 10%.
"Os participantes dos planos que já estavam no sistema não foram afetados, pois podem continuar com a tributação pela tabela progressiva do IR. O novo regime já é bem atrativo no longo prazo", diz Osvaldo do Nascimento, presidente da Anapp (Associação Nacional de Previdência Privada).
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O aumento dos juros e as novas regras tributárias têm estimulado a procura desses fundos, os quais têm títulos pós-fixados que acompanham a trajetória dos juros.
De acordo com Marcelo d'Agosto, economista-chefe do Fortuna, muitos fundos multimercados mudaram recentemente para a categoria de renda fixa, o que distorceu dados de captação nesse segmento. Fundos de renda fixa captaram R$ 14,1 bilhões, quase tanto quanto perderam os multimercados -R$ 14,8 bilhões.
A perspectiva de continuidade da elevação dos juros, sinalizada pelo Banco Central, que há seis meses sobe ininterruptamente a taxa básica, a Selic, estimula o investimento em DI.
Para d'Agosto, além da indefinição de até quando os juros vão subir, o investidor ainda não entende bem as complexas regras tributárias e não sabe como agir. "Há o receio de entrar num multimercado ou de pagar taxas prefixadas e, se não der certo, sair e perder tempo para tentar redução de alíquota. Até para nós do mercado é difícil decidir: seria melhor tentar [aplicações de maior risco] ou deixar no DI?", comenta.
Pelo novo regime tributário, quanto maior o tempo em que o dinheiro estiver aplicado, menor a alíquota de IR a pagar.
Para Marcos De Callis, diretor de investimentos do HSBC, o investidor está atrás do desempenho, atualmente melhor do DI. "É um momento claro de alta de juros. Os investidores observam que fundos de renda fixa não estão rendendo acima do DI e saem", diz Callis.
Fundos de previdência, por sua vez, captaram R$ 632 milhões neste ano, a metade do que captaram no mesmo período de 2004. A mudança de tributação fez com que muitos clientes adiassem depósitos nesses fundos.
No novo regime, as alíquotas de IR aumentaram muito para prazos curtos e médios. Em função de permanência dos recursos no plano, a tabela começa com alíquotas de 35% e cai 5% a cada dois anos, até o patamar de 10%.
"Os participantes dos planos que já estavam no sistema não foram afetados, pois podem continuar com a tributação pela tabela progressiva do IR. O novo regime já é bem atrativo no longo prazo", diz Osvaldo do Nascimento, presidente da Anapp (Associação Nacional de Previdência Privada).
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