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21/02/2005 - 10h15

Mercado de tecnologia deve crescer 10% em 2005

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da Folha de S.Paulo

Turbinado pela retomada do ano passado, o setor de informática deve crescer cerca de 10% sobre a já robusta base de 2004 e movimentar mais de US$ 12 bilhões neste ano, conforme especialistas e empresas ouvidos pela Folha.

O horizonte de otimismo se desenha tanto para fornecedores de equipamentos e softwares como para prestadores de serviços --até porque segue firme e ganhando força a tendência de agregar atividades e operações por meio de fusões e parcerias.

A decolagem dos negócios em 2004, após três anos de declínio, levou os gastos com tecnologia da informação (TI) à casa dos US$ 11 bilhões (alta de 14% sobre 2003), conforme Ivair Rodrigues, gerente de pesquisas de TI e telecom da consultoria IDC, que está tirando do forno um amplo estudo tomado como referência no setor. A HP também aposta num placar de resultados de dois dígitos.

As perspectivas são ainda melhores aos olhos de Roger Ingold, presidente da Accenture Brasil, para quem o mercado como um todo pode avançar entre 12% e 15%. Para a própria consultoria, a projeção é ainda melhor, de 20%, sobre a já boa base de 2004.

"O ano passado foi muito bom. Nosso faturamento cresceu entre 28% e 30%.

Projetos e clientes voltaram em investimentos mais sólidos e houve também demanda de novas empresas." Dos 4.300 funcionários da consultoria no Brasil, afirma Ingold, 1.400 foram contratados em 2004.

Pane e reinício

O fôlego de investimentos que sustentou o crescimento em 2004 e alimentará o de 2005, analisa Rodrigues, deriva da estagnação de 2002 e de 2003 -quando a crise econômica e o cenário político turbulento inibiram as inovações nas companhias- e da melhora da situação financeira das empresas. "Muitas cortaram seus orçamentos e tiveram que conviver com produtos e soluções tecnológicas defasadas naquele período."

O ano de 2003 inspira pouca saudade. "Houve um apagão de investimentos", afirma Flávio Bolieiro, diretor-geral da Microstrategy, empresa norte-americana que fornece ferramentas de inteligência de negócio. "Esperávamos crescer algo entre 30% e 40% no ano, já que o mercado era emergente, com potencial de crescimento grande."

Mas a empresa avançou apenas 8%. "Só não tivemos retração porque os clientes fazem gastos com manutenção", diz Bolieiro, explicando que houve desaceleração nos pedidos por licenças de software, um sinal de brecada nos investimentos.

A demanda ficou bem reprimida até 2003, concorda Ivan Paiva, gerente da área de consultoria empresarial da consultoria Deloitte. Mas no começo do ano passado, segundo Paiva, corporações de diversos setores começaram a tirar os projetos da gaveta, provocando vigorosa demanda nas consultorias.

"A retomada pegou de surpresa os prestadores de serviços. A demanda foi por diagnósticos em processos de negócios. O volume de investimentos dobrou após o Carnaval."

Contágio

Ao longo do período, com os planos passando para a prática, o aquecimento se estendeu a fornecedores de programas e de máquinas. Bolieiro constatou a retomada firme apenas no último trimestre de 2004, mas tão vigoroso que o crescimento no ano foi da ordem de 10%.

"Houve incremento no número de pedidos de licença em relação a 2003 --30% a mais na média do ano--, indicativo de que softwares estão sendo comercializados. Os últimos três meses concentraram metade dos registros."

A HP, que fechou 2004 com expansão de 24%, também verificou surpreendente arrancada. "Como 2003 foi muito ruim para o mercado --houve uma freada--, o começo de 2004 foi frio em negócios fechados mas quente em projetos", observa Denoel Eller, diretor de marketing. "As empresas começaram a tirar da gaveta projetos de otimização de negócios e melhoria operacional."

A Accenture também verificou demanda por tecnologia nos setores de energia, recursos naturais e siderurgia, que elevaram em 40% seus investimentos. Para telecomunicações, o índice foi de 25%; na indústria, de 20%.

À HP chegaram encomendas de operadoras de telefonia, que investiram para ampliar suas bases, diz Eller. "Os juros altos inibem os investimentos, mas o dólar em queda ajuda porque os itens de maior valor agregado são importados. Os investimentos neste ano são mais estratégicos."

Lucratividade e fusões

Apesar do quadro otimista, caiu a lucratividade dos fornecedores. Concorrência e exigência crescente dos compradores os pressionam a reduzir margens. O arrocho depende do produto e da solução, pondera Rodrigues. "Até cinco anos atrás, por exemplo, um fabricante de PCs lucrava 35%. Hoje, lucra 5%."

A onda de fusões aumentará no setor de informática, com grandes provedores absorvendo empresas menores para, assim, complementar seu portfólio de produtos.

Estudo do grupo Gartner, que faz pesquisas e análises do mercado em âmbito mundial, aponta que há 60% de probabilidade de que metade dos fornecedores de TI desapareça até 2007.

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