01/03/2005 - 15h20

Mais de 24 mil metalúrgicos do ABC pagam tarifa zero em bancos

da Folha Online

O Bradesco e o Unibanco isentaram os 4.000 metalúrgicos da Ford de São Bernardo do Campo do pagamento de tarifas bancárias.

Com isso, chega a 24.193 o número de metalúrgicos da região do ABC que conquistaram tarifa zero, segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

A medida é resultado de uma negociação entre o sindicato, representantes da Ford e dos dois bancos que durou mais de três meses.

Os trabalhadores da Ford terão direito a 40 folhas de cheque por mês sem nenhum custo, não pagarão mais tarifas de cadastro, manutenção de conta corrente, limite de crédito, cartão magnético, depósitos em dinheiro ou cheques, saques na rede interligada, saque no banco 24h do Bradesco e do Unibanco, saldos etc.

Além disso, poderão tirar até 40 extratos de 30 dias por mês, 30 extratos em caixa eletrônico a custo zero e consulta ilimitada de saldos, tudo sem pagar nenhuma tarifa.

Para o presidente do sindicato, José Lopez Feijóo, esta conquista vai representar, em média, 1,5% de aumento real na renda dos trabalhadores da Ford, segundo cálculo feito com base no salário médio da fábrica que é de R$ 2.100.

De acordo com estudos realizados pela subseção do Dieese do sindicato, as tarifas bancárias consomem entre 1,5% e 2,5% do salário mensal dos metalúrgicos.

"Não é justo a gente se esforçar, fazer uma grande luta, paralisações e greves para conquistar um aumento acima do índice de inflação e os bancos, sem qualquer sacrifício, ficarem com mais de 2% do nosso reajuste," disse Feijóo, que questionou a contribuição dos bancos para o desenvolvimento do Brasil.

Segundo o sindicato, há cerca de seis anos, os 12.200 trabalhadores da Mercedes-Benz e os 2.400 da Scania conquistaram tarifa zero nos bancos que atuam nas montadoras.

Na Volkswagen, representantes do sindicato e da empresa devem terminar hoje negociação iniciada no mês passado com o Unibanco. Estão pendentes apenas três tarifas que o banco quis manter e os metalúrgicos não aceitaram.

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