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08/03/2005
-
13h46
EPAMINONDAS NETO
da Folha Online
O presidente da holding Telemig Celular Participações, Ricardo Grau, afirma que a empresa não tem um segundo plano de negócios neste ano por conta do processo de venda anunciado na sexta-feira. O grupo Opportunity, que faz parte do bloco controlador da Telemig e da Amazônia Celular, anunciou que abriu processo para a venda competitiva de 50% do capital votante.
Grau manteve a projeção de investimentos para este ano, em torno de R$ 350 milhões e R$ 400 milhões. 'Do ponto de vista da operação, nada pára. Nós até contratamos a expansão da rede com a Ericsson na semana passada', disse o executivo, durante coletiva de imprensa para apresentar os resultados de 2004.
Ele se recusou a fornecer maiores detalhes sobre o processo de venda, mas afirmou que o data-room da empresa já está pronto e que pode ser aberto a qualquer momento. O executivo também preferiu não tecer comentários sobre qual o seria o melhor comprador para a Telemig nem quando terminaria o processo de venda.
A empresa informou, no entanto, que os membros do bloco de controle listados no fato relevante já teriam contratado um banco de investimentos e um escritório de advocacia 'de renome' para assessorar a operação, sem revelar os nomes.
De acordo com especulações do mercado, as operadoras Brasil Telecom, Claro e Vivo seriam os potenciais compradores da Telemig Celular que, junto com a Amazônia Celular, teria um valor de compra em torno de US$ 300 milhões.
Estratégia
No ano passado, a Telemig apresentou lucro de R$ 159,6 milhões, um acréscimo de 8% sobre 2003. A empresa ampliou sua base de clientes em 20% nesse ano (abaixo do desempenho do mercado) e perdeu market-share entre 2003 e 2004 (de 58% para 48%), com a entrada de duas outras concorrentes.
Por outro lado, manteve o custo de aquisição por cliente em torno dos R$ 117, numa taxa estável desde 2001, ao contrário das demais concorrentes, que aumentaram seus gastos para agregar novos usuários, principalmente com o aumento do volume de subsídios por aparelho.
Grau procurou minimizar a perda de mercado e afirmou que a empresa deve manter para este ano a estratégia de equilibrar o rendimento com o incremento da base de clientes, ao inverso das demais, que sacrificam suas margens de ganho para expandir o volume de usuários.
Como o próprio Grau admitiu, a idéia é alavancar a base de clientes, mesmo ao custo de conquistar usuários que gastam pouco, apostando no crescimento do país e no incremento dos gastos por aparelho com a recuperação da renda média. 'Se é para apostar, eu prefiro não fazer esse tipo de apostas', afirma o executivo.
Ele admitiu que a taxa de crescimento dos clientes da Telemig deve continuar abaixo do mercado (em torno de 40% em 2004), mas que essa diferença pode se estreitar nesse ano.
'Nós perdemos um pouco de clientes com o atraso da entrada do GSM [a tecnologia nova para aparelhos]. Muitos preferiram comprar de outras operadoras porque estavam interessados nessa tecnologia. Este ano, nós não vamos ter mais esse problema', disse ele. O executivo admitiu, no entanto, que 'pode ser que o mercado fique louco de novo', numa referência à política agressiva de subsídios.
A rede GSM da Telemig foi lançada em novembro do ano passado e respondeu pela maior parte das vendas de novos aparelhos no Natal. Grau afirma que a partir de maio a venda de aparelhos do tipo GSM pode responder por 100% da comercialização de aparelhos provavelmente a partir de maio.
Ele também afirmou que a cobertura das cidades entre as redes TDMA (mais antiga) e GSM deve ser equilibrada até o final deste ano. Hoje são 463 municípios na rede antiga para 260 da rede nova. Ele não abriu os números sobre a proporção entre clientes do tipo TDMA e GSM.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Telemig Celular
Data-room da Telemig está pronto para ser aberto
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da Folha Online
O presidente da holding Telemig Celular Participações, Ricardo Grau, afirma que a empresa não tem um segundo plano de negócios neste ano por conta do processo de venda anunciado na sexta-feira. O grupo Opportunity, que faz parte do bloco controlador da Telemig e da Amazônia Celular, anunciou que abriu processo para a venda competitiva de 50% do capital votante.
Grau manteve a projeção de investimentos para este ano, em torno de R$ 350 milhões e R$ 400 milhões. 'Do ponto de vista da operação, nada pára. Nós até contratamos a expansão da rede com a Ericsson na semana passada', disse o executivo, durante coletiva de imprensa para apresentar os resultados de 2004.
Ele se recusou a fornecer maiores detalhes sobre o processo de venda, mas afirmou que o data-room da empresa já está pronto e que pode ser aberto a qualquer momento. O executivo também preferiu não tecer comentários sobre qual o seria o melhor comprador para a Telemig nem quando terminaria o processo de venda.
A empresa informou, no entanto, que os membros do bloco de controle listados no fato relevante já teriam contratado um banco de investimentos e um escritório de advocacia 'de renome' para assessorar a operação, sem revelar os nomes.
De acordo com especulações do mercado, as operadoras Brasil Telecom, Claro e Vivo seriam os potenciais compradores da Telemig Celular que, junto com a Amazônia Celular, teria um valor de compra em torno de US$ 300 milhões.
Estratégia
No ano passado, a Telemig apresentou lucro de R$ 159,6 milhões, um acréscimo de 8% sobre 2003. A empresa ampliou sua base de clientes em 20% nesse ano (abaixo do desempenho do mercado) e perdeu market-share entre 2003 e 2004 (de 58% para 48%), com a entrada de duas outras concorrentes.
Por outro lado, manteve o custo de aquisição por cliente em torno dos R$ 117, numa taxa estável desde 2001, ao contrário das demais concorrentes, que aumentaram seus gastos para agregar novos usuários, principalmente com o aumento do volume de subsídios por aparelho.
Grau procurou minimizar a perda de mercado e afirmou que a empresa deve manter para este ano a estratégia de equilibrar o rendimento com o incremento da base de clientes, ao inverso das demais, que sacrificam suas margens de ganho para expandir o volume de usuários.
Como o próprio Grau admitiu, a idéia é alavancar a base de clientes, mesmo ao custo de conquistar usuários que gastam pouco, apostando no crescimento do país e no incremento dos gastos por aparelho com a recuperação da renda média. 'Se é para apostar, eu prefiro não fazer esse tipo de apostas', afirma o executivo.
Ele admitiu que a taxa de crescimento dos clientes da Telemig deve continuar abaixo do mercado (em torno de 40% em 2004), mas que essa diferença pode se estreitar nesse ano.
'Nós perdemos um pouco de clientes com o atraso da entrada do GSM [a tecnologia nova para aparelhos]. Muitos preferiram comprar de outras operadoras porque estavam interessados nessa tecnologia. Este ano, nós não vamos ter mais esse problema', disse ele. O executivo admitiu, no entanto, que 'pode ser que o mercado fique louco de novo', numa referência à política agressiva de subsídios.
A rede GSM da Telemig foi lançada em novembro do ano passado e respondeu pela maior parte das vendas de novos aparelhos no Natal. Grau afirma que a partir de maio a venda de aparelhos do tipo GSM pode responder por 100% da comercialização de aparelhos provavelmente a partir de maio.
Ele também afirmou que a cobertura das cidades entre as redes TDMA (mais antiga) e GSM deve ser equilibrada até o final deste ano. Hoje são 463 municípios na rede antiga para 260 da rede nova. Ele não abriu os números sobre a proporção entre clientes do tipo TDMA e GSM.
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