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08/03/2005 - 20h58

Ipea recomenda aumento do superávit primário

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JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) recomendou o aumento do superávit primário para que o governo consiga reduzir a relação dívida/PIB em 2005 e compensar o aumento dos gastos do governo. Sem mencionar valores, o diretor de Estudos Macroeconômicos, Paulo Levy, afirmou que "um aumento do superávit primário seria bem vindo".

Não é a primeira instituição a afirmar que o governo deveria conter gastos e economizar. Na semana passada, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) também recomendou um aumento do superávit primário para reduzir a relação dívida/PIB e propôs um aumento da meta para 5%, patamar considerado pela instituição como "mais confortável".

No ano passado houve uma queda acentuada da relação dívida/PIB. Ela passou de 57,2% no fim de 2003 para 51,9% em dezembro do ano passado. Segundo Levy, em 2005, os fatores que determinam a trajetória de queda desta relação não serão tão favoráveis. Segundo os cálculos do instituto, com superávit atual, de 4,25%, a relação dívida/PIB encerrará o ano de forma estável.

"Em 2005, a continuidade do processo de redução da relação dívida/PIB tende a esbarrar na alta da taxa de juros real, no crescimento menor da economia e na estabilidade da taxa de câmbio real, ao contrário da apreciação verificada em 2004", afirma o boletim.

Levy destaca também a pressão da política fiscal sobre a demanda agregada. No segundo semestre do ano passado, a pressão dos gastos públicos ajudou a alimentar a demanda. "Neste caso, aumento o peso da política monetária para reduzir a inflação, a política fiscal poderia ajudar um pouco mais", disse.

Segundo o Ipea, os gastos do governo aumentaram cerca de 10% no ano passado. "O comportamento da economia explicou boa parte do aumento da arrecadação, quando se tem uma situação de caráter transitório, o ideal é que se acomode parte do aumento da arrecadação sob a forma de aumento do superávit primário", afirmou Levy.

O governo conseguiu chegar a um superávit de 4,6%, embora a meta prevista originalmente fosse de 4,25%. O economista destaca, no entanto, que o movimento foi muito acentuado no segundo semestre. "Houve uma convergência naquele momento que contribuiu para aquecer a demanda", disse.

Para este ano, o Ipea afirma que o aumento dos gastos continua presente com a projeção de execução do orçamento.

Especial
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