Publicidade
Publicidade
15/03/2005
-
16h46
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
A Justiça Federal dos Estados Unidos condenou o ex-executivo-chefe da WorldCom, Bernard Ebbers, 63, pelo crime de fraude fiscal que levou a empresa à concordata em 2002.
Ebbers foi condenado por conspiração, fraude de seguro e registros regulatórios falsos --o que pode lhe dar até 85 anos de prisão.
A condenação saiu mais de dois anos depois que uma auditoria revelou uma fraude contábil de US$ 11 bilhões, que virou um dos maiores escândalos de "maquiagem de balanço" dos EUA.
O júri rejeitou a alegação de Ebbers de que ele desconhecia que seus subordinados "maquiavam" a contabilidade da empresa. Ele vai aguardar em liberdade a sentença final, prevista para sair no dia 13 de junho. Nem Ebbers nem os jurados comentaram o veredicto.
A WorldCom opera hoje sob o nome MCI. No Brasil, a empresa foi controladora da Embratel até o ano passado, quando foi vendida à Telmex por US$ 400 milhões (R$ 1,09 bilhão).
Ebbers, um ex-leiteiro, transformou uma pequena empresa de telefonia no Estado de Mississippi na segunda maior provedora de ligações de longa distância nos EUA.
A MCI saiu do "Chapter 11" --capítulo da legislação americana que regulamenta as falências e concordatas-- com a aplicação do seu plano de reestruturação, aprovado em 31 de outubro de 2003 pela Corte de Falências de Nova York.
O advogado de defesa do ex-executivo, Reid Weingarten, disse estar "extremamente desapontado". "Continuamos a acreditar que não existe a mínima possibilidade de que ele tenha participado da fraude contábil".
Weingarten disse que irá apelar da sentença. "Tivesse o júri tomado conhecimento de [outras] provas e muito provavelmente o resultado seria outro", disse o advogado.
Acareação
O julgamento do caso acabou se tornando uma acareação entre as alegações de Ebbers e as do ex-chefe financeiro da empresa, Scott Sullivan. Sullivan seria um dos supostos colaboradores de Ebbers na fraude e foi a testemunha-chave nas investigações.
Em seu testemunho, Sullivan disse que Ebbers lhe ordenou que ocultasse os registros de gastos da empresa e pediu que os ganhos fossem inflados para atender às expectativas do mercado financeiro.
Sullivan afirmou que Ebbers o mandou "derrubar os números", o que resultou na ocultação do pagamento de US$ 3,8 bilhões (R$ 10,4 bilhões) de tarifas a outras companhias telefônicas para usar suas linhas.
Enron
A decisão pode leve ao tribunal os ex-dirigentes da gigante americana do setor de energia Enron, Kenneth Lay e Jeffrey Skilling.
A Enron pediu concordata em dezembro de 2001, após ter sido alvo de uma série denúncias de fraudes contábeis e fiscais. O lucro e os contratos da Enron foram inflados artificialmente. A investigação indicou que ex-executivos, contadores, instituições financeiras e escritórios de advocacia foram responsáveis direta ou indiretamente pelo colapso da empresa.
Com agências internacionais
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Bernard Ebbers
Ex-executivo-chefe da WorldCom é condenado nos EUA
Publicidade
da Folha Online
A Justiça Federal dos Estados Unidos condenou o ex-executivo-chefe da WorldCom, Bernard Ebbers, 63, pelo crime de fraude fiscal que levou a empresa à concordata em 2002.
Ebbers foi condenado por conspiração, fraude de seguro e registros regulatórios falsos --o que pode lhe dar até 85 anos de prisão.
A condenação saiu mais de dois anos depois que uma auditoria revelou uma fraude contábil de US$ 11 bilhões, que virou um dos maiores escândalos de "maquiagem de balanço" dos EUA.
O júri rejeitou a alegação de Ebbers de que ele desconhecia que seus subordinados "maquiavam" a contabilidade da empresa. Ele vai aguardar em liberdade a sentença final, prevista para sair no dia 13 de junho. Nem Ebbers nem os jurados comentaram o veredicto.
A WorldCom opera hoje sob o nome MCI. No Brasil, a empresa foi controladora da Embratel até o ano passado, quando foi vendida à Telmex por US$ 400 milhões (R$ 1,09 bilhão).
Ebbers, um ex-leiteiro, transformou uma pequena empresa de telefonia no Estado de Mississippi na segunda maior provedora de ligações de longa distância nos EUA.
A MCI saiu do "Chapter 11" --capítulo da legislação americana que regulamenta as falências e concordatas-- com a aplicação do seu plano de reestruturação, aprovado em 31 de outubro de 2003 pela Corte de Falências de Nova York.
O advogado de defesa do ex-executivo, Reid Weingarten, disse estar "extremamente desapontado". "Continuamos a acreditar que não existe a mínima possibilidade de que ele tenha participado da fraude contábil".
Weingarten disse que irá apelar da sentença. "Tivesse o júri tomado conhecimento de [outras] provas e muito provavelmente o resultado seria outro", disse o advogado.
Acareação
O julgamento do caso acabou se tornando uma acareação entre as alegações de Ebbers e as do ex-chefe financeiro da empresa, Scott Sullivan. Sullivan seria um dos supostos colaboradores de Ebbers na fraude e foi a testemunha-chave nas investigações.
Em seu testemunho, Sullivan disse que Ebbers lhe ordenou que ocultasse os registros de gastos da empresa e pediu que os ganhos fossem inflados para atender às expectativas do mercado financeiro.
Sullivan afirmou que Ebbers o mandou "derrubar os números", o que resultou na ocultação do pagamento de US$ 3,8 bilhões (R$ 10,4 bilhões) de tarifas a outras companhias telefônicas para usar suas linhas.
Enron
A decisão pode leve ao tribunal os ex-dirigentes da gigante americana do setor de energia Enron, Kenneth Lay e Jeffrey Skilling.
A Enron pediu concordata em dezembro de 2001, após ter sido alvo de uma série denúncias de fraudes contábeis e fiscais. O lucro e os contratos da Enron foram inflados artificialmente. A investigação indicou que ex-executivos, contadores, instituições financeiras e escritórios de advocacia foram responsáveis direta ou indiretamente pelo colapso da empresa.
Com agências internacionais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice