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15/03/2005
-
18h51
ANA PAULA RIBEIRO e
SÉRGIO RIPARDO,
da Folha Online, em Brasília e SP
O Banco Central decidiu hoje reduzir as pressões sobre o preço do dólar depois que a moeda norte-americana subiu por sete dias consecutivos, atingindo a maior cotação desde dezembro.
Na noite desta terça-feira, a autoridade monetária informou que não vai realizar, amanhã, o chamado leilão de "swap cambial reverso" --uma operação que era realizada semanalmente desde o início do mês passado e que servia, na prática, para pressionar a moeda dos EUA.
Em fevereiro, o dólar chegou a ser negociado pelo valor mínimo de R$ 2,55 e motivou uma saraivada de críticas dos exportadores, que alegavam perdas de receitas e ameaçavam uma onda de demissões.
Em comunicado, o BC citou apenas que "após avaliar condições de mercado, decidiu não realizar leilão de swaps reversos esta semana".
A realização desses leilões era apontada pelos analistas como um dos motivos para a recente escalada da moeda norte-americana, pois tem o efeito prático de uma compra de divisas no mercado futuro.
Em cada leilão, o BC enxugava do mercado quase US$ 2 bilhões, com exceção do realizado na semana passada (US$ 1,48 bilhão). Oficialmente, o governo dizia que o objetivo era apenas antecipar o resgate de títulos cambiais, melhorando o perfil da dívida pública.
Neste tipo de operação, o BC oferecia aos investidores (em geral, grandes bancos) contratos com remuneração atrelada aos juros (Selic) em troca ("swap" em inglês) da variação do câmbio em um determinado período.
O contrato é chamado de "reverso" porque o normal é o contrato oferecer a variação do dólar em troca da oscilação dos juros. Com o excesso de moeda americana no mercado e juros elevados, os bancos estavam, em fevereiro, preferindo aplicações remuneradas pela taxa Selic.
A decisão de não realizar o leilão de "swap" contraria com o recado mandado pelo presidente do BC, Henrique Meirelles, no mês passado, em entrevista à agência de notícias "Reuters". Ele indicava a possibilidade de prosseguir com esses leilões mesmo após a zeragem da dívida cambial.
Analistas estimavam que, no final de abril, o governo conseguiria zerar a parcela da dívida pública corrigida pelo dólar --hoje em torno de 5% do total.
No mercado de câmbio, crescem as especulações de que o BC também suspenderá os leilões quase diários de compra de divisas no mercado à vista, realizados desde o início de dezembro passado.
No começo de fevereiro do ano passado, o BC deixou de promover essas intervenções quando eclodiu o escândalo do caso Waldomiro Diniz. Na época, não havia mais necessidade de forçar artificialmente uma alta da cotação, pois os próprios bancos passaram a embutir o risco político no preço do dólar.
Hoje, o dólar fechou em alta de 0,5%, a R$ 2,766. É o valor mais elevado em três meses, ou seja, desde 10 de dezembro (R$ 2,776). Neste mês, a divisa já valorizou 6,83% e só fechou em queda um único dia (4).
Especial
Leia o que já foi publicado sobre altas do dólar
Acompanhe a cotação do dólar durante o dia
BC desiste de leilão cambial após repique do dólar
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SÉRGIO RIPARDO,
da Folha Online, em Brasília e SP
O Banco Central decidiu hoje reduzir as pressões sobre o preço do dólar depois que a moeda norte-americana subiu por sete dias consecutivos, atingindo a maior cotação desde dezembro.
Na noite desta terça-feira, a autoridade monetária informou que não vai realizar, amanhã, o chamado leilão de "swap cambial reverso" --uma operação que era realizada semanalmente desde o início do mês passado e que servia, na prática, para pressionar a moeda dos EUA.
Em fevereiro, o dólar chegou a ser negociado pelo valor mínimo de R$ 2,55 e motivou uma saraivada de críticas dos exportadores, que alegavam perdas de receitas e ameaçavam uma onda de demissões.
Em comunicado, o BC citou apenas que "após avaliar condições de mercado, decidiu não realizar leilão de swaps reversos esta semana".
A realização desses leilões era apontada pelos analistas como um dos motivos para a recente escalada da moeda norte-americana, pois tem o efeito prático de uma compra de divisas no mercado futuro.
Em cada leilão, o BC enxugava do mercado quase US$ 2 bilhões, com exceção do realizado na semana passada (US$ 1,48 bilhão). Oficialmente, o governo dizia que o objetivo era apenas antecipar o resgate de títulos cambiais, melhorando o perfil da dívida pública.
Neste tipo de operação, o BC oferecia aos investidores (em geral, grandes bancos) contratos com remuneração atrelada aos juros (Selic) em troca ("swap" em inglês) da variação do câmbio em um determinado período.
O contrato é chamado de "reverso" porque o normal é o contrato oferecer a variação do dólar em troca da oscilação dos juros. Com o excesso de moeda americana no mercado e juros elevados, os bancos estavam, em fevereiro, preferindo aplicações remuneradas pela taxa Selic.
A decisão de não realizar o leilão de "swap" contraria com o recado mandado pelo presidente do BC, Henrique Meirelles, no mês passado, em entrevista à agência de notícias "Reuters". Ele indicava a possibilidade de prosseguir com esses leilões mesmo após a zeragem da dívida cambial.
Analistas estimavam que, no final de abril, o governo conseguiria zerar a parcela da dívida pública corrigida pelo dólar --hoje em torno de 5% do total.
No mercado de câmbio, crescem as especulações de que o BC também suspenderá os leilões quase diários de compra de divisas no mercado à vista, realizados desde o início de dezembro passado.
No começo de fevereiro do ano passado, o BC deixou de promover essas intervenções quando eclodiu o escândalo do caso Waldomiro Diniz. Na época, não havia mais necessidade de forçar artificialmente uma alta da cotação, pois os próprios bancos passaram a embutir o risco político no preço do dólar.
Hoje, o dólar fechou em alta de 0,5%, a R$ 2,766. É o valor mais elevado em três meses, ou seja, desde 10 de dezembro (R$ 2,776). Neste mês, a divisa já valorizou 6,83% e só fechou em queda um único dia (4).
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