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21/03/2005
-
17h18
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online
Após três quedas consecutivas, o dólar subiu hoje, refletindo o medo de uma fuga de capital dos países emergentes caso os EUA aumentem os juros em ritmo agressivo.
A moeda norte-americana avançou 0,36% e encerrou vendida a R$ 2,727. A alta poderia ter sido maior se o Banco Central tivesse comprado divisas em leilão. Mas o governo deu, pelo terceiro dia seguido, uma trégua nas intervenções.
No exterior, o dólar atingiu o maior valor em duas semanas frente ao euro, que ficou abaixo de US$ 1,32. A libra também caiu e fechou abaixo de US$ 1,90 pela primeira vez em quatro semanas. No Brasil, o real acabou acompanhando esse movimento internacional e se depreciou.
Títulos do Brasil perdem valor
Os principais títulos da dívida externa brasileira tiveram o menor preço dos últimos quatro meses. Pela primeira vez desde novembro, o C-Bond voltou a ser cotado abaixo de 100% do valor de face. Com isso, o risco Brasil chegou a subir mais de 2%.
Os investidores estão cautelosos. Amanhã, sai o anúncio do Fed (Federal Reserve, o banco cental americano) sobre os juros, atualmente em 2,50%. Eles esperam a 7ª alta de 0,25 ponto percentual e especulam se o Fed sinalizará um aumento mais forte nas próximas reuniões.
O rendimento ("yield") do título do Tesouro americano de dez anos alcançou nesta segunda-feira 4,52%, acima da taxa da última sexta-feira (4,51%). Essa taxa de retorno ajuda a atrair capital para os EUA, em detrimento dos mercados emergentes.
Os investidores se livram de parte dos papéis de países como o Brasil e correm para outras aplicações. Isso provoca o receio de uma possível fuga de capitais dos emergentes, caso os EUA realmente elevem os juros em um ritmo maior, de 0,50 ponto percentual, o que deixaria os rendimentos dos seus títulos ainda mais atrativos.
Mercado piora previsões
Além do anúncio do Fed, amanhã será divulgado o dado de fevereiro da inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês). A semana do mercado de câmbio será curta devido ao feriado (Semana Santa) na próxima sexta.
Na próxima quinta-feira, será conhecida a ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que trará as justificativas para a alta dos juros, de 18,75% para 19,25% ao ano, anunciada na semana passada.
O boletim Focus mostrou hoje que, apesar da alta dos juros, pioram as expectativas de inflação. O mercado também elevou as estimativas para o dólar: de R$ 2,65 para R$ 2,70 no fim do mês e de R$ 2,65 para R$ 2,68 em abril. Porém, foi mantida a previsão para o fim do ano (R$ 2,80) e reduzida a projeção para o fim de 2006 (de R$ 2,99 para R$ 2,97).
Entre os dados positivos divulgados hoje, na visão dos bancos, está a arrecadação de impostos e tributos, que somou em fevereiro R$ 25,121 bilhões, maior valor para meses de fevereiro já registrado pela Receita. Já a balança comercial acumula neste ano um superávit (exportações acima das importações) de mais de US$ 7 bilhões.
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da Folha Online
Após três quedas consecutivas, o dólar subiu hoje, refletindo o medo de uma fuga de capital dos países emergentes caso os EUA aumentem os juros em ritmo agressivo.
A moeda norte-americana avançou 0,36% e encerrou vendida a R$ 2,727. A alta poderia ter sido maior se o Banco Central tivesse comprado divisas em leilão. Mas o governo deu, pelo terceiro dia seguido, uma trégua nas intervenções.
No exterior, o dólar atingiu o maior valor em duas semanas frente ao euro, que ficou abaixo de US$ 1,32. A libra também caiu e fechou abaixo de US$ 1,90 pela primeira vez em quatro semanas. No Brasil, o real acabou acompanhando esse movimento internacional e se depreciou.
Títulos do Brasil perdem valor
Os principais títulos da dívida externa brasileira tiveram o menor preço dos últimos quatro meses. Pela primeira vez desde novembro, o C-Bond voltou a ser cotado abaixo de 100% do valor de face. Com isso, o risco Brasil chegou a subir mais de 2%.
Os investidores estão cautelosos. Amanhã, sai o anúncio do Fed (Federal Reserve, o banco cental americano) sobre os juros, atualmente em 2,50%. Eles esperam a 7ª alta de 0,25 ponto percentual e especulam se o Fed sinalizará um aumento mais forte nas próximas reuniões.
O rendimento ("yield") do título do Tesouro americano de dez anos alcançou nesta segunda-feira 4,52%, acima da taxa da última sexta-feira (4,51%). Essa taxa de retorno ajuda a atrair capital para os EUA, em detrimento dos mercados emergentes.
Os investidores se livram de parte dos papéis de países como o Brasil e correm para outras aplicações. Isso provoca o receio de uma possível fuga de capitais dos emergentes, caso os EUA realmente elevem os juros em um ritmo maior, de 0,50 ponto percentual, o que deixaria os rendimentos dos seus títulos ainda mais atrativos.
Mercado piora previsões
Além do anúncio do Fed, amanhã será divulgado o dado de fevereiro da inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês). A semana do mercado de câmbio será curta devido ao feriado (Semana Santa) na próxima sexta.
Na próxima quinta-feira, será conhecida a ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que trará as justificativas para a alta dos juros, de 18,75% para 19,25% ao ano, anunciada na semana passada.
O boletim Focus mostrou hoje que, apesar da alta dos juros, pioram as expectativas de inflação. O mercado também elevou as estimativas para o dólar: de R$ 2,65 para R$ 2,70 no fim do mês e de R$ 2,65 para R$ 2,68 em abril. Porém, foi mantida a previsão para o fim do ano (R$ 2,80) e reduzida a projeção para o fim de 2006 (de R$ 2,99 para R$ 2,97).
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