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21/03/2005
-
19h52
da Folha Online
Os principais títulos da dívida externa do Brasil fecharam hoje o seu menor preço em 4 meses. Os investidores se livram de parte dos papéis do país e correm para outras aplicações. Esse movimento foi detonado pela recente alta do rendimento pago pelos títulos do Tesouro dos EUA. Isso provoca medo de possível fuga de capitais dos países emergentes, como o Brasil.
Pela primeira vez desde novembro, o C-Bond foi cotado abaixo de 100% do seu valor de face. Neste mês, o papel já acumula queda de mais de 2% e encerrou negociado a 99,625% do seu valor de face. O Global 40 terminou estável, após mínima de 111,650% do seu valor de face, pior desempenho desde novembro.
Em fevereiro, o preço do C-Bond foi inflado pelos investidores, alcançado quase 103% do seu valor de face. Havia a expectativa de que o governo faria o resgate antecipado do papel em abril. Mas o Tesouro descartou essa opção, na semana passada.
A queda do C-Bond e de outros títulos da dívida externa, como o Global 40, ajuda a impulsionar o risco Brasil, que subiu na semana passada para o quinto lugar no ranking dos emergentes, superando as Filipinas.
Hoje o risco avançou 1,14% e marca 431 pontos. Os investidores estão cautelosos. Amanhã, será anunciada a decisão do Fed (Federal Reserve, o banco cental americano) sobre os juros, atualmente fixados em 2,50%.
Os analistas esperam uma nova alta da taxa (a sétima consecutiva) em 0,25 ponto percentual. Mais relevante será o tom da nota do Fed, que poderá sinalizar elevação mais forte dos juros em breve.
Futuros aumentos de 0,50 ponto percentual nos juros americanos --o que deixaria os rendimentos dos títulos do Tesouro ainda mais atrativos-- tendem a provocar uma onda de venda dos papéis dos emergentes.
Com a expectativa de maior fluxo de capital para os EUA devido ao maior rendimento dos seus títulos, o dólar voltou a se recuperar frente ao euro e ao iene. A moeda européia --que na sexta passada estava na casa de US$ 1,33, recuou hoje para um nível abaixo de US$ 1,32.
O rendimento ("yield") do título do Tesouro americano de dez anos subiu para 4,52%, acima da taxa da última sexta-feira (4,51%). Analistas dizem que esse juro pago pelo papel dos EUA --considerado de risco zero-- atrai compradores, que passam a reduzir o dinheiro aplicado em ativos (títulos, ações e outros) de países emergentes.
Neste mês, já rebaixaram recomendações para os títulos brasileiros instituições financeiras como Merrill Lynch (EUA) e Deutsche (Alemanha). Esse último citou também uma piora do quadro político do Brasil, após a derrota do governo Lula na eleição da presidência da Câmara.
Na prática, um patamar mais elevado do risco-país desestimula empresas e bancos que tomam dinheiro emprestado no exterior, pois esse indicador serve para balizar o custo dos financiamentos, como nas captações de recursos por meio da emissão de bônus.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o C-Bond
C-Bond cai e fecha com o menor valor desde novembro
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Os principais títulos da dívida externa do Brasil fecharam hoje o seu menor preço em 4 meses. Os investidores se livram de parte dos papéis do país e correm para outras aplicações. Esse movimento foi detonado pela recente alta do rendimento pago pelos títulos do Tesouro dos EUA. Isso provoca medo de possível fuga de capitais dos países emergentes, como o Brasil.
Pela primeira vez desde novembro, o C-Bond foi cotado abaixo de 100% do seu valor de face. Neste mês, o papel já acumula queda de mais de 2% e encerrou negociado a 99,625% do seu valor de face. O Global 40 terminou estável, após mínima de 111,650% do seu valor de face, pior desempenho desde novembro.
Em fevereiro, o preço do C-Bond foi inflado pelos investidores, alcançado quase 103% do seu valor de face. Havia a expectativa de que o governo faria o resgate antecipado do papel em abril. Mas o Tesouro descartou essa opção, na semana passada.
A queda do C-Bond e de outros títulos da dívida externa, como o Global 40, ajuda a impulsionar o risco Brasil, que subiu na semana passada para o quinto lugar no ranking dos emergentes, superando as Filipinas.
Hoje o risco avançou 1,14% e marca 431 pontos. Os investidores estão cautelosos. Amanhã, será anunciada a decisão do Fed (Federal Reserve, o banco cental americano) sobre os juros, atualmente fixados em 2,50%.
Os analistas esperam uma nova alta da taxa (a sétima consecutiva) em 0,25 ponto percentual. Mais relevante será o tom da nota do Fed, que poderá sinalizar elevação mais forte dos juros em breve.
Futuros aumentos de 0,50 ponto percentual nos juros americanos --o que deixaria os rendimentos dos títulos do Tesouro ainda mais atrativos-- tendem a provocar uma onda de venda dos papéis dos emergentes.
Com a expectativa de maior fluxo de capital para os EUA devido ao maior rendimento dos seus títulos, o dólar voltou a se recuperar frente ao euro e ao iene. A moeda européia --que na sexta passada estava na casa de US$ 1,33, recuou hoje para um nível abaixo de US$ 1,32.
O rendimento ("yield") do título do Tesouro americano de dez anos subiu para 4,52%, acima da taxa da última sexta-feira (4,51%). Analistas dizem que esse juro pago pelo papel dos EUA --considerado de risco zero-- atrai compradores, que passam a reduzir o dinheiro aplicado em ativos (títulos, ações e outros) de países emergentes.
Neste mês, já rebaixaram recomendações para os títulos brasileiros instituições financeiras como Merrill Lynch (EUA) e Deutsche (Alemanha). Esse último citou também uma piora do quadro político do Brasil, após a derrota do governo Lula na eleição da presidência da Câmara.
Na prática, um patamar mais elevado do risco-país desestimula empresas e bancos que tomam dinheiro emprestado no exterior, pois esse indicador serve para balizar o custo dos financiamentos, como nas captações de recursos por meio da emissão de bônus.
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