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22/03/2005
-
16h16
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
O Federal Reserve (Fed, o BC americano) anunciou nesta terça-feira a sétima elevação consecutiva da taxa básica de juros dos Estados Unidos. O juro subiu 0,25 ponto percentual, para 2,75% ao ano.
O banco também tranqüilizou, em parte, os investidores ao afirmar que vai prosseguiu com sua abordagem "moderada" no ajuste dos juros. Essa abordagem vem sendo adotado desde junho do ano passado ao aumentar a taxa em 0,25 ponto percentual por reunião.
No entanto, a nota do Fed fez alerta sobre o risco da inflação. O comunicado admitiu que "as pressões inflacionárias aumentaram nos últimos meses", principalmente após a forte alta do petróleo.
No mês passado, o presidente do Fed, Alan Greenspan, havia dito em seu testemunho ao Congresso que a taxa de juros do banco continuaria a subir de modo gradual nos próximos meses, uma vez que a economia americana vem se expandindo e que a inflação está sob controle. Ele acrescentou, no entanto, que o ritmo da inflação daria o tom dos ajustes.
O banco, no entanto, não julgou suficientes para elevar seus juros os últimos dados sobre inflação, que mostram avanço dos preços. O núcleo da inflação no atacado (que exclui os preços de alimentos e energia) subiu 0,8% em janeiro, maior aumento desde dezembro de 1998 --superando em muito a expectativa de alta de apenas 0,2%. Em fevereiro, a alta foi de 0,4%, com 0,1% de aumento no núcleo.
As previsões para a inflação nos próximos meses são pessimistas. Quando os preços no país começarem a refletir a atual onda de aumento de preços do petróleo, a expectativa é de que a inflação registre novas altas. O barril do petróleo consolidou-se acima dos US$ 50, sem queda no horizonte.
Como o consumo de petróleo durante a primavera costuma ser menor que no inverno e no verão, devido ao menor consumo de combustível e de destilados, o impacto para o consumidor pode ser atenuado.
"Moderado"
A alta de hoje mostrou que a inflação passou a ocupar mais o centro do palco das preocupações do banco central americano. Para amanhã é esperada a divulgação da inflação ao consumidor de fevereiro, que deve apresentar uma alta de 0,4% no resultado geral e de 0,2% em seu núcleo, segundo analistas.
Mesmo que na próxima reunião do banco (marcada para 3 de maio) o banco continue a adotar um aumento de 0,25 ponto percentual , o termo "moderado" deve sair do vocabulário do Fed nas próximas reuniões.
Em junho do ano passado, quando a atual tendência de alta dos juros começou, a taxa do banco estava em 1% ao ano, a mais baixa desde 1958. A perspectiva dos economistas é que os juros fiquem entre 3% e 5% até o fim do ano, nível considerado neutro pelos analistas --contém a inflação e não prejudica a atividade econômica.
Emprego
No mercado de trabalho, o desempenho da economia americana no mês passado foi saudável. Foram criados 262 mil postos de trabalho, maior número em quatro meses. Mesmo com a ligeira alta do desemprego --que voltou ao patamar de 5,4%, depois de ter registrado 5,2% em janeiro-- o número de empregos gerou otimismo quanto à economia do país.
Dados otimistas sobre a economia geram, no entanto, apreensão no Fed. Os novos empregos, por exemplo, não foram acompanhados por um aumento de produtividade, que, no ano passado, registrou alta de 4,1%, menor desde 2001, segundo o Departamento do Trabalho dos EUA.
A queda na produtividade elevou os custos por trabalhador em 2,3% em 2004, o que representa um risco inflacionário. Menos produtividade leva as empresas a contratarem mais empregados, o que afeta as margens de lucros. Para manter as mesmas margens, os custos dos novos empregados acabam tendo que ser repassados para os preços aos consumidores.
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Fed eleva juros pela 7ª vez e indica risco maior da inflação
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da Folha Online
O Federal Reserve (Fed, o BC americano) anunciou nesta terça-feira a sétima elevação consecutiva da taxa básica de juros dos Estados Unidos. O juro subiu 0,25 ponto percentual, para 2,75% ao ano.
O banco também tranqüilizou, em parte, os investidores ao afirmar que vai prosseguiu com sua abordagem "moderada" no ajuste dos juros. Essa abordagem vem sendo adotado desde junho do ano passado ao aumentar a taxa em 0,25 ponto percentual por reunião.
No entanto, a nota do Fed fez alerta sobre o risco da inflação. O comunicado admitiu que "as pressões inflacionárias aumentaram nos últimos meses", principalmente após a forte alta do petróleo.
No mês passado, o presidente do Fed, Alan Greenspan, havia dito em seu testemunho ao Congresso que a taxa de juros do banco continuaria a subir de modo gradual nos próximos meses, uma vez que a economia americana vem se expandindo e que a inflação está sob controle. Ele acrescentou, no entanto, que o ritmo da inflação daria o tom dos ajustes.
O banco, no entanto, não julgou suficientes para elevar seus juros os últimos dados sobre inflação, que mostram avanço dos preços. O núcleo da inflação no atacado (que exclui os preços de alimentos e energia) subiu 0,8% em janeiro, maior aumento desde dezembro de 1998 --superando em muito a expectativa de alta de apenas 0,2%. Em fevereiro, a alta foi de 0,4%, com 0,1% de aumento no núcleo.
As previsões para a inflação nos próximos meses são pessimistas. Quando os preços no país começarem a refletir a atual onda de aumento de preços do petróleo, a expectativa é de que a inflação registre novas altas. O barril do petróleo consolidou-se acima dos US$ 50, sem queda no horizonte.
Como o consumo de petróleo durante a primavera costuma ser menor que no inverno e no verão, devido ao menor consumo de combustível e de destilados, o impacto para o consumidor pode ser atenuado.
"Moderado"
A alta de hoje mostrou que a inflação passou a ocupar mais o centro do palco das preocupações do banco central americano. Para amanhã é esperada a divulgação da inflação ao consumidor de fevereiro, que deve apresentar uma alta de 0,4% no resultado geral e de 0,2% em seu núcleo, segundo analistas.
Mesmo que na próxima reunião do banco (marcada para 3 de maio) o banco continue a adotar um aumento de 0,25 ponto percentual , o termo "moderado" deve sair do vocabulário do Fed nas próximas reuniões.
Em junho do ano passado, quando a atual tendência de alta dos juros começou, a taxa do banco estava em 1% ao ano, a mais baixa desde 1958. A perspectiva dos economistas é que os juros fiquem entre 3% e 5% até o fim do ano, nível considerado neutro pelos analistas --contém a inflação e não prejudica a atividade econômica.
Emprego
No mercado de trabalho, o desempenho da economia americana no mês passado foi saudável. Foram criados 262 mil postos de trabalho, maior número em quatro meses. Mesmo com a ligeira alta do desemprego --que voltou ao patamar de 5,4%, depois de ter registrado 5,2% em janeiro-- o número de empregos gerou otimismo quanto à economia do país.
Dados otimistas sobre a economia geram, no entanto, apreensão no Fed. Os novos empregos, por exemplo, não foram acompanhados por um aumento de produtividade, que, no ano passado, registrou alta de 4,1%, menor desde 2001, segundo o Departamento do Trabalho dos EUA.
A queda na produtividade elevou os custos por trabalhador em 2,3% em 2004, o que representa um risco inflacionário. Menos produtividade leva as empresas a contratarem mais empregados, o que afeta as margens de lucros. Para manter as mesmas margens, os custos dos novos empregados acabam tendo que ser repassados para os preços aos consumidores.
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