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29/03/2005
-
09h04
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
O Banco Central elevou para 5,5% a expectativa de inflação para 2005, contra 5,3% da previsão anterior. Ambas as projeções estão acima do objetivo do BC para o ano, que é um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 5,1%.
Essa elevação, segundo a autoridade monetária, foi causada pela aumento de preços registrado nos primeiros meses do ano, que ficou acima do esperado. No entanto, o BC espera para o ano que vem que o IPCA fique abaixo da meta de inflação determinada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
'Essa trajetória de redução da inflação está primordialmente associada aos efeitos defasados do processo de ajuste da taxa básica de juros conduzido pelo Copom [Comitê de Política Monetária do BC] desde a reunião de setembro', explica o relatório trimestral de inflação do BC, divulgado hoje.
A meta de inflação para este ano é de 4,5%, com margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. No entanto, em setembro do ano passado, a autoridade monetária elevou o objetivo para 5,1%.
Desde setembro o Copom promoveu sete elevações consecutivas da taxa de juros básica da economia, que hoje está em 19,25% ao ano.
O cenário trabalhado pelo BC leva em conta a Selic neste nível e um dólar cotado a R$ 2,70.
Para 2006, o BC prevê um IPCA de 3,8%, portanto, abaixo da meta de inflação, que é de 4,5%, com intervalo de dois pontos para cima ou para baixo.
O BC também divulga no relatório as previsões com o cenário traçado pelo mercado financeiro, que tem previsões mais pessimista que a autoridade monetária. Para este ano, a inflação tendo como base o cenário dos agentes de mercado é de 6,1% e para o ano que vem, 4,8%.
Sobre o crescimento da economia, o BC manteve a previsão de um aumento do PIB (Produto Interno Bruto) de 4%. No ano passado, a economia cresceu 5,2%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
'Os indicadores do nível de atividade sugerem que o arrefecimento da expansão, observado a partir do segundo semestre de 2004, prossegue neste início de ano. Esse comportamento é característico em períodos subseqüentes à obtenção de patamares produtivos elevados, constituindo-se em um aspecto favorável à sustentabilidade do atual ciclo econômico', diz o relatório.
O BC prevê que a produção agropecuária em 2005 alcance resultados similares ao do ano passado. Segundo o IBGE, a atividade agropecuária cresceu 5,3% no ano passado. Para este ano, a autoridade monetária espera um crescimento de 4,8% neste setor, segundo o relatório de inflação.
Para a atividade industrial, que cresceu 6,2% em 2004, o BC espera um aumento de 4,6% nesta atividade. Para o setor de serviços, a previsão é de um crescimento de 3,1%, ante 3,7% do ano anterior.
O ciclo de expansão da economia, segundo o BC, é conseqüência de bons resultados em diversos setores, como o comércio exterior, indústria e a recuperação dos investimentos. De acordo com o documento, esse crescimento da economia se dá de forma mais equilibrada entre oferta e demanda. Quando iniciou o processo de ajuste da taxa Selic, em setembro, um dos temores do BC é que com a falta de investimento a indústria não conseguisse acompanhar a demanda, o que causaria uma pressão inflacionária. A taxa de investimentos em 2004 foi de 20,1%, a maior desde 1995.
'A expansão econômica ocorre a um ritmo menor e mais condizente com as condições de oferta, de modo a não resultar em pressões significativas sobre a inflação. Apesar do aumento da projeção da inflação para 2005, as perspectivas são de convergência de inflação para a trajetória de metas já a partir do segundo trimestre de 2006.'
O relatório ressalta também o crescimento do mercado de trabalho, o maior consumo das famílias, a redução da relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB e da parcela da dívida atrelada ao dólar. De acordo com o relatório, os dois últimos fatores 'favorecem a melhor percepção de risco-país e reforçaram a expectativa de uma dinâmica benigna da dívida pública a curta e médio prazos. Essa percepção é fortalecida pela continuidade do esforço fiscal em 2005, traduzida na fixação da meta do superávit primário [receitas menos despesas, excluindo os gastos com juros] em 4,25% ao ano, conforme deliberado no processo orçamentário para o ano'.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o relatório de inflação
Apesar de juro maior, BC eleva a 5,5% previsão de inflação em 2005
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da Folha Online, em Brasília
O Banco Central elevou para 5,5% a expectativa de inflação para 2005, contra 5,3% da previsão anterior. Ambas as projeções estão acima do objetivo do BC para o ano, que é um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 5,1%.
Essa elevação, segundo a autoridade monetária, foi causada pela aumento de preços registrado nos primeiros meses do ano, que ficou acima do esperado. No entanto, o BC espera para o ano que vem que o IPCA fique abaixo da meta de inflação determinada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
'Essa trajetória de redução da inflação está primordialmente associada aos efeitos defasados do processo de ajuste da taxa básica de juros conduzido pelo Copom [Comitê de Política Monetária do BC] desde a reunião de setembro', explica o relatório trimestral de inflação do BC, divulgado hoje.
A meta de inflação para este ano é de 4,5%, com margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. No entanto, em setembro do ano passado, a autoridade monetária elevou o objetivo para 5,1%.
Desde setembro o Copom promoveu sete elevações consecutivas da taxa de juros básica da economia, que hoje está em 19,25% ao ano.
O cenário trabalhado pelo BC leva em conta a Selic neste nível e um dólar cotado a R$ 2,70.
Para 2006, o BC prevê um IPCA de 3,8%, portanto, abaixo da meta de inflação, que é de 4,5%, com intervalo de dois pontos para cima ou para baixo.
O BC também divulga no relatório as previsões com o cenário traçado pelo mercado financeiro, que tem previsões mais pessimista que a autoridade monetária. Para este ano, a inflação tendo como base o cenário dos agentes de mercado é de 6,1% e para o ano que vem, 4,8%.
Sobre o crescimento da economia, o BC manteve a previsão de um aumento do PIB (Produto Interno Bruto) de 4%. No ano passado, a economia cresceu 5,2%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
'Os indicadores do nível de atividade sugerem que o arrefecimento da expansão, observado a partir do segundo semestre de 2004, prossegue neste início de ano. Esse comportamento é característico em períodos subseqüentes à obtenção de patamares produtivos elevados, constituindo-se em um aspecto favorável à sustentabilidade do atual ciclo econômico', diz o relatório.
O BC prevê que a produção agropecuária em 2005 alcance resultados similares ao do ano passado. Segundo o IBGE, a atividade agropecuária cresceu 5,3% no ano passado. Para este ano, a autoridade monetária espera um crescimento de 4,8% neste setor, segundo o relatório de inflação.
Para a atividade industrial, que cresceu 6,2% em 2004, o BC espera um aumento de 4,6% nesta atividade. Para o setor de serviços, a previsão é de um crescimento de 3,1%, ante 3,7% do ano anterior.
O ciclo de expansão da economia, segundo o BC, é conseqüência de bons resultados em diversos setores, como o comércio exterior, indústria e a recuperação dos investimentos. De acordo com o documento, esse crescimento da economia se dá de forma mais equilibrada entre oferta e demanda. Quando iniciou o processo de ajuste da taxa Selic, em setembro, um dos temores do BC é que com a falta de investimento a indústria não conseguisse acompanhar a demanda, o que causaria uma pressão inflacionária. A taxa de investimentos em 2004 foi de 20,1%, a maior desde 1995.
'A expansão econômica ocorre a um ritmo menor e mais condizente com as condições de oferta, de modo a não resultar em pressões significativas sobre a inflação. Apesar do aumento da projeção da inflação para 2005, as perspectivas são de convergência de inflação para a trajetória de metas já a partir do segundo trimestre de 2006.'
O relatório ressalta também o crescimento do mercado de trabalho, o maior consumo das famílias, a redução da relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB e da parcela da dívida atrelada ao dólar. De acordo com o relatório, os dois últimos fatores 'favorecem a melhor percepção de risco-país e reforçaram a expectativa de uma dinâmica benigna da dívida pública a curta e médio prazos. Essa percepção é fortalecida pela continuidade do esforço fiscal em 2005, traduzida na fixação da meta do superávit primário [receitas menos despesas, excluindo os gastos com juros] em 4,25% ao ano, conforme deliberado no processo orçamentário para o ano'.
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