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30/03/2005 - 19h37

Após euforia da estréia, "caçulas" da Bovespa enfrentam a realidade

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SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online

As empresas "caçulas" do pregão da Bovespa já sofrem os efeitos das turbulências do mercado financeiro, que se agravaram neste mês devido às preocupações com a alta dos juros nos EUA e com o menor apetite do investidor estrangeiro por papéis de países emergentes.

Um levantamento com dados da consultoria Economática aponta que a maioria das ações recém-listadas na Bolsa acumula, neste ano, perdas em relação a sua cotação do final de 2004. Em alguns casos, ainda se registram ganhos na comparação com o preço pago pelo investidor na oferta pública.

Quando fizeram o "debut" no pregão, muitas ações dispararam, o que fez o investidor de primeira viagem a alimentar a ilusão de lucro fácil e rápido com esses papéis lançados em IPOs (ofertas públicas para abertura de capital).

Hoje começou a ser listada na Bovespa a ação do site de comércio eletrônico Submarino. Fechou estável, cotado a R$ 21,62, após ter disparado 6,84% no começo dos negócios. Ainda é cedo para dizer que o papel tende a se desvalorizar. O futuro da ação vai depender dos resultados financeiros e perspectivas do setor em que a empresa atua.

Exemplos: a ação da Grendene já caiu 32,2% neste ano, mas começou a ser negociada com euforia na sua estréia, com alta de 12%, e desfile da apresentada Xuxa, sua garota-propaganda, no pregão do dia 29 de outubro.
Mas aperspectiva de redução das vendas externas de calçados já prejudica o desempenho de suas ações. Neste ano, já demitiu 600 funcionários na fábrica de Fortaleza (CE).

A exportadora Renar Maçãs, que começou a ser listada em fevereiro, tem queda de 30,9% neste mês, quando avisou que a safra brasileira vai quebrar neste ano, com uma queda de 20% a 30%.

A ação da Gol também tem perdas de dois dígitos neste ano. Já caiu 15,3% em 2005. Com a baixa temporada, a empresa aérea decidiu reduzir em até 56% suas tarifas, a fim de elevar a ocupação das aeronaves. O problema é o impacto da "guerra de preços" no faturamento. Mesmo assim, a empresa pretende neste semestre lançar novas ações no mercado.

Segundo o diretor de uma corretora paulista, que preferiu não se identificar, é normal que os investidores vendam ações lançadas em ofertas públicas após perceberem que o preço do papel atingiu um patamar interessante para a realização de lucros. Ele explicou ainda que, nos primeiros meses de uma ação, os bancos e corretoras que participaram da operação de lançamento podem sustentar a alta do papel por meio de compras de lotes extras. Depois desse período, a ação passa a oscilar ao sabor do humor do mercado.

Confira abaixo o que acontece neste mês e neste ano com as ações que ainda não possuem um ano de pregão.

Natura: queda de 8,1% no ano e 6,6% no mês

Gol: queda de 15,3% no ano e 4,7% no mês

Grendene: queda de 32,2% no ano e 25,8% no mês

Porto Seguro: queda de 4,1% no mês, mas alta de 19,3% no ano

Dasa queda de 11,9% no mês, mas alta de 18% no ano

Renar Maçãs: listada em fevereiro, tem queda de 30,9% no mês

CPFL Energia: queda de 7,5% no mês, mas alta de 2,4% no ano

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