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30/03/2005
-
19h53
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
O Banco Central, ao menos de imediato, não irá fazer o pagamento de forma antecipada dos recursos do FMI (Fundo Monetário Internacional) que estão hoje nas reservas internacionais brasileiras. Esses recursos somam hoje US$ 23,19 bilhões.
"Não tem nenhuma decisão tomada a este respeito", disse o presidente do BC, Henrique Meirelles.
A idéia é defendida por ex-diretores da autoridade monetária como Sergio Werlang e Ilan Goldfajn. Para eles, esse dinheiro tem um custo (juros) muito alto para o país.
O ex-presidente do Banco Central Pérsio Arida disse que é evidente que os recursos do FMI custam caro ao país, mas é necessário fazar a análise de qual o nível de reservas ideal para o Brasil. As reservas totais estão hoje em US$ 61.856 milhões.
"É claro que a dívida com o FMI custa mais caro do que o retorno que se pode obter com as reservas. Por outro lado, o julgamento de qual o nível confortável de reservas cabe ao BC fazer", disse ele.
Meirelles e Arida participaram hoje do seminário em comemoração dos 40 anos de existência da autoridade monetária.
Superávit
Para Pedro Malan, ministro da Fazenda do governo FHC, o Brasil tomou a decisão correta ao decidir não renovar o acordo com o FMI --a decisão foi anunciada na segunda-feira. Ele defende que o esforço fiscal continue, mesmo sem o vínculo com o Fundo, porque isso é uma questão de "responsabilidade".
O acordo com o FMI previa uma meta de superávit primário --receitas menos despesas, excluindo os gastos com juros-- de 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto). Apesar de não ter renovado o acordo, o ministro Antonio Palocci já avisou que esse esforço fiscal irá continuar.
"Há uma baixo auto-estima, para não falar em auto-engano, nessa idéia de que o Braisl só fazia as coisas porque alguém de fora lhe dizia. É a 'síndrome do coitadinho'. Esperamos que nós tenhamos superado isso", disse Malan, que também esteve presente no seminário.
O economista Paulo Leme, do banco de investimentos Goldman Sachs, disse hoje que o governo deveria inclusive aumentar a meta do superávit primário para algo em torno de 5% do PIB.
Em sua avaliação, o trabalho do BC de condução da política monetária está sobrecarregado por conta dos gastos do governo.
"Não é uma utilização ótima dos instrumentos [de combate à inflação]."
Ele também demonstrou preocupação com possíveis brechas na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).
Em janeiro, o governo editou uma medida provisória que permitiu operações de crédito --o Reluz, para a melhora da iluminação pública-- a municípios que já tinham atingido o limite de endividamento permitido pela lei.
Para ele, o investidor não pode ter dúvidas sobre o compromisso do país na condução dos gastos públicos.
"[A lei] é um alicerce que não deve ser tocado. Se toca na lei abala acredibilidade", acredita.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o acordo com o FMI
BC não tomou decisão sobre possibilidade de pagamento antecipado ao FMI
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da Folha Online, em Brasília
O Banco Central, ao menos de imediato, não irá fazer o pagamento de forma antecipada dos recursos do FMI (Fundo Monetário Internacional) que estão hoje nas reservas internacionais brasileiras. Esses recursos somam hoje US$ 23,19 bilhões.
"Não tem nenhuma decisão tomada a este respeito", disse o presidente do BC, Henrique Meirelles.
A idéia é defendida por ex-diretores da autoridade monetária como Sergio Werlang e Ilan Goldfajn. Para eles, esse dinheiro tem um custo (juros) muito alto para o país.
O ex-presidente do Banco Central Pérsio Arida disse que é evidente que os recursos do FMI custam caro ao país, mas é necessário fazar a análise de qual o nível de reservas ideal para o Brasil. As reservas totais estão hoje em US$ 61.856 milhões.
"É claro que a dívida com o FMI custa mais caro do que o retorno que se pode obter com as reservas. Por outro lado, o julgamento de qual o nível confortável de reservas cabe ao BC fazer", disse ele.
Meirelles e Arida participaram hoje do seminário em comemoração dos 40 anos de existência da autoridade monetária.
Superávit
Para Pedro Malan, ministro da Fazenda do governo FHC, o Brasil tomou a decisão correta ao decidir não renovar o acordo com o FMI --a decisão foi anunciada na segunda-feira. Ele defende que o esforço fiscal continue, mesmo sem o vínculo com o Fundo, porque isso é uma questão de "responsabilidade".
O acordo com o FMI previa uma meta de superávit primário --receitas menos despesas, excluindo os gastos com juros-- de 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto). Apesar de não ter renovado o acordo, o ministro Antonio Palocci já avisou que esse esforço fiscal irá continuar.
"Há uma baixo auto-estima, para não falar em auto-engano, nessa idéia de que o Braisl só fazia as coisas porque alguém de fora lhe dizia. É a 'síndrome do coitadinho'. Esperamos que nós tenhamos superado isso", disse Malan, que também esteve presente no seminário.
O economista Paulo Leme, do banco de investimentos Goldman Sachs, disse hoje que o governo deveria inclusive aumentar a meta do superávit primário para algo em torno de 5% do PIB.
Em sua avaliação, o trabalho do BC de condução da política monetária está sobrecarregado por conta dos gastos do governo.
"Não é uma utilização ótima dos instrumentos [de combate à inflação]."
Ele também demonstrou preocupação com possíveis brechas na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).
Em janeiro, o governo editou uma medida provisória que permitiu operações de crédito --o Reluz, para a melhora da iluminação pública-- a municípios que já tinham atingido o limite de endividamento permitido pela lei.
Para ele, o investidor não pode ter dúvidas sobre o compromisso do país na condução dos gastos públicos.
"[A lei] é um alicerce que não deve ser tocado. Se toca na lei abala acredibilidade", acredita.
Especial
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