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31/03/2005
-
17h57
da Folha Online
A produção da indústria de São Paulo cresceu 1,9% em fevereiro sobre janeiro, com ajuda das encomendas do varejo para a Páscoa em março e da maior oferta de crédito à pessoa física. Mas essa melhora do índice de atividade da indústria, conhecido como INA, foi insuficiente para dissipar as preocupações sobre uma perda de dinamismo do setor devido aos juros elevados.
O setor de máquinas e equipamentos desaqueceu, numa indicação de que o ritmo de investimentos da classe empresarial deve ceder. Sem sinais de aquecimento do consumo no curto prazo, os empresários mostram desânimo para aplicar recursos em suas linhas de montagem.
"Nós ainda não estamos vendo nuvens negras no horizonte", afirma Boris Tabacof, diretor do departamento de economia da Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).
O consumo ainda é beneficiado pela recuperação vista nos últimos meses dos salários e do nível de emprego.
A pesquisa do Ciesp e da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) apontou crescimento no total de horas pagas (+5,4%) e de salários pagos (+9,9%) na comparação com fevereiro do ano passado, mesmo considerando a inflação do período.
As indústrias de bens de consumo tiveram bom desempenho e puxaram o indicador no mês passado. O nível de atividade de alimentos e bebidas aumentou 7,2% no período, resultado das exportações do setor de sucos. O setor de transportes também mostrou desempenho positivo, com alta de 7,8%, num efeito das vendas externas de aviões.
"No ano passado, o mês de fevereiro foi muito pobre [em termos de atividade industrial]", afirma Paulo Francini, diretor do departamento de economia da Fiesp, relativizando o salto de 9,2%.
O problema está no setor de máquinas e equipamentos. O INA deste segmento caiu 2,5%, enquanto máquinas e equipamentos elétricos, outro ramo dos bens de capital, cedeu 2,2%. Francini diz que o ritmo de atividade da indústria praticamente estabilizou desde agosto, sem maiores estímulos.
Para ele, somente sinais de uma redução na taxa de juros pode "animar" a produção industrial.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a atividade industrial.
Encomenda para Páscoa "salva" indústria em fevereiro
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A produção da indústria de São Paulo cresceu 1,9% em fevereiro sobre janeiro, com ajuda das encomendas do varejo para a Páscoa em março e da maior oferta de crédito à pessoa física. Mas essa melhora do índice de atividade da indústria, conhecido como INA, foi insuficiente para dissipar as preocupações sobre uma perda de dinamismo do setor devido aos juros elevados.
O setor de máquinas e equipamentos desaqueceu, numa indicação de que o ritmo de investimentos da classe empresarial deve ceder. Sem sinais de aquecimento do consumo no curto prazo, os empresários mostram desânimo para aplicar recursos em suas linhas de montagem.
"Nós ainda não estamos vendo nuvens negras no horizonte", afirma Boris Tabacof, diretor do departamento de economia da Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).
O consumo ainda é beneficiado pela recuperação vista nos últimos meses dos salários e do nível de emprego.
A pesquisa do Ciesp e da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) apontou crescimento no total de horas pagas (+5,4%) e de salários pagos (+9,9%) na comparação com fevereiro do ano passado, mesmo considerando a inflação do período.
As indústrias de bens de consumo tiveram bom desempenho e puxaram o indicador no mês passado. O nível de atividade de alimentos e bebidas aumentou 7,2% no período, resultado das exportações do setor de sucos. O setor de transportes também mostrou desempenho positivo, com alta de 7,8%, num efeito das vendas externas de aviões.
"No ano passado, o mês de fevereiro foi muito pobre [em termos de atividade industrial]", afirma Paulo Francini, diretor do departamento de economia da Fiesp, relativizando o salto de 9,2%.
O problema está no setor de máquinas e equipamentos. O INA deste segmento caiu 2,5%, enquanto máquinas e equipamentos elétricos, outro ramo dos bens de capital, cedeu 2,2%. Francini diz que o ritmo de atividade da indústria praticamente estabilizou desde agosto, sem maiores estímulos.
Para ele, somente sinais de uma redução na taxa de juros pode "animar" a produção industrial.
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