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20/04/2005 - 09h15

BB pode prorrogar dívida por causa da seca

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da Folha de S.Paulo

O Banco do Brasil deve prorrogar o prazo para o pagamento de R$ 2 bilhões em empréstimos concedidos a produtores rurais afetados pela seca nas regiões Sul e Sudeste do país. O valor foi projetado pelo banco com base na procura que tem sido observada, até agora, para a renegociação dessas dívidas.

A medida faz parte de um programa de auxílio do governo federal às regiões atingidas pela estiagem. O atendimento aos interessados em obter a extensão dos prazos é realizado, desde o começo do mês, nas agências do BB.

A expectativa do banco é que 200 mil pedidos de prorrogação sejam feitos, sendo 120 mil deles somente no Rio Grande do Sul, um dos Estados mais prejudicados pela seca.

Os R$ 2 bilhões se referem a parcelas de empréstimos que venceriam neste ano mas que, com a extensão, poderão ser pagas num prazo que varia de um a cinco anos, dependendo da linha de crédito utilizada pelo produtor. Ao todo, a carteira de crédito rural do BB soma R$ 34 bilhões.

Além disso, o banco também deve prorrogar o prazo para o pagamento de outros R$ 500 milhões em financiamentos concedidos a produtores de algodão, milho e soja. A decisão foi tomada devido à queda dos preços desses produtos no mercado, que, aliada à recente valorização do real em relação ao dólar, reduz os ganhos dos agricultores.

Estímulo a estocar

O vice-presidente de agronegócios do Banco do Brasil, Ricardo Conceição, diz que a extensão dos prazos, nesse caso, tem por objetivo estimular os agricultores a estocar sua produção, aguardando momento mais favorável para efetuar a venda.

Conceição afirma, porém, que os prazos maiores concedidos aos agricultores não trarão prejuízos ao BB. "Temos provisões muitas vezes maiores do que possíveis perdas", diz. Provisão é o nome dado ao dinheiro que o banco deixa guardado para compensar prejuízos que possam acontecer ao longo do tempo.

Ainda assim, a concessão de prazos maiores para o pagamento dos empréstimos concedidos para a atual safra pode reduzir o volume de recursos disponíveis para o financiamento das próximas plantações.
"Neste ano, teremos menos retorno [dos créditos] do que teríamos em condições normais. No [próximo] plano de safra isso tem de ser levado em conta", diz o vice-presidente do banco.

Inicialmente, o Banco do Brasil pretendia destinar R$ 25,5 bilhões para a safra 2004/5, mas, diante da grande procura por financiamentos, decidiu aumentar esse orçamento em R$ 182 milhões. Entre julho do ano passado e março deste ano, já haviam sido liberados R$ 21,652 bilhões.

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