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03/05/2005 - 15h40

Aviação brasileira vive "bolha" de crescimento, diz Ozires Silva

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PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

O ex-presidente da Varig, Ozires Silva, disse hoje que as companhias aéreas saudáveis como Gol e TAM vivem hoje uma "bolha" de crescimento. "Pode ser que a gente esteja numa bolha. O problema básico persiste", disse ao comentar a situação do setor.

Para evitar que essas empresas sejam uma "Varig de amanhã", referindo-se ao endividamento da companhia, Silva defendeu hoje, durante a abertura do 1º Fórum Brasileiro para o Desenvolvimento da Aviação Civil, mudanças na regulamentação do setor.

Diferente da análise feita na última quinta-feira por diferentes representantes do governo de que não há crise no setor, Ozires Silva avaliou que a aviação civil brasileira enfrenta muitos pequenos problemas há muito tempo. Como exemplo, ele citou a tributação, as taxas aeroportuárias, os juros altos, a burocracia e o algo grau de interferência do governo nas decisões corporativas e operativas, como a definição de rotas.

Segundo ele, o governo não pode lavar as mãos diante da situação da aviação civil porque os principais insumos do setor passam pelo governo federal: as taxas, os seguros, o combustível, entre outros. "O governo tem uma instrumentação importante para beneficiar o transporte aéreo", afirmou ele ao cobrar uma ação para melhorar as condições do setor.

Já o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), George Ermakoff, considerou que o momento é de "prosperidade", resultado de uma política do DAC (Departamento de Aviação Civil) de restringir a oferta, o que promoveu um maior aproveitamento e rentabilidade para as empresas. "Não existe bolha", disse ao avaliar que esse momento positivo irá se manter se essa política não for alterada.

Ele destacou que a taxa de ocupação das aeronaves no Brasil estão próximas das taxas mundiais, registrando 68% nos últimos meses.

Assim como Ozires Silva, Ermakoff defendeu, no entanto, uma mudança de postura do governo com relação à Varig. "Não vejo saída se nada for feito. Se a Varig deixar de operar, as dívidas não vão ser pagas", alertou.

Na avaliação do presidente do Snea, o "encontro de contas" (troca de dívidas da empresa por créditos já reconhecidos na Justiça) com a Varig seria a melhor saída para a empresa. Segundo ele, isso possibilitaria a redução quase que à metade da dívida da empresa, que passaria a dever apenas a credores privados, cuja negociação ele avalia que seria mais fácil.

Fórum

Reunidos em Brasília, representantes dos diversos setores da aviação civil defenderam principalmente a redução da tributação sobre o combustível das aeronaves. Segundo Silva, esses tributos representam 44% do preço do combustível. Nos Estados Unidos essa relação seria de 12% e na Europa de zero.

Para tentar criar um novo canal de comunicação com o governo e com o Poder Legislativo, o fórum deverá criar uma confederação do setor.

Ao final do evento, nesta quarta-feira, o fórum irá elaborar um diagnóstico do setor, cujas ações serão conduzidas pela nova confederação.

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