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05/05/2005
-
09h59
da Folha de S.Paulo
A Polícia Federal prendeu ontem, nos Estados do Paraná, de Mato Grosso do Sul, de Mato Grosso e de São Paulo, pelo menos 60 pessoas suspeitas de pertencer a uma das maiores quadrilhas de contrabandistas de mercadorias do Paraguai para o Brasil. Entre os presos, está o empresário José Doniseth Balan, apontado como o cabeça da organização.
Ele foi preso em casa, em Eldorado (MS), no início da manhã.
Para prender Balan e mais 86 pessoas acusadas de gerenciar ou apoiar a quadrilha, a Polícia Federal desenvolveu uma megaoperação -batizada de Hidra- nos quatro Estados e, para executá-la, mobilizou 650 homens de seus quadros e cerca de 450 outros agentes públicos no apoio, como policiais militares e rodoviários e auditores da Receita Federal.
A operação foi concentrada em Maringá (noroeste do Paraná), de onde a Justiça Federal expediu os 87 mandados de prisão temporária (de cinco dias, prorrogáveis), 149 autorizações de busca e apreensão em sedes de empresas, escritórios e depósitos e 422 mandados de apreensão de veículos. Esse é o volume de carros --incluindo carretas, reboques e caminhões-- usados no contrabando e no descaminho identificados em investigações da PF.
Até o início da noite de ontem, 29 prisões haviam sido confirmadas na região de Maringá, 20 em MS, 9 em SP e 2 em MT. Cerca de 400 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e a operação prosseguiria hoje. O grupo preso no Paraná inclui um policial federal, cinco PMs e policiais rodoviários estaduais e um fiscal de carga de empresa do Estado corrompidos pela quadrilha, segundo a investigação.
"Com a Hidra, estamos cortando as cabeças do contrabando no Brasil", disse o superintendente da PF no Paraná, Jaber Makul Hanna Saadi, que viajou de Curitiba a Maringá para acompanhar o trabalho. O nome foi inspirado na serpente de sete cabeças e sopro mortal da mitologia grega.
Em investigações que se estenderam por dez meses, a PF descobriu que a organização de Balan tinha vários "gerentes" com poder de decisão local, mas todos subordinados a ele. A primeira reunião de delegados que definiu o início das investigações ocorreu em Brasília, em abril de 2004.
Força por terra
Segundo Saadi, a quadrilha é uma das maiores na movimentação de mercadorias do Paraguai para o Brasil. Ele disse que o contrabando e o descaminho também usam os portos como alternativa, mas que a quadrilha de Balan "era forte por terra". Cigarros, eletrodomésticos, aparelhos hospitalares, agrotóxicos, medicamentos e eletrônicos eram os produtos mais contrabandeados. "Eles não tinham limites para mercadorias. Traziam o que fosse interessante", afirmou Saadi.
As apreensões de ontem não foram representativas em mercadorias. O superintendente da PF disse que o interesse era sobre documentos recolhidos nas empresas investigadas. Saadi acredita que as prisões temporárias possam ser transformadas em preventivas, pela Justiça Federal, para que os suspeitos permaneçam presos até serem julgados.
Formação de quadrilha, contrabando, descaminho, estelionato, corrupção ativa e passiva, adulteração de medicamentos e falsificação são alguns dos crimes de que o grupo é acusado.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre contrabando
PF prende 60 sob suspeita de contrabando
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A Polícia Federal prendeu ontem, nos Estados do Paraná, de Mato Grosso do Sul, de Mato Grosso e de São Paulo, pelo menos 60 pessoas suspeitas de pertencer a uma das maiores quadrilhas de contrabandistas de mercadorias do Paraguai para o Brasil. Entre os presos, está o empresário José Doniseth Balan, apontado como o cabeça da organização.
Ele foi preso em casa, em Eldorado (MS), no início da manhã.
Para prender Balan e mais 86 pessoas acusadas de gerenciar ou apoiar a quadrilha, a Polícia Federal desenvolveu uma megaoperação -batizada de Hidra- nos quatro Estados e, para executá-la, mobilizou 650 homens de seus quadros e cerca de 450 outros agentes públicos no apoio, como policiais militares e rodoviários e auditores da Receita Federal.
A operação foi concentrada em Maringá (noroeste do Paraná), de onde a Justiça Federal expediu os 87 mandados de prisão temporária (de cinco dias, prorrogáveis), 149 autorizações de busca e apreensão em sedes de empresas, escritórios e depósitos e 422 mandados de apreensão de veículos. Esse é o volume de carros --incluindo carretas, reboques e caminhões-- usados no contrabando e no descaminho identificados em investigações da PF.
Até o início da noite de ontem, 29 prisões haviam sido confirmadas na região de Maringá, 20 em MS, 9 em SP e 2 em MT. Cerca de 400 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e a operação prosseguiria hoje. O grupo preso no Paraná inclui um policial federal, cinco PMs e policiais rodoviários estaduais e um fiscal de carga de empresa do Estado corrompidos pela quadrilha, segundo a investigação.
"Com a Hidra, estamos cortando as cabeças do contrabando no Brasil", disse o superintendente da PF no Paraná, Jaber Makul Hanna Saadi, que viajou de Curitiba a Maringá para acompanhar o trabalho. O nome foi inspirado na serpente de sete cabeças e sopro mortal da mitologia grega.
Em investigações que se estenderam por dez meses, a PF descobriu que a organização de Balan tinha vários "gerentes" com poder de decisão local, mas todos subordinados a ele. A primeira reunião de delegados que definiu o início das investigações ocorreu em Brasília, em abril de 2004.
Força por terra
Segundo Saadi, a quadrilha é uma das maiores na movimentação de mercadorias do Paraguai para o Brasil. Ele disse que o contrabando e o descaminho também usam os portos como alternativa, mas que a quadrilha de Balan "era forte por terra". Cigarros, eletrodomésticos, aparelhos hospitalares, agrotóxicos, medicamentos e eletrônicos eram os produtos mais contrabandeados. "Eles não tinham limites para mercadorias. Traziam o que fosse interessante", afirmou Saadi.
As apreensões de ontem não foram representativas em mercadorias. O superintendente da PF disse que o interesse era sobre documentos recolhidos nas empresas investigadas. Saadi acredita que as prisões temporárias possam ser transformadas em preventivas, pela Justiça Federal, para que os suspeitos permaneçam presos até serem julgados.
Formação de quadrilha, contrabando, descaminho, estelionato, corrupção ativa e passiva, adulteração de medicamentos e falsificação são alguns dos crimes de que o grupo é acusado.
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