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06/05/2005
-
09h17
da Folha de S.Paulo
A Delegacia da Receita Federal em Dourados (MS) estima que a "Firma", quadrilha supostamente chefiada pelo empresário José Doniseth Balan, preso anteontem pela Polícia Federal, seja responsável por mais de 50% do transporte de mercadorias contrabandeadas do Paraguai para o Brasil, entre eletrônicos, cigarros e até agrotóxicos.
O empresário foi preso durante a operação Hidra, da PF. Um balanço do final da tarde de ontem indicou um total de 65 pessoas presas (30 no Paraná, 23 em Mato Grosso do Sul, 9 em São Paulo e 3 em Mato Grosso) nos dois últimos dias.
"Quando terminar a investigação, vamos levantar quantas carretas foram apreendidas e quanto era exatamente transportado por mês", afirmou o delegado da Receita Edson Ishikawa, que atua na região de fronteira. Só na cidade de Dourados, 22 carretas foram apreendidas.
Segundo a PF, a quadrilha movimentava R$ 30 milhões por mês e, nos últimos anos, foram apreendidos 4,1 milhões de maços de cigarros com o grupo.
A "Firma" de Balan tinha ligações, segundo o Ministério Público Federal, com Roberto Eleutério da Silva, o Lobão, preso em setembro de 2003 sob acusação de comandar a partir de São Paulo o contrabando de cigarros no país.
O nome de Balan e de sua empresa Transbalan, situada em Maringá (noroeste do Paraná), apareceram nas escutas telefônicas feitas com autorização da Justiça que sustentaram a prisão de Lobão.
Ele foi condenado em junho do ano passado a 22 anos, quatro meses e 15 dias de prisão pelos crimes de contrabando, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
O MPF diz que Balan e seu irmão Laércio José, que morreu em 2004, eram responsáveis "por grandes remessas de cigarros paraguaios falsificados destinados ao mercado brasileiro". Os dois mantinham, ainda segundo o MPF, "vínculos fortes com autoridades fronteiriças, pois nunca tiveram interrompida sua atuação e já foram alvos de inquérito da PF de Foz do
Iguaçu (PR) em fevereiro de 2002".
Nas escutas telefônicas havia conversas entre supostos funcionários de Balan e de Lobão.
A família Balan mora em Eldorado (345 km de Campo Grande), município na divisa com o Paraná e próximo à fronteira com o Paraguai. Pedro Luiz, tio de Balan, foi prefeito da cidade pelo PMDB (1996-2000).
Procurada pela Folha, a advogada de Balan, Irene dos Santos Almeida, não telefonou de volta. Desde anteontem, a reportagem tenta um contato com ela.
A Polícia Federal em Dourados informou que o advogado de Balan na cidade ainda não se apresentou.
Hidra
À Polícia Federal ainda falta cumprir outros 22 mandados de prisão da operação Hidra. Ontem a Justiça Federal em Maringá autorizou a quebra de sigilo bancário de cerca de 60 contas dos chefes da quadrilha e de "laranjas" do esquema de contrabando do Paraguai para o Brasil.
Não há ainda um balanço do material apreendido nem do número de veículos recolhidos. A Justiça expediu 422 mandados de recolhimento de carros. A Polícia Federal diz que a operação ainda está em curso e que não tem prazo para acabar.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre contrabando
Grupo transportava 50% do contrabando
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A Delegacia da Receita Federal em Dourados (MS) estima que a "Firma", quadrilha supostamente chefiada pelo empresário José Doniseth Balan, preso anteontem pela Polícia Federal, seja responsável por mais de 50% do transporte de mercadorias contrabandeadas do Paraguai para o Brasil, entre eletrônicos, cigarros e até agrotóxicos.
O empresário foi preso durante a operação Hidra, da PF. Um balanço do final da tarde de ontem indicou um total de 65 pessoas presas (30 no Paraná, 23 em Mato Grosso do Sul, 9 em São Paulo e 3 em Mato Grosso) nos dois últimos dias.
"Quando terminar a investigação, vamos levantar quantas carretas foram apreendidas e quanto era exatamente transportado por mês", afirmou o delegado da Receita Edson Ishikawa, que atua na região de fronteira. Só na cidade de Dourados, 22 carretas foram apreendidas.
Segundo a PF, a quadrilha movimentava R$ 30 milhões por mês e, nos últimos anos, foram apreendidos 4,1 milhões de maços de cigarros com o grupo.
A "Firma" de Balan tinha ligações, segundo o Ministério Público Federal, com Roberto Eleutério da Silva, o Lobão, preso em setembro de 2003 sob acusação de comandar a partir de São Paulo o contrabando de cigarros no país.
O nome de Balan e de sua empresa Transbalan, situada em Maringá (noroeste do Paraná), apareceram nas escutas telefônicas feitas com autorização da Justiça que sustentaram a prisão de Lobão.
Ele foi condenado em junho do ano passado a 22 anos, quatro meses e 15 dias de prisão pelos crimes de contrabando, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
O MPF diz que Balan e seu irmão Laércio José, que morreu em 2004, eram responsáveis "por grandes remessas de cigarros paraguaios falsificados destinados ao mercado brasileiro". Os dois mantinham, ainda segundo o MPF, "vínculos fortes com autoridades fronteiriças, pois nunca tiveram interrompida sua atuação e já foram alvos de inquérito da PF de Foz do
Iguaçu (PR) em fevereiro de 2002".
Nas escutas telefônicas havia conversas entre supostos funcionários de Balan e de Lobão.
A família Balan mora em Eldorado (345 km de Campo Grande), município na divisa com o Paraná e próximo à fronteira com o Paraguai. Pedro Luiz, tio de Balan, foi prefeito da cidade pelo PMDB (1996-2000).
Procurada pela Folha, a advogada de Balan, Irene dos Santos Almeida, não telefonou de volta. Desde anteontem, a reportagem tenta um contato com ela.
A Polícia Federal em Dourados informou que o advogado de Balan na cidade ainda não se apresentou.
Hidra
À Polícia Federal ainda falta cumprir outros 22 mandados de prisão da operação Hidra. Ontem a Justiça Federal em Maringá autorizou a quebra de sigilo bancário de cerca de 60 contas dos chefes da quadrilha e de "laranjas" do esquema de contrabando do Paraguai para o Brasil.
Não há ainda um balanço do material apreendido nem do número de veículos recolhidos. A Justiça expediu 422 mandados de recolhimento de carros. A Polícia Federal diz que a operação ainda está em curso e que não tem prazo para acabar.
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