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17/11/2000
-
14h04
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC aprovou hoje hoje cedo durante assembléia na porta das fábricas da Volkswagen, Ford, Scania e Mercedes-Benz o retorno ao trabalho de cerca de 55 mil trabalhadores, em greve desde segunda-feira.
Os operários aceitaram os termos do julgamento de ontem do TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho), que concedeu 10% de reajuste para a categoria, 90 dias de estabilidade no emprego e pagamento das horas paradas.
Mas apesar da volta ao trabalho, os metalúrgicos do ABC também aprovaram na assembléia a manutenção do "estado de greve" -alerta para o caso das empresas recorrerem ao TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília.
"Se os empresários recorreram ao TST, os metalúrgicos voltam imediatamente à greve", afirmou Luiz Marinho, presidente do sindicato.
Contra-ataque
As montadoras vão começar uma campanha pela competitividade da indústria automotiva paulista para reverter o julgamento do TRT-SP.
Um dos principais argumentos do setor automobilístico é o custo da mão-de-obra do metalúrgico de São Paulo, que segundo o Sinfavea (Sindicato dos Fabricantes de Veículos Automotores) é o mais alto do país.
"Contamos com a sensibilidade dos sindicatos e dos Tribunais para entender que a competitividade da indústria paulista será afetada com esse reajuste e no final quem sairá perdendo é o próprio trabalhador, que terá seu emprego ameaçado", disse o negociador salarial do Sinfavea, Valter Trigo.
Segundo ele, o trabalhador de São Paulo é o mais caro do Brasil, recebendo cerca de R$ 25 mil por ano entre salário, 13º e participação nos lucros. "Nos outros Estados, os metalúrgicos recebem 40% menos. O operário de montadora de São Paulo é o mais caro do país."
Trigo disse que a indústria automotiva paulista registra perda de produção desde 1996 enquanto as montadoras de outros Estados aumentam sua produtividade.
Segundo o Sinfavea, as montadoras paulistas produziram:
1996: 1,250 milhão de veículos
1997: 1,433 milhão de veículos
1998: 1,150 milhão de veículos
1999: 857 mil veículos
Para este ano, o Sinfavea prevê uma produção de 970 mil veículos no Estado de São Paulo. No país todo, a produção vai alcançar 1,6 milhão de unidades.
No ano passado, as montadoras produziram 1,350 milhão de veículos. Isso representa que a indústria automotiva espera crescer em produção este ano 18,5% em relação a 1999.
Já o crescimento da indústria automotiva paulista em 2000 será de 13,1% em relação aos 857 mil veículos produzidos em 1999.
Trigo disse que só na próxima semana o Sinfavea decidirá se recorrerá ou não da decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília.
E-mail: fabiana.futema@folha.com.br
Metalúrgicos mantêm estado de greve; montadoras se mobilizam
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da Folha Online
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC aprovou hoje hoje cedo durante assembléia na porta das fábricas da Volkswagen, Ford, Scania e Mercedes-Benz o retorno ao trabalho de cerca de 55 mil trabalhadores, em greve desde segunda-feira.
Os operários aceitaram os termos do julgamento de ontem do TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho), que concedeu 10% de reajuste para a categoria, 90 dias de estabilidade no emprego e pagamento das horas paradas.
Mas apesar da volta ao trabalho, os metalúrgicos do ABC também aprovaram na assembléia a manutenção do "estado de greve" -alerta para o caso das empresas recorrerem ao TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília.
"Se os empresários recorreram ao TST, os metalúrgicos voltam imediatamente à greve", afirmou Luiz Marinho, presidente do sindicato.
Contra-ataque
As montadoras vão começar uma campanha pela competitividade da indústria automotiva paulista para reverter o julgamento do TRT-SP.
Um dos principais argumentos do setor automobilístico é o custo da mão-de-obra do metalúrgico de São Paulo, que segundo o Sinfavea (Sindicato dos Fabricantes de Veículos Automotores) é o mais alto do país.
"Contamos com a sensibilidade dos sindicatos e dos Tribunais para entender que a competitividade da indústria paulista será afetada com esse reajuste e no final quem sairá perdendo é o próprio trabalhador, que terá seu emprego ameaçado", disse o negociador salarial do Sinfavea, Valter Trigo.
Segundo ele, o trabalhador de São Paulo é o mais caro do Brasil, recebendo cerca de R$ 25 mil por ano entre salário, 13º e participação nos lucros. "Nos outros Estados, os metalúrgicos recebem 40% menos. O operário de montadora de São Paulo é o mais caro do país."
Trigo disse que a indústria automotiva paulista registra perda de produção desde 1996 enquanto as montadoras de outros Estados aumentam sua produtividade.
Segundo o Sinfavea, as montadoras paulistas produziram:
Para este ano, o Sinfavea prevê uma produção de 970 mil veículos no Estado de São Paulo. No país todo, a produção vai alcançar 1,6 milhão de unidades.
No ano passado, as montadoras produziram 1,350 milhão de veículos. Isso representa que a indústria automotiva espera crescer em produção este ano 18,5% em relação a 1999.
Já o crescimento da indústria automotiva paulista em 2000 será de 13,1% em relação aos 857 mil veículos produzidos em 1999.
Trigo disse que só na próxima semana o Sinfavea decidirá se recorrerá ou não da decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília.
E-mail: fabiana.futema@folha.com.br
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