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11/05/2005
-
09h38
JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio
A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) avançou para 0,87% em abril. Alimentos e administrados foram os principais responsáveis pela aceleração. Trata-se da maior taxa desde julho de 2004, quando o indicador havia apurado alta de 0,91%.
Em março, a variação registrada no IPCA havia sido de 0,61%. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado ficou acima das projeções de analistas. Segundo o último Relatório de Mercado do Banco Central, a expectativa era de uma variação de 0,80% em abril.
Segundo a gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eulina Nunes dos Santos, houve uma mudança no perfil de avanço dos preços. Em fevereiro, a alta da inflação foi concentrada nas matrículas e mensalidades escolares. Em março, a principal influência veio dos ônibus urbanos, com aumentos em São Paulo e Porto Alegre.
'Em abril, as altas foram muito mais dispersas: os alimentos aumentaram, praticamente todos os itens, ônibus urbanos, energia elétrica e várias tarifas', afirmou.
Os preços administrados foram responsáveis por praticamente metade da taxa de inflação do mês e devem continuar a pressionar o IPCA em maio. Está previsto o aumento da tarifa de energia elétrica em quatro regiões metropolitanas: Porto Alegre, Belo Horizonte, Fortaleza e Salvador. Além disso, o índice deve sofrer ainda o resíduo do aumento dos ônibus urbanos no Rio de Janeiro. Eles sofreram reajuste de 12,5% em 9 de abril.
O resultado sinaliza que o aumento dos juros aplicado pelo Banco Central pode não causar o impacto esperado no combate à inflação. Segundo a técnica do IBGE, os administrados foram influenciados em abril também pelo aumento da alíquota do ICMS (Imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços). 'Os administrados são itens indexados, como ônibus urbanos e energia elétrica. O reajuste é feito com base em índices passados, eles vêm trazendo a inflação passada', disse.
Apesar das dúvidas quanto à eficácia do aumento dos juros no combate à inflação, o resultado do IPCA pode trazer novo fôlego para a política de juros promovida pelo Banco Central desde setembro. Neste período a taxa passou de 16% ao ano para 19,5% ao ano.
No acumulado do ano, o IPCA registra alta de 2,68%. O resultado é superior à metade do centro da meta de inflação deste ano, de 5,1%.
Os itens que mais contribuíram para a aceleração no IPCA foram ônibus urbanos (alta de 2,57%) e remédios (3,26%). Juntos os dois itens tiveram impacto de 0,26 ponto percentual na inflação --cada um contribuiu com 0,13 ponto.
Também pesaram no IPCA o aumento da energia elétrica em cinco regiões. A alta no índice foi de 2,22%. Por último, o item alimentos subiu 0,81%, com destaque para leite pasteurizado (4,50%), pão francês (2,11%) e açúcar refinado (5,02%).
Segundo Santos, os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul e do excesso de chuvas no começo de ano finalmente chegaram ao consumidor. Com isso, produtos que têm preços regulados pelo mercado internacional tiveram o efeito do dólar minimizado.
'O dólar continua contribuindo no sentido de conter os preços, mas o efeito este mês foi mascarado em razão dos sérios problemas que ocorreram na agricultura', afirmou.
Também contribuíram os aumentos da gasolina (0,42%), telefone celular (1,38%), vestuário (0,92%), táxi (0,92%) e telefone fixo (0,69%).
Entre as regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, a taxa mais alta foi verificada em Porto Alegre (1,87%). A mais baixa foi apurada em Salvador (0,22%). Em São Paulo, a alta foi de 0,73%.
O IPCA se refere a famílias com rendimento entre um e 40 salários mínimos e abrange Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Brasília e Goiânia.
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Inflação da Fipe cai para 0,68% apesar do reajuste dos remédios
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Inflação pelo IPCA avança para 0,87%, maior taxa desde julho
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da Folha Online, no Rio
A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) avançou para 0,87% em abril. Alimentos e administrados foram os principais responsáveis pela aceleração. Trata-se da maior taxa desde julho de 2004, quando o indicador havia apurado alta de 0,91%.
Em março, a variação registrada no IPCA havia sido de 0,61%. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado ficou acima das projeções de analistas. Segundo o último Relatório de Mercado do Banco Central, a expectativa era de uma variação de 0,80% em abril.
Segundo a gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eulina Nunes dos Santos, houve uma mudança no perfil de avanço dos preços. Em fevereiro, a alta da inflação foi concentrada nas matrículas e mensalidades escolares. Em março, a principal influência veio dos ônibus urbanos, com aumentos em São Paulo e Porto Alegre.
'Em abril, as altas foram muito mais dispersas: os alimentos aumentaram, praticamente todos os itens, ônibus urbanos, energia elétrica e várias tarifas', afirmou.
Os preços administrados foram responsáveis por praticamente metade da taxa de inflação do mês e devem continuar a pressionar o IPCA em maio. Está previsto o aumento da tarifa de energia elétrica em quatro regiões metropolitanas: Porto Alegre, Belo Horizonte, Fortaleza e Salvador. Além disso, o índice deve sofrer ainda o resíduo do aumento dos ônibus urbanos no Rio de Janeiro. Eles sofreram reajuste de 12,5% em 9 de abril.
O resultado sinaliza que o aumento dos juros aplicado pelo Banco Central pode não causar o impacto esperado no combate à inflação. Segundo a técnica do IBGE, os administrados foram influenciados em abril também pelo aumento da alíquota do ICMS (Imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços). 'Os administrados são itens indexados, como ônibus urbanos e energia elétrica. O reajuste é feito com base em índices passados, eles vêm trazendo a inflação passada', disse.
Apesar das dúvidas quanto à eficácia do aumento dos juros no combate à inflação, o resultado do IPCA pode trazer novo fôlego para a política de juros promovida pelo Banco Central desde setembro. Neste período a taxa passou de 16% ao ano para 19,5% ao ano.
No acumulado do ano, o IPCA registra alta de 2,68%. O resultado é superior à metade do centro da meta de inflação deste ano, de 5,1%.
Os itens que mais contribuíram para a aceleração no IPCA foram ônibus urbanos (alta de 2,57%) e remédios (3,26%). Juntos os dois itens tiveram impacto de 0,26 ponto percentual na inflação --cada um contribuiu com 0,13 ponto.
Também pesaram no IPCA o aumento da energia elétrica em cinco regiões. A alta no índice foi de 2,22%. Por último, o item alimentos subiu 0,81%, com destaque para leite pasteurizado (4,50%), pão francês (2,11%) e açúcar refinado (5,02%).
Segundo Santos, os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul e do excesso de chuvas no começo de ano finalmente chegaram ao consumidor. Com isso, produtos que têm preços regulados pelo mercado internacional tiveram o efeito do dólar minimizado.
'O dólar continua contribuindo no sentido de conter os preços, mas o efeito este mês foi mascarado em razão dos sérios problemas que ocorreram na agricultura', afirmou.
Também contribuíram os aumentos da gasolina (0,42%), telefone celular (1,38%), vestuário (0,92%), táxi (0,92%) e telefone fixo (0,69%).
Entre as regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, a taxa mais alta foi verificada em Porto Alegre (1,87%). A mais baixa foi apurada em Salvador (0,22%). Em São Paulo, a alta foi de 0,73%.
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