Publicidade
Publicidade
17/05/2005
-
09h42
BRUNO LIMA
da Folha de S.Paulo
A portuguesa TAP confirmou ontem que o acordo que assinou na semana passada com a Varig está relacionado à sua intenção de adquirir até 20% do capital acionário da aérea brasileira. A hipótese de fusão entre as duas companhias foi afastada.
A legislação brasileira só autoriza a venda a estrangeiros de 20% do capital da Varig. Em nota divulgada ontem pela TAP em Lisboa, fica claro que, mesmo negociando apenas a participação minoritária, o interesse da portuguesa na compra só surgiu depois que a Fundação Ruben Berta --atual controladora da Varig, com 87% das ações ordinárias-- anunciou que concordava em ceder o controle da empresa.
No comunicado, o administrador da TAP, Fernando Pinto, diz que a decisão da fundação abriu "uma janela de oportunidade para tentar estabelecer uma dimensão estratégica no Atlântico Sul, reforçando-se, por outro lado, a aliança já existente entre as duas companhias no âmbito da Star Alliance". A TAP aderiu à Star Alliance em março deste ano, mês em que completou 60 anos. A parceria envolve 16 empresas aéreas no mundo, entre elas a Varig, a United e a Lufthansa.
A declaração pressupõe que, para a Varig fechar negócio com a TAP, será preciso que outro investidor --brasileiro-- entre em cena e que ele, e não mais a fundação, seja o controlador.
Fernando Pinto é brasileiro e presidiu a Varig entre 1996 e 2000 --saiu após divergências com os curadores que comandavam a Fundação Ruben Berta na época.
Na mesma nota, Pinto afirma ainda que "está fora de questão qualquer cenário de fusão, devendo as duas companhias manter-se independentes, embora tirando partido das inúmeras sinergias que podem ser criadas". Segundo analistas, entre as "sinergias" pode estar o aumento do compartilhamento de vôos já existente.
A grande dúvida é se as negociações realmente vão evoluir para a compra. E a dúvida está claramente colocada no próprio fato relevante anunciado ontem pela Varig à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e à Bolsa.
No texto, a FRB-Par (braço de investimentos da Fundação Ruben Berta) diz que assinou com a TAP "memorando de entendimentos com o objetivo de conduzir negociações que levem à capitalização, direta ou indireta, das [duas] empresas", mas ressalta que "as negociações estão apenas se iniciando, sem que haja garantia de sua conclusão".
Segundo a Folha apurou, foi exigência da TAP que ficasse explícito que o negócio está ainda em fase inicial. Para o governo português, que controla a TAP, é uma questão delicada justificar o investimento no Brasil quando tem, em seu território, outra aérea privada que não passa por boa fase --a Portugália. Para a Varig, a intenção é ter uma proposta formal, no papel, para apresentar ao governo e barganhar prazos e crédito na Infraero e na Petrobras.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Varig e a Infraero
TAP quer 20% da Varig, mas descarta fusão
Publicidade
da Folha de S.Paulo
A portuguesa TAP confirmou ontem que o acordo que assinou na semana passada com a Varig está relacionado à sua intenção de adquirir até 20% do capital acionário da aérea brasileira. A hipótese de fusão entre as duas companhias foi afastada.
A legislação brasileira só autoriza a venda a estrangeiros de 20% do capital da Varig. Em nota divulgada ontem pela TAP em Lisboa, fica claro que, mesmo negociando apenas a participação minoritária, o interesse da portuguesa na compra só surgiu depois que a Fundação Ruben Berta --atual controladora da Varig, com 87% das ações ordinárias-- anunciou que concordava em ceder o controle da empresa.
No comunicado, o administrador da TAP, Fernando Pinto, diz que a decisão da fundação abriu "uma janela de oportunidade para tentar estabelecer uma dimensão estratégica no Atlântico Sul, reforçando-se, por outro lado, a aliança já existente entre as duas companhias no âmbito da Star Alliance". A TAP aderiu à Star Alliance em março deste ano, mês em que completou 60 anos. A parceria envolve 16 empresas aéreas no mundo, entre elas a Varig, a United e a Lufthansa.
A declaração pressupõe que, para a Varig fechar negócio com a TAP, será preciso que outro investidor --brasileiro-- entre em cena e que ele, e não mais a fundação, seja o controlador.
Fernando Pinto é brasileiro e presidiu a Varig entre 1996 e 2000 --saiu após divergências com os curadores que comandavam a Fundação Ruben Berta na época.
Na mesma nota, Pinto afirma ainda que "está fora de questão qualquer cenário de fusão, devendo as duas companhias manter-se independentes, embora tirando partido das inúmeras sinergias que podem ser criadas". Segundo analistas, entre as "sinergias" pode estar o aumento do compartilhamento de vôos já existente.
A grande dúvida é se as negociações realmente vão evoluir para a compra. E a dúvida está claramente colocada no próprio fato relevante anunciado ontem pela Varig à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e à Bolsa.
No texto, a FRB-Par (braço de investimentos da Fundação Ruben Berta) diz que assinou com a TAP "memorando de entendimentos com o objetivo de conduzir negociações que levem à capitalização, direta ou indireta, das [duas] empresas", mas ressalta que "as negociações estão apenas se iniciando, sem que haja garantia de sua conclusão".
Segundo a Folha apurou, foi exigência da TAP que ficasse explícito que o negócio está ainda em fase inicial. Para o governo português, que controla a TAP, é uma questão delicada justificar o investimento no Brasil quando tem, em seu território, outra aérea privada que não passa por boa fase --a Portugália. Para a Varig, a intenção é ter uma proposta formal, no papel, para apresentar ao governo e barganhar prazos e crédito na Infraero e na Petrobras.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice