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18/05/2005
-
10h54
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
O governo brasileiro não irá aceitar o sistema de salvaguardas (barreiras comerciais) defendido pela Argentina contra os produtos brasileiros, disse o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, aos diários portenhos "La Nación" e "Clarín".
"Acreditamos que os setores produtivos do Brasil e da Argentina podem realizar acordos. Sugerimos ao governo argentino que não utilizemos mecanismos de salvaguardas porque esse instrumento vai no sentido contrário do aprofundamento do Mercosul", disse Palocci.
Contrariando o que foi divulgado pela imprensa argentina na semana passada, o ministro acrescentou que seu colega argentino, Roberto Lavagna, não entregou nenhuma proposta de salvaguardas por escrito no encontro que tiveram durante a Cúpula América do Sul-Países Árabes, ocorrida em Brasília.
Diplomático, o ministro Palocci disse, no entanto, que não se opõe a que as salvaguardas sejam sugeridas em uma nova proposta. "Claro que não vetamos que as salvaguardas sejam sugeridas em uma nova proposta. O ministro Lavagna, como eu, não trabalha com vetos", disse.
Lavagna apenas lembrou os detalhes da proposta feita em setembro do ano passado e disse que haverá uma segunda, segundo Palocci.
A Argentina tem defendido que o mecanismo de salvaguardas pode ser usado mais amplamente sempre que a indústria de um dos países se sentir ameaçada pela entrada de importações. Para o presidente Néstor Kirchner, o "establishment" (classe dominante) paulista terá o monopólio da indústria na América do Sul se não houver medidas que ajudem a equilibrar o comércio.
Para o ministro brasileiro, entretanto, as dificuldades devido à competitividade e à concorrência existem para empresários tanto brasileiros quanto argentinos. Segundo ele, os produtos importados "não necessariamente impedem o processo de industrialização". "Nós, com um chip que importamos da China, fabricamos e exportamos celulares para o mundo."
Palocci disse que "os empresários brasileiros do vinho, do arroz, da cebola, do trigo fazem a mesma reclamação que os empresários argentinos. O problema existe nos dois lados".
O ministro disse que, com a renegociação realizada pelo governo argentino de sua dívida, a quantidade de investimentos na Argentina irá melhorar. "A Argentina fez uma operação de êxito e o ministro Lavagna pode mostrar um superávit sólido nas contas públicas."
Leia mais
Ao "Financial Times", Palocci prevê queda de juros até o final do ano
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o ministro Antonio Palocci
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Palocci rejeita pedido argentino de barreiras para Mercosul
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da Folha Online
O governo brasileiro não irá aceitar o sistema de salvaguardas (barreiras comerciais) defendido pela Argentina contra os produtos brasileiros, disse o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, aos diários portenhos "La Nación" e "Clarín".
"Acreditamos que os setores produtivos do Brasil e da Argentina podem realizar acordos. Sugerimos ao governo argentino que não utilizemos mecanismos de salvaguardas porque esse instrumento vai no sentido contrário do aprofundamento do Mercosul", disse Palocci.
Contrariando o que foi divulgado pela imprensa argentina na semana passada, o ministro acrescentou que seu colega argentino, Roberto Lavagna, não entregou nenhuma proposta de salvaguardas por escrito no encontro que tiveram durante a Cúpula América do Sul-Países Árabes, ocorrida em Brasília.
Diplomático, o ministro Palocci disse, no entanto, que não se opõe a que as salvaguardas sejam sugeridas em uma nova proposta. "Claro que não vetamos que as salvaguardas sejam sugeridas em uma nova proposta. O ministro Lavagna, como eu, não trabalha com vetos", disse.
Lavagna apenas lembrou os detalhes da proposta feita em setembro do ano passado e disse que haverá uma segunda, segundo Palocci.
A Argentina tem defendido que o mecanismo de salvaguardas pode ser usado mais amplamente sempre que a indústria de um dos países se sentir ameaçada pela entrada de importações. Para o presidente Néstor Kirchner, o "establishment" (classe dominante) paulista terá o monopólio da indústria na América do Sul se não houver medidas que ajudem a equilibrar o comércio.
Para o ministro brasileiro, entretanto, as dificuldades devido à competitividade e à concorrência existem para empresários tanto brasileiros quanto argentinos. Segundo ele, os produtos importados "não necessariamente impedem o processo de industrialização". "Nós, com um chip que importamos da China, fabricamos e exportamos celulares para o mundo."
Palocci disse que "os empresários brasileiros do vinho, do arroz, da cebola, do trigo fazem a mesma reclamação que os empresários argentinos. O problema existe nos dois lados".
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