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18/05/2005 - 20h12

Para indústria, decisão do Copom foca meta "irreal" de inflação

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da Folha Online

Os representantes da indústria criticaram a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que elevou hoje os juros básicos da economia para para 19,75% ao ano. Foi a nona alta consecutiva.

Para o diretor do Departamento de Economia do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, Boris Tabacof, os integrantes do Copom desconsideraram números do primeiro trimestre, que já mostram acomodação da produção industrial e do nível de emprego.

"As autoridades monetárias preferem manter o foco numa meta de inflação irrealista, que utiliza como parâmetro o IPCA. O índice já superou metade da meta nos primeiros quatro meses do ano", disse.

Segundo ele, "a atual política vem se mostrando inócua para reverter as expectativas de inflação". "Olhar o cenário internacional pujante, ao contrário do que se imaginava, em confronto com a realidade brasileira nos leva a acreditar que mais uma vez o Brasil, por erros internos, vai perdendo o bonde da história."

Para o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, a equipe econômica está "abusando na intensidade do tratamento". "E sem ao menos esperar o tempo necessário para que o mesmo apresente seus efeitos. O Banco Central deveria ser mais paciente e ajudar o governo a desenvolver outros instrumentos para controlar a inflação", disse ele.

CNI

O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, avalia que o custo imposto à sociedade pela política monetária não compensa.

Segundo ele, a medida aumenta fortemente a probabilidade de que o ritmo de queda da atividade econômica se intensifique.

"A meu ver é uma posição equivocada, que irá impor custos adicionais e desnecessários ao país", afirma em nota.

Segundo Monteiro Neto, a nova alta irá produzir uma desaceleração mais forte na atividade econômica e comprometer todo esse esforço exportador que o país realiza, contribuindo para que o Brasil aumente seu déficit nominal, causando impacto na própria dívida pública.

"Lamentavelmente o Banco Central persevera nesse caminho que impõe custos à sociedade, desproporcionais ao resultado ou à efetividade dessa política monetária", ponderou o presidente da Confederação.

Firjan

A Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) condenou a decisão do Banco Central. Em nota, a Firjan afirma que "na avaliação do setor industrial, os efeitos do atual processo de elevação das taxas de juros ainda não se fizeram sentir plenamente sobre a economia".

A expectativa da federação é de uma taxa de crescimento menos intensa nos próximos 12 meses. A Firjan afirma que continua defendendo que o atual aperto monetário seja complementado por uma agenda ampla que inclua medidas de melhoria do ambiente de negócios e de redução dos gastos correntes do governo.

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