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19/05/2005
-
14h17
PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília
Um novo atraso nos estudos para a definição da TV Digital no Brasil poderá significar o fim do padrão brasileiro. A avaliação é do secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Paulo Lustosa.
"Eu avisei na última reunião [do grupo gestor] que se a TV Digital não for entregue até 10 de dezembro, acabou o modelo brasileiro. A sociedade não pode esperar, a indústria não pode esperar, os parceiros latino-americanos não podem esperar', disse Lustosa hoje referindo-se ao atraso nas pesquisas, previstas para serem concluídas inicialmente em março deste ano.
Os contratos com essas instituições, no entanto, foi assinado pelo governo somente no final de fevereiro deste ano, com 12 meses de atraso com relação ao cronograma previsto inicialmente.
De acordo com decreto presidencial de novembro de 2003, o Comitê de Desenvolvimento, instalado em março de 2004, formado por vários ministros, teria 12 meses para concluir os estudos. Como os contratos foram assinados somente neste ano, ficou acertado que o prazo para a apresentação dos estudos seria prorrogado até o dia 10 de dezembro, e não mais em março. A definição do governo sobre o padrão ficaria, então, para o dia 10 de fevereiro de 2006.
Ao criticar a demora nas definições do padrão da TV Digital, Lustosa reclamou também da "via-crúcis" do gestor público. "O modelo de administração pública brasileiro vive para alimentar a administração pública", afirmou o secretário ao comentar a necessidade de criação de grupos de trabalho para discutir as idéias no governo.
Durante apresentação feita hoje no Fórum de Políticas de Telecomunicações, realizado no Ministério das Comunicações, o secretário classificou esse tipo de grupo como uma "coisa esdrúxula", e citou Millôr Fernandes ao comentar que os grupos de trabalhos servem para "socializar o erro".
Segundo o secretário, a única coisa que um grupo de trabalho conseguiu produzir até agora foi o "dromedário: você vê que não consegue andar nele, é impossível de utilizar".
"Aí vem o CPqD [Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, fundação responsável pelo repasse dos recursos obtidos junto ao governo para as instituições de pesquisa] e diz que o secretário está sacaneando. O CPqD não sabe o drama do secretário-executivo para liberar recursos", disse ele..
Abert
Em documento distribuído durante o 23º Congresso Brasileiro de Radiodifusão realizado em Brasília, a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), também critica a demora em uma definição sobre a evolução da televisão brasileira.
A associação considera que falta foco nas discussões sobre o assunto, que envolve cerca de 1.200 pesquisadores e técnicos de 80 entidades de pesquisa, além de dez ministérios, a Anatel e o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI).
Em defesa da opção pela alta definição desde o início das transmissões da TV Digital, a Abert destaca que o interesse da maioria dos consumidores brasileiros com a evolução da TV aberta é continuar recebendo livre e gratuitamente seus programas favoritos com melhor qualidade de som, imagem e total interatividade. Para a Abert, a transmissão em alta definição é o maior diferencial da evolução tecnológica, por isso deve ser implementada o mais rapidamente possível.
Ao optar pela elaboração de um modelo brasileiro, no entanto, o governo pretende explorar também possibilidades de uso de equipamentos de baixo custo, além de permitir o acesso à internet via TV Digital.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a TV digital
Novo atraso sobre TV Digital pode enterrar padrão brasileiro
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da Folha Online, em Brasília
Um novo atraso nos estudos para a definição da TV Digital no Brasil poderá significar o fim do padrão brasileiro. A avaliação é do secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Paulo Lustosa.
"Eu avisei na última reunião [do grupo gestor] que se a TV Digital não for entregue até 10 de dezembro, acabou o modelo brasileiro. A sociedade não pode esperar, a indústria não pode esperar, os parceiros latino-americanos não podem esperar', disse Lustosa hoje referindo-se ao atraso nas pesquisas, previstas para serem concluídas inicialmente em março deste ano.
Os contratos com essas instituições, no entanto, foi assinado pelo governo somente no final de fevereiro deste ano, com 12 meses de atraso com relação ao cronograma previsto inicialmente.
De acordo com decreto presidencial de novembro de 2003, o Comitê de Desenvolvimento, instalado em março de 2004, formado por vários ministros, teria 12 meses para concluir os estudos. Como os contratos foram assinados somente neste ano, ficou acertado que o prazo para a apresentação dos estudos seria prorrogado até o dia 10 de dezembro, e não mais em março. A definição do governo sobre o padrão ficaria, então, para o dia 10 de fevereiro de 2006.
Ao criticar a demora nas definições do padrão da TV Digital, Lustosa reclamou também da "via-crúcis" do gestor público. "O modelo de administração pública brasileiro vive para alimentar a administração pública", afirmou o secretário ao comentar a necessidade de criação de grupos de trabalho para discutir as idéias no governo.
Durante apresentação feita hoje no Fórum de Políticas de Telecomunicações, realizado no Ministério das Comunicações, o secretário classificou esse tipo de grupo como uma "coisa esdrúxula", e citou Millôr Fernandes ao comentar que os grupos de trabalhos servem para "socializar o erro".
Segundo o secretário, a única coisa que um grupo de trabalho conseguiu produzir até agora foi o "dromedário: você vê que não consegue andar nele, é impossível de utilizar".
"Aí vem o CPqD [Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, fundação responsável pelo repasse dos recursos obtidos junto ao governo para as instituições de pesquisa] e diz que o secretário está sacaneando. O CPqD não sabe o drama do secretário-executivo para liberar recursos", disse ele..
Abert
Em documento distribuído durante o 23º Congresso Brasileiro de Radiodifusão realizado em Brasília, a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), também critica a demora em uma definição sobre a evolução da televisão brasileira.
A associação considera que falta foco nas discussões sobre o assunto, que envolve cerca de 1.200 pesquisadores e técnicos de 80 entidades de pesquisa, além de dez ministérios, a Anatel e o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI).
Em defesa da opção pela alta definição desde o início das transmissões da TV Digital, a Abert destaca que o interesse da maioria dos consumidores brasileiros com a evolução da TV aberta é continuar recebendo livre e gratuitamente seus programas favoritos com melhor qualidade de som, imagem e total interatividade. Para a Abert, a transmissão em alta definição é o maior diferencial da evolução tecnológica, por isso deve ser implementada o mais rapidamente possível.
Ao optar pela elaboração de um modelo brasileiro, no entanto, o governo pretende explorar também possibilidades de uso de equipamentos de baixo custo, além de permitir o acesso à internet via TV Digital.
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