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27/05/2005 - 09h44

Skaf defende "união pela dor" com vizinhos contra

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MAELI PRADO
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires

Considerando o crescimento da economia argentina em 2004 e o câmbio do país vizinho, mais favorável às exportações do que o brasileiro atualmente, a situação dos empresários argentinos não é pior que a dos brasileiros.

A consideração é do presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, que participou ontem na cidade de Mar del Plata da cerimônia de posse do novo presidente da UIA (União Industrial Argentina), Héctor Mendéz.

Em entrevista à imprensa brasileira, Skaf afirmou que, analisados o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) e a variação cambial dos dois países, "nós que teríamos que pedir salvaguardas". O presidente da entidade declarou ainda que, mais do que nunca, os dois países devem se unir para evitar uma invasão de produtos chineses.

"Enquanto temos um caso como o da China, vamos nos preocupar com questões pequenas?", questionou o presidente da Fiesp.

Skaf sustentou que esse é o melhor momento para a união porque a indústria brasileira luta pela regulamentação da aplicação de salvaguardas para alguns produtos do país asiático. Além disso, o presidente da entidade lembrou que o Brasil ainda não reconheceu oficialmente a China como economia de mercado.

"Comentei essa questão [durante a posse do novo presidente da UIA] e senti um eco muito forte entre os empresários argentinos. Se não é uma união pelo amor, que seja pela dor", disse o presidente da entidade.
Ele declarou ter sido "muito bem recebido" pelos empresários argentinos durante o evento da UIA. "Está tudo paz e amor. Fomos muito bem recebidos, em um clima muito bom", disse.

Segundo ele, representantes das indústrias do Brasil e da Argentina devem voltar a se encontrar, possivelmente na última semana de junho, em Campos de Jordão. "Vamos propor a participação dos chanceleres dos dois países na reunião [...] Não podemos deixar que umas poucas divergências atrapalhem o Mercosul."

Skaf não quis voltar a comentar as recentes declarações do presidente argentino, Néstor Kirchner, que afirmou nesta semana à imprensa que "os industriais paulistas têm que esquecer de querer fazer uma São Paulo com indústrias e que toda a periferia, inclusive o próprio Brasil, ofereça serviços e matérias primas". "Isso é passado", disse Skaf.

Nesta semana, empresários do setor de calçados dos dois países estiveram reunidos em Buenos Aires para tentar chegar a um acordo formal para o estabelecimento de cotas para o ingresso do produto brasileiro no país vizinho. Uma nova reunião acontecerá na próxima semana.

O governo argentino propôs ao Brasil a institucionalização de salvaguardas como forma de equilibrar o que classifica como "assimetrias comerciais" na relação entre os dois países.

Em março, o déficit comercial da Argentina com o Brasil chegou a US$ 334 milhões, o pior resultado desde pelo menos janeiro de 2002. Em abril, o país voltou a registrar déficit --o 23º consecutivo--, de US$ 250 milhões.

Especial
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