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27/05/2005 - 10h20

Empresários brasileiros e argentinos trocam críticas em Mar del Plata

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da Folha Online

Após uma onda de divergências públicas entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner, agora chegou a vez de empresários brasileiros e argentinos trocarem críticas.

Segundo o jornal argentino "Clarín", durante o 5º Fórum da Indústria da Argentina, realizado ontem em Mar del Plata (Argentina), os presidentes da UIA (União Industrial Argentina), Héctor Méndez, e da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, deixaram claras suas divergências sobre a política industrial dos dois países.

"De que se queixam os argentinos se o tipo de câmbio hoje lhes favorece e torna sua indústria mais competitividade", afirmou Skaf, que há vários meses não esconde suas críticas ao real valorizado.

No Brasil, o dólar tem girado em torno de R$ 2,40 nos últimos dias, enquanto na Argentina compra cerca de 2,90 pesos. Em tese, o câmbio mais desvalorizado do país vizinho aumenta a competitividade da indústria local.

Skaf também afirmou que "a Argentina vai crescer neste ano o dobro do Brasil". Segundo ele, o país vizinho terá expansão econômica de 6%, contra 3,5% do Brasil.

Além disso, ele ainda disse que "os argentinos também podem comprar empresas" no Brasil. A afirmação rebate críticas de empresários argentinos após a compra da petrolífera Pecom pela Petrobras, da cervejaria Quilmes pela AmBev e da fabricante de cimento Loma Negra pela Camargo Corrêa, entre outros negócios.

O presidente da UIA contestou as afirmações. "Se hoje temos um tipo de câmbio melhor é porque há dois anos temos política industrial", rebateu.

"Nós empresários fomos responsáveis pelo fechamento de muitas fábricas porque não lutamos por uma política industrial. Agora que temos uma o Brasil não pode querer um pedaço", disparou.

Diversos setores industriais argentinos têm defendido o estabelecimento de restrições para importações do Brasil. Entre eles, estão empresários do setor de eletroeletrônicos, têxteis e calçados. Por outro lado, produtores brasileiros também têm apresentado queixas, como empresários de vinho, por exemplo.

A disputa entre empresários contaminou o campo político. O presidente argentino, Néstor Kirchner, acusou nesta semana empresários paulistas de quererem o monopólio da indústria da América do Sul.

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