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19/11/2000
-
12h24
CÉLIA CHAIM
da Folha de S. Paulo
Os funcionários do Banespa poderiam recorrer à filha ilustre de uma funcionária aposentada da agência Avenidas, em São Paulo, para "vender" seu projeto contra a privatização. Luana Piovani, a atriz que derruba corações nas novelas da TV Globo, tem uma ligação umbilical com o banco.
Ela nasceu e cresceu no colo de uma "banespiana" típica, Francis Piovani, que começou sua carreira como concursada em Jaboticabal, no interior de São Paulo, e chegou à função de gerente.
Francis se orgulha do sucesso da filha famosa. Mas também se orgulha de seu trabalho durante 24 anos "numa instituição financeira que estimula a economia nas pequenas cidades, concedendo crédito aos pequenos agricultores".
Descartando o que considera a pior possibilidade (a venda para grupos estrangeiros), ela pergunta: o que o Itaú e o Bradesco vão fazer com agências vizinhas do Banespa? E responde: "Fechar a agência do Banespa e demitir seus funcionários."
Francis faz parte dos 84% de funcionários contrários à venda do Banespa. Eles acreditam que haverá um processo de renovação do quadro funcional e a troca de funcionários mais velhos com salários mais altos por jovens com salários mais baixos. Outro motivo apontado é "o fim do papel social do banco no financiamento agrícola".
Entre os 22% favoráveis à privatização, os dois argumentos principais são a motivação do funcionalismo e o fim da interferência política (e dos desvios). Esses números fazem parte de um levantamento para detalhar o perfil do "banespiano", encomendado pela Afubesp, a associação dos funcionários.
A classe econômico-social que prevalece entre os 40 mil funcionários (ativos e inativos) é a B, onde estão 60% do total. O índice de escolaridade é alto: 36% cursaram o segundo grau e 62% têm superior completo.
Na composição por idade, o banco apresenta uma característica singular: dois em cada três funcionários têm mais de 35 anos. A maioria (60%) está na faixa de 35 a 40 anos de idade e é casada.
Metade dos funcionários recebe um salário que varia de R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00. Sua grande conquista está na aposentadoria. Até 1975, o banco complementava integralmente o salário do aposentado com 30 anos de trabalho. Hoje o funcionário contribui com 45% de sua previdência, e o banco garante 55%.
Há também outros benefícios, como os convênios feitos pela Afubesp (associação com 30 mil funcionários filiados, entre ativos e aposentados), a colônia de férias e o Esporte Clube Banespa.
Fundado em 1930, o clube é aberto a quem quiser se associar e concede aos funcionários isenção de taxa de associação (R$ 1.750,00) e redução de R$ 30 na taxa de manutenção (R$ 80).
A Afubesp tem a colônia de férias em Barbosa, no interior de São Paulo, e firmou convênios com farmácias, supermercados, óticas e centros de lazer, como o PlayCenter, de São Paulo.
Funcionários não aceitam privatização do Banespa
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da Folha de S. Paulo
Os funcionários do Banespa poderiam recorrer à filha ilustre de uma funcionária aposentada da agência Avenidas, em São Paulo, para "vender" seu projeto contra a privatização. Luana Piovani, a atriz que derruba corações nas novelas da TV Globo, tem uma ligação umbilical com o banco.
Ela nasceu e cresceu no colo de uma "banespiana" típica, Francis Piovani, que começou sua carreira como concursada em Jaboticabal, no interior de São Paulo, e chegou à função de gerente.
Francis se orgulha do sucesso da filha famosa. Mas também se orgulha de seu trabalho durante 24 anos "numa instituição financeira que estimula a economia nas pequenas cidades, concedendo crédito aos pequenos agricultores".
Descartando o que considera a pior possibilidade (a venda para grupos estrangeiros), ela pergunta: o que o Itaú e o Bradesco vão fazer com agências vizinhas do Banespa? E responde: "Fechar a agência do Banespa e demitir seus funcionários."
Francis faz parte dos 84% de funcionários contrários à venda do Banespa. Eles acreditam que haverá um processo de renovação do quadro funcional e a troca de funcionários mais velhos com salários mais altos por jovens com salários mais baixos. Outro motivo apontado é "o fim do papel social do banco no financiamento agrícola".
Entre os 22% favoráveis à privatização, os dois argumentos principais são a motivação do funcionalismo e o fim da interferência política (e dos desvios). Esses números fazem parte de um levantamento para detalhar o perfil do "banespiano", encomendado pela Afubesp, a associação dos funcionários.
A classe econômico-social que prevalece entre os 40 mil funcionários (ativos e inativos) é a B, onde estão 60% do total. O índice de escolaridade é alto: 36% cursaram o segundo grau e 62% têm superior completo.
Na composição por idade, o banco apresenta uma característica singular: dois em cada três funcionários têm mais de 35 anos. A maioria (60%) está na faixa de 35 a 40 anos de idade e é casada.
Metade dos funcionários recebe um salário que varia de R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00. Sua grande conquista está na aposentadoria. Até 1975, o banco complementava integralmente o salário do aposentado com 30 anos de trabalho. Hoje o funcionário contribui com 45% de sua previdência, e o banco garante 55%.
Há também outros benefícios, como os convênios feitos pela Afubesp (associação com 30 mil funcionários filiados, entre ativos e aposentados), a colônia de férias e o Esporte Clube Banespa.
Fundado em 1930, o clube é aberto a quem quiser se associar e concede aos funcionários isenção de taxa de associação (R$ 1.750,00) e redução de R$ 30 na taxa de manutenção (R$ 80).
A Afubesp tem a colônia de férias em Barbosa, no interior de São Paulo, e firmou convênios com farmácias, supermercados, óticas e centros de lazer, como o PlayCenter, de São Paulo.
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