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07/06/2005 - 09h52

Venda de trator cai no Brasil e sobe em SP

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CÍNTIA CARDOSO
da Folha de S.Paulo

Num momento em que o setor de maquinário agrícola nacional atravessa uma fase de retração nas vendas, o Estado de São Paulo acumula uma alta de 22% na venda de tratores entre janeiro e maio deste ano contra o mesmo período do ano passado, segundo levantamento da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). No Brasil, também nos primeiros cinco meses deste ano, as vendas de máquinas agrícolas caíram 33,8%.

A fartura da atividade sucroalcoleira nas lavouras paulistas tem sido o principal impulsionador do desempenho do Estado de São Paulo. A elevação do preço da cotação do açúcar no mercado internacional --alta acumulada de 21,7% nos últimos 12 meses-- ajuda a explicar a disposição do segmento para realizar novos investimentos. As fabricantes de máquinas acompanham a tendência. "A nossa estratégia é priorizar ações de marketing para esse mercado", diz José Luis Coelho, gerente regional de vendas da John Deere, subsidiária brasileira da empresa americana.

A CNH, empresa concorrente, também adota a tática. "Vamos voltar as nossas ações para os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo", afirmou Persio Pastri, diretor de Relações Externas da companhia. O executivo, porém, faz uma ressalva: "[A maior participação dessas regiões] não vai ser suficiente para equilibrar as vendas em queda no resto no Brasil".

Fator soja

Tradicionalmente, o segmento de grãos, com destaque para a soja, é a principal alavanca da venda de tratores e de colheitadeiras. Segundo o relatório da Anfavea divulgado ontem, as vendas de máquinas agrícolas em maio alcançaram 2.000 unidades, representando uma queda de 10,4% em relação a abril. Em comparação com maio do ano passado, a queda é de 44,8%.

Os percalços dos sojicultores neste ano acabaram refletindo na compra de máquinas. Em 2004, os produtores encontraram um cenário que conjugava preços elevados das commodities em relação a patamares históricos no mercado externo, boas safras no Brasil e câmbio favorável (aproximadamente R$ 3 em junho do ano passado).

Neste ano, o quadro mudou. Os preços internacionais da soja recuaram. No ano passado, em média, praticava-se US$ 350 por tonelada. Hoje, está em torno de US$ 250 por tonelada. E o real valorizado também pressiona para baixo a renda do agricultor. "Os produtores estão com as margens muito apertadas. Mal dá para cobrir os custos. Isso prejudicou muito o setor de maquinário e interrompeu o processo de renovação da frota nacional", avaliou o consultor agrícola Carlos Cogo. O consultor diz só 35% na frota agrícola nacional foi renovada.

"Por causa da quebra da safra, o Rio Grande do Sul, o Paraná e Santa Catarina frearam os investimentos de longo prazo. A maioria das empresas foi e voltou do Agrishow [principal feira de máquinas agrícolas que aconteceu em junho] sem nenhum pedido em carteira", afirmou Pastri.

Relatório da Anfavea mostra que foram vendidas 816 colheitadeiras para grãos entre janeiro e maio deste ano. No ano passado, foram 2.746 unidades em igual período. "Para as colheitadeiras, não há mais chance de recuperação neste ano", disse o diretor da CNH. Para tratores, as empresas aguardam o desempenho das vendas entre junho e setembro --período de vendagem mais forte-- antes de fazer suas projeções.

Especial
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