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08/06/2005 - 08h36

IGP-DI tem deflação de 0,25% em maio, diz FGV

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JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio de Janeiro

A inflação medida pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna) registrou uma taxa negativa de 0,25%. Em abril, o índice havia apurado alta de 0,51%.

Foi o menor patamar de inflação desde junho de 2003, quando o índice havia apurado queda de 0,70%. A deflação acompanhou o resultado de outros indicadores, que mostraram perda de fôlego do avanço de preços como o IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado), que teve deflação de 0,22% em maio.

A principal contribuição para o recuo nos preços veio do atacado. O IPA (Índice de Preços do Atacado) passou de 0,33% em abril para uma taxa negativa de 0,98% em maio.

Depois da normalização dos preços agrícolas após o fenômeno da estiagem no Rio Grande do Sul e com o efeito da taxa de câmbio, a queda nos preços chegou com mais intensidade em maio aos alimentos processados, que registraram deflação de 2,84% em maio, ante alta de 0,19% no mês anterior.

Os preços da agricultura tiveram influência decisiva na perda de fôlego do atacado. A taxa negativa das matérias-primas brutas, de 2,99%, contribuiu para uma queda de 0,48 ponto percentual no IPA. Dos 22 itens que compõem o grupo matérias-primas agropecuárias, 15 mostraram desaceleração, com destaque para trigo (de 10,24% para -6,32%) e bovinos (de -2,12% para -4,07%).

O recuo da inflação no atacado, no entanto, não ficou concentrado em um único produto. Os combustíveis para consumo (-3,30%) e os combustíveis para produção (-0,15%) mostraram desaceleração. No caso dos combustíveis para consumo, a principal influência foi o crescimento da safra de cana de açúcar no período.

Já os preços do combustível para produção, a pressão maior veio dos preços do petróleo no mercado internacional. Os bens de consumo duráveis também tiveram recuo nos preços e passaram de 0,66% para queda de 1,12%.

Na contramão, os bens de investimento (máquinas e equipamentos) avançaram 1,89% e os alimentos "in natura" subiram 1,02% em maio, depois de registrar deflação em abril.

Consumidor

A inflação no varejo também perdeu fôlego, mas num ritmo mais suave. A taxa do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) passou de 0,88% para 0,79%. Os grupos Alimentação e Transportes exerceram as principais contribuições para a redução da taxa, com o recuo nos preços das frutas e do transporte público urbano.

"Estamos vivendo uma dicotomia ainda mais radical com queda generalizada de preços no atacado, leve desaceleração no varejo e alta no núcleo da inflação ao consumidor", afirmou o coordenador de análises econômicas da FGV, Salomão Quadros.

O núcleo do IPC, que exclui os elementos mais voláteis, ficou em 0,73%, o maior patamar apurado desde junho de 2003, quando subiu 0,74%. Segundo a FGV, o avanço do núcleo em maio mesmo com o arrefecimento do IPC indica que a aceleração no varejo está disseminada em vários produtos.

Apesar disso, Quadros afirma que a tendência é que o movimento de desaceleração de preços no atacado chegue com mais intensidade ao varejo em no máximo dois meses.

Na construção civil houve alta de 2,09%, ante variação de 0,72% em abril. A principal pressão veio do item Mão-de-Obra, em razão dos reajustes salariais em Fortaleza (6,86%), Florianópolis (7,41%), Brasília (7,67%) e São Paulo (8,12%).

No acumulado dos últimos 12 meses, o IGP-DI registra alta de 8,36%. O índice é usado no reajuste das tarifas de telefonia. Segundo Quadros, este deverá ser o percentual usado no reajuste da telefonia, decidido em junho. Caberá á Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) definir o percentual a ser aplicado às companhias do setor.

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