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17/06/2005 - 09h03

Edemar é indiciado sob a acusação de cinco crimes

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SANDRA BALBI
da Folha de S.Paulo

A Polícia Federal indiciou ontem o banqueiro Edemar Cid Ferreira, dono do Banco Santos, seu filho Rodrigo Ferreira e seu sobrinho Ricardo Ferreira de Souza e Silva sob acusação de cinco crimes: lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta de instituição financeira, fraude contra investidores e informação falsa à fiscalização.

Com eles, chega a 20 o número de pessoas indiciadas pela PF no inquérito que apura se houve gestão fraudulenta na quebra do banco. Foram indiciados 13 diretores no início do mês e mais quatro na quarta-feira, sob as mesmas acusações e também por formação de quadrilha. O indiciamento ocorre quando a polícia considera ter indícios suficientes da prática de um crime.

Cid Ferreira já havia sido indiciado em outro inquérito da PF, a chamada "Operação Tango", no final de abril, sob suspeita de formação de quadrilha e gestão fraudulenta. "Os dois inquéritos devem ser unificados", disse Arnaldo Malheiros Filho, advogado da família do banqueiro.

Naquele caso, o banqueiro é suspeito de ter comprado do argentino César Arrieta a empresa Vale Couros que teria a receber do governo créditos fiscais no valor de R$ 426 milhões. O objetivo de Cid Ferreira seria usar tais créditos para melhorar o balanço do banco. O problema é que os créditos eram resultado de fraude. Arrieta foi preso por fraudes contra a Receita Federal e o INSS.

O Santos sofreu intervenção do Banco Central no dia 12 de novembro do ano passado. No dia 4 de maio, o BC decretou sua liquidação extrajudicial, após identificar um rombo de R$ 2,236 bilhões nas contas da instituição. No dia 24 de maio, bens do banco começaram a ser leiloados.

Depoimentos

Os indiciamentos de Edemar, de seu filho e de seu sobrinho ocorreram ao comparecerem à sede da PF em São Paulo para prestar depoimento. Durante 35 minutos o banqueiro ouviu em silêncio as perguntas do delegado Ricardo Saad, no sexto andar do prédio da PF próximo à marginal Tietê. "Ele não respondeu a nenhuma pergunta, pois não tivemos acesso aos autos nem direito a uma cópia do inquérito antes", afirmou o advogado Malheiros.

Segundo o advogado, Cid Ferreira só irá se manifestar após tomar conhecimento do teor das acusações que pesam contra ele. "Ele é acusado sem saber que provas há contra ele. É como um processo da Inquisição ou o processo de [Franz] Kafka", comparou.

Segundo a PF, de acordo com norma processual o inquérito está disponível para os advogados constituídos, na sede do órgão e no Fórum Federal.
Já o filho de Cid Ferreira, Rodrigo, e o sobrinho Ricardo Ferreira de Souza e Silva prestaram depoimento durante quase quatro horas. Rodrigo, especialista em informática, não trabalhava no Banco Santos. Ricardo trabalhava na seguradora do Santos.

"Ambos foram chamados por serem da família, pois um grupo de diretores alegou, em depoimento à Polícia Federal, que todas as decisões eram tomadas pela família", disse Malheiros. "Eles negam e afirmam que os executivos tinham suas responsabilidades", acrescentou.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Edemar Cid Ferreira
  • Leia o que já foi publicado sobre o Banco Santos
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