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17/06/2005
-
09h31
ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo
O grupo Schincariol afirmou ontem ter tido "dificuldades de acesso aos autos" do inquérito policial aberto contra a empresa, acusada de sonegação fiscal. Por isso, só hoje poderá tentar libertar, por meio de habeas corpus, os nove diretores da companhia.
Representantes da empresa passaram horas reunidos ontem para discutir a questão com os advogados. Adriano Schincariol, 30, superintendente do grupo, e os oito diretores da companhia --só dois executivos de alto escalão da empresa estão livres-- foram presos anteontem. Todos permanecem detidos no prédio da Polícia Federal, na Lapa (SP).
"Estamos correndo atrás do inquérito para até amanhã [hoje] entrarmos com uma medida judicial para obter a soltura. Existe uma dificuldade que, quero acreditar, tem a ver com razões burocráticas", disse Roberto Podval, advogado do grupo Schincariol, segundo maior produtor de cervejas do país, atrás da Ambev.
O inquérito corre em segredo na Justiça Federal de Itaboraí (RJ). Questionado sobre a possibilidade de existir uma lentidão por parte da Justiça em liberar o inquérito à defesa, ele negou: "Não faço ilação. Prefiro acreditar que o acesso [aos autos] vai ser dado amanhã [hoje]", diz.
A empresa voltou a criticar a forma como a PF agiu durante a Operação Cevada, ação montada pela Receita Federal e PF que prendeu 68 pessoas em 12 Estado,. Eles são acusados de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, sonegação de impostos, evasão de divisas e corrupção de funcionários públicos. Teriam causado sonegação de R$ 1 bilhão em cinco anos, segundo a PF.
"Aquilo tudo foi absolutamente desnecessário. Não fez o menor sentido aquelas metralhadoras, explosivos. Não estamos aqui tratando de bandidos. Essa operação foi muito focada na Schin, mas não acredito que existam razões políticas para isso", diz ele.
Também foi preso Walter Faria, um dos donos da cervejaria Petrópolis, que fabrica a cerveja Itaipava, e representantes de distribuidoras de bebidas e oito servidores públicos (seis fiscais estaduais e dois policiais militares).
A Receita diz que as investigações começaram anos atrás com denúncia anônima e que ganhou relevância nos últimos meses (foram expedidos 134 mandados de busca e apreensão e 77 de prisão).
Segundo relato de Podval, Adriano Schincariol teria deixado sem respostas parte das perguntas da PF no depoimento anteontem. O advogado disse que o superintendente afirmou ter conhecimento apenas parcial sobre o funcionamento de certos departamentos na companhia e, portanto, não poderia responder pelas acusações.
"Não digo que pode ser que ele não saiba de eventuais irregularidades. Mas ele disse para mim que muitas coisas que os policiais perguntaram, ele simplesmente não sabia responder", afirmou o advogado.
Adriano Schincariol está no comando do grupo desde o segundo semestre de 2003. Antes de assumir a direção, após o assassinato do pai, José Nelson Schincariol, ele já ocupava cargo na direção do grupo ao lado de Alexandre, o irmão.
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Schin diz ter dificuldade de acesso a inquérito
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da Folha de S.Paulo
O grupo Schincariol afirmou ontem ter tido "dificuldades de acesso aos autos" do inquérito policial aberto contra a empresa, acusada de sonegação fiscal. Por isso, só hoje poderá tentar libertar, por meio de habeas corpus, os nove diretores da companhia.
Representantes da empresa passaram horas reunidos ontem para discutir a questão com os advogados. Adriano Schincariol, 30, superintendente do grupo, e os oito diretores da companhia --só dois executivos de alto escalão da empresa estão livres-- foram presos anteontem. Todos permanecem detidos no prédio da Polícia Federal, na Lapa (SP).
"Estamos correndo atrás do inquérito para até amanhã [hoje] entrarmos com uma medida judicial para obter a soltura. Existe uma dificuldade que, quero acreditar, tem a ver com razões burocráticas", disse Roberto Podval, advogado do grupo Schincariol, segundo maior produtor de cervejas do país, atrás da Ambev.
O inquérito corre em segredo na Justiça Federal de Itaboraí (RJ). Questionado sobre a possibilidade de existir uma lentidão por parte da Justiça em liberar o inquérito à defesa, ele negou: "Não faço ilação. Prefiro acreditar que o acesso [aos autos] vai ser dado amanhã [hoje]", diz.
A empresa voltou a criticar a forma como a PF agiu durante a Operação Cevada, ação montada pela Receita Federal e PF que prendeu 68 pessoas em 12 Estado,. Eles são acusados de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, sonegação de impostos, evasão de divisas e corrupção de funcionários públicos. Teriam causado sonegação de R$ 1 bilhão em cinco anos, segundo a PF.
"Aquilo tudo foi absolutamente desnecessário. Não fez o menor sentido aquelas metralhadoras, explosivos. Não estamos aqui tratando de bandidos. Essa operação foi muito focada na Schin, mas não acredito que existam razões políticas para isso", diz ele.
Também foi preso Walter Faria, um dos donos da cervejaria Petrópolis, que fabrica a cerveja Itaipava, e representantes de distribuidoras de bebidas e oito servidores públicos (seis fiscais estaduais e dois policiais militares).
A Receita diz que as investigações começaram anos atrás com denúncia anônima e que ganhou relevância nos últimos meses (foram expedidos 134 mandados de busca e apreensão e 77 de prisão).
Segundo relato de Podval, Adriano Schincariol teria deixado sem respostas parte das perguntas da PF no depoimento anteontem. O advogado disse que o superintendente afirmou ter conhecimento apenas parcial sobre o funcionamento de certos departamentos na companhia e, portanto, não poderia responder pelas acusações.
"Não digo que pode ser que ele não saiba de eventuais irregularidades. Mas ele disse para mim que muitas coisas que os policiais perguntaram, ele simplesmente não sabia responder", afirmou o advogado.
Adriano Schincariol está no comando do grupo desde o segundo semestre de 2003. Antes de assumir a direção, após o assassinato do pai, José Nelson Schincariol, ele já ocupava cargo na direção do grupo ao lado de Alexandre, o irmão.
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