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22/06/2005
-
09h27
JANAÍNA LEITE
da Folha de S.Paulo
O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, reafirmou ontem as críticas à política monetária. Skaf negou que os empresários estejam mais preocupados com as vendas do que com os efeitos da inflação no longo prazo. "Visão do todo falta é para esses técnicos do BC", disse. A seguir, trechos da entrevista.
Folha - O governo divulgou uma nova projeção, mais favorável, para a balança comercial. Tem sentido criticar a política monetária?
Paulo Skaf - Claro. Basta fazer a conta. As exportações, segundo a nova estimativa, ficarão em US$ 108 bilhões. Até maio o resultado mostra um total de US$ 43,5 bilhões. Então, é necessário exportar US$ 64,5 bilhões até o final do ano para chegar ao resultado que o Banco Central espera. E esse número representa um crescimento de apenas 3% sobre as exportações de junho a dezembro do ano passado, quando tivemos um incremento de 30% nas vendas externas. Isso para mim é um reconhecimento de que, com esses juros pressionando o câmbio para baixo, as exportações despencarão.
Folha - O país deve fechar o ano com superávit de US$ 30 bilhões. Isso é mau?
Skaf - É uma desaceleração do crescimento. As exportações só não foram mais reduzidas pela combinação de alguns fatores: o mercado exterior em expansão, contrapondo-se ao esfriamento do mercado interno; cumprimento de contratos de médio e longo prazo e o repasse por alguns setores de parte dos custos ao preço em dólar. Mas tudo tem um limite. É provável que daqui a algum tempo comecem as demissões e a produção seja reduzida.
Folha - Mas a política monetária tem conseguido conter a inflação. Os empresários não estão olhando apenas para seus ganhos e perdendo a visão do todo?
Skaf - Visão do todo falta para técnicos do BC! A palavra "empresário" vem de empreendedor, aquele que gera emprego, renda e desenvolvimento para o país. Essa crítica é absurda. É por isso que defendemos o aumento do Conselho Monetário Nacional, que não pode estar fechado na mão de um só ministro, seja ele quem for. O todo não é só inflação.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Paulo Skaf
Falta visão do todo ao BC, diz Skaf, da Fiesp
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O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, reafirmou ontem as críticas à política monetária. Skaf negou que os empresários estejam mais preocupados com as vendas do que com os efeitos da inflação no longo prazo. "Visão do todo falta é para esses técnicos do BC", disse. A seguir, trechos da entrevista.
Folha - O governo divulgou uma nova projeção, mais favorável, para a balança comercial. Tem sentido criticar a política monetária?
Paulo Skaf - Claro. Basta fazer a conta. As exportações, segundo a nova estimativa, ficarão em US$ 108 bilhões. Até maio o resultado mostra um total de US$ 43,5 bilhões. Então, é necessário exportar US$ 64,5 bilhões até o final do ano para chegar ao resultado que o Banco Central espera. E esse número representa um crescimento de apenas 3% sobre as exportações de junho a dezembro do ano passado, quando tivemos um incremento de 30% nas vendas externas. Isso para mim é um reconhecimento de que, com esses juros pressionando o câmbio para baixo, as exportações despencarão.
Folha - O país deve fechar o ano com superávit de US$ 30 bilhões. Isso é mau?
Skaf - É uma desaceleração do crescimento. As exportações só não foram mais reduzidas pela combinação de alguns fatores: o mercado exterior em expansão, contrapondo-se ao esfriamento do mercado interno; cumprimento de contratos de médio e longo prazo e o repasse por alguns setores de parte dos custos ao preço em dólar. Mas tudo tem um limite. É provável que daqui a algum tempo comecem as demissões e a produção seja reduzida.
Folha - Mas a política monetária tem conseguido conter a inflação. Os empresários não estão olhando apenas para seus ganhos e perdendo a visão do todo?
Skaf - Visão do todo falta para técnicos do BC! A palavra "empresário" vem de empreendedor, aquele que gera emprego, renda e desenvolvimento para o país. Essa crítica é absurda. É por isso que defendemos o aumento do Conselho Monetário Nacional, que não pode estar fechado na mão de um só ministro, seja ele quem for. O todo não é só inflação.
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