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30/06/2005
-
11h33
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
Após ter registrado neste ano o melhor abril desde 2002, o nível de atividade da indústria paulista voltou a desacelerar em maio, registrando uma variação positiva de apenas 0,1% em relação ao mês anterior, segundo dados com ajuste sazonal divulgados hoje pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Sem considerar os efeitos característicos de cada mês, o nível de atividade da indústria paulista em maio subiu 2,9% na comparação com abril.
"Tivemos um pico [de atividade industrial] em fevereiro e depois entramos numa rota de queda. É uma queda suave, mas significativa", disse Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Fiesp.
Em abril, segundo dados com ajuste sazonal, a indústria paulista havia apontado expansão de 2,2% no nível de atividade em relação ao mês anterior --por conta principalmente da produção voltada para datas comemorativas como o Dia das Mães--, após queda de 0,2% verificada de fevereiro para março. Janeiro apresentou queda de 4,8% e fevereiro crescimento de 1,6%.
Segundo ele, essa trajetória de queda deve se manter nos próximos meses. "Se vamos assistir essa queda suave nos próximos meses? Acredito que sim."
No entanto, Francini diz que não é possível saber se essa queda irá se acelerar no segundo semestre. O diretor-adjunto do Departamento de Economia do Ciesp, Antonio Corrêa de Lacerda, disse que há indícios de desaceleração da atividade industrial, como a redução das exportações e o limite da capacidade de endividamento da população por meio do crédito para a pessoa física.
"As taxas de inadimplência mostram que existe um limite para a capacidade de endividamento, e que esse limite está sendo atingido."
Desaceleração
Entre os indicadores dessa retração está o ritmo de atividade da indústria de máquinas e equipamentos --termômetro dos investimentos na indústria, que voltou a dar sinais de queda. Em maio, o índice de atividade deste segmento recuou 1,2% na comparação com abril --ficando menor que a média da indústria (0,1%).
Na indústria de alimentos e bebidas, a atividade industrial de maio avançou apenas 1% frente a abril. No acumulado de janeiro a maio, entretanto, o setor registra uma queda de 8,2% --menor que a média da indústria (4,7%).
"Os setores que não são beneficiados pelo crédito nem pelas exportações, como a indústria de alimentos, mostram a sua cara feia", afirmou Francini.
No entanto, segundo ele, não há "setores com quedas fantásticas nem com crescimentos fantásticos" na atividade industrial de maio.
Outro sinal de que a situação da indústria pode piorar é a retração das exportações. Segundo o Ciesp-Fiesp, as exportações da indústria paulista subiram 28,7% de janeiro a maio em relação ao mesmo período de 2004. De janeiro a fevereiro, esse crescimento estava em 44,4%. Depois caiu para 34% no acumulado de janeiro a março, recuando para 31% no período de janeiro a abril.
Segundo Lacerda, essa situação pode ser revertida por meio de redução das taxas de juros e apreciação do câmbio. "Foi um erro a taxa de juro ter se valorizado tanto. Quanto mais cedo começar a sua queda, melhor será."
Outros indicadores
Em relação a maio de 2004, o INA (Indicador de Nível de Atividade) apontou um avanço de 4,4%. No acumulado do ano, até maio, a produção registra uma expansão de 4,7%.
A pesquisa mostra ainda que as vendas reais (descontada a inflação do período) cresceram 3,6% de abril para maio e aumentaram 12,3% sobre igual mês do ano passado. No acumulado do ano, as vendas apontam expansão de 12,2%.
O total de horas pagas na indústria aumentou em relação a abril (+2,8%) e na comparação com maio do ano passado (+7,4%), acumulando alta de 6,4% de janeiro a maio.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a produção da indústria paulista
Indústria de SP reduz ritmo de expansão da produção em maio
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da Folha Online
Após ter registrado neste ano o melhor abril desde 2002, o nível de atividade da indústria paulista voltou a desacelerar em maio, registrando uma variação positiva de apenas 0,1% em relação ao mês anterior, segundo dados com ajuste sazonal divulgados hoje pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Sem considerar os efeitos característicos de cada mês, o nível de atividade da indústria paulista em maio subiu 2,9% na comparação com abril.
"Tivemos um pico [de atividade industrial] em fevereiro e depois entramos numa rota de queda. É uma queda suave, mas significativa", disse Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Fiesp.
Em abril, segundo dados com ajuste sazonal, a indústria paulista havia apontado expansão de 2,2% no nível de atividade em relação ao mês anterior --por conta principalmente da produção voltada para datas comemorativas como o Dia das Mães--, após queda de 0,2% verificada de fevereiro para março. Janeiro apresentou queda de 4,8% e fevereiro crescimento de 1,6%.
Segundo ele, essa trajetória de queda deve se manter nos próximos meses. "Se vamos assistir essa queda suave nos próximos meses? Acredito que sim."
No entanto, Francini diz que não é possível saber se essa queda irá se acelerar no segundo semestre. O diretor-adjunto do Departamento de Economia do Ciesp, Antonio Corrêa de Lacerda, disse que há indícios de desaceleração da atividade industrial, como a redução das exportações e o limite da capacidade de endividamento da população por meio do crédito para a pessoa física.
"As taxas de inadimplência mostram que existe um limite para a capacidade de endividamento, e que esse limite está sendo atingido."
Desaceleração
Entre os indicadores dessa retração está o ritmo de atividade da indústria de máquinas e equipamentos --termômetro dos investimentos na indústria, que voltou a dar sinais de queda. Em maio, o índice de atividade deste segmento recuou 1,2% na comparação com abril --ficando menor que a média da indústria (0,1%).
Na indústria de alimentos e bebidas, a atividade industrial de maio avançou apenas 1% frente a abril. No acumulado de janeiro a maio, entretanto, o setor registra uma queda de 8,2% --menor que a média da indústria (4,7%).
"Os setores que não são beneficiados pelo crédito nem pelas exportações, como a indústria de alimentos, mostram a sua cara feia", afirmou Francini.
No entanto, segundo ele, não há "setores com quedas fantásticas nem com crescimentos fantásticos" na atividade industrial de maio.
Outro sinal de que a situação da indústria pode piorar é a retração das exportações. Segundo o Ciesp-Fiesp, as exportações da indústria paulista subiram 28,7% de janeiro a maio em relação ao mesmo período de 2004. De janeiro a fevereiro, esse crescimento estava em 44,4%. Depois caiu para 34% no acumulado de janeiro a março, recuando para 31% no período de janeiro a abril.
Segundo Lacerda, essa situação pode ser revertida por meio de redução das taxas de juros e apreciação do câmbio. "Foi um erro a taxa de juro ter se valorizado tanto. Quanto mais cedo começar a sua queda, melhor será."
Outros indicadores
Em relação a maio de 2004, o INA (Indicador de Nível de Atividade) apontou um avanço de 4,4%. No acumulado do ano, até maio, a produção registra uma expansão de 4,7%.
A pesquisa mostra ainda que as vendas reais (descontada a inflação do período) cresceram 3,6% de abril para maio e aumentaram 12,3% sobre igual mês do ano passado. No acumulado do ano, as vendas apontam expansão de 12,2%.
O total de horas pagas na indústria aumentou em relação a abril (+2,8%) e na comparação com maio do ano passado (+7,4%), acumulando alta de 6,4% de janeiro a maio.
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