Publicidade
Publicidade
04/07/2005
-
21h28
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online
Ministros, deputados, senadores e empresários irão se reunir amanhã, em Brasília, para debater a proposta de déficit nominal "zero". A discussão foi levantada no mês passado pelo deputado federal Delfim Netto (PP-SP), que organiza o encontro.
Estarão presentes no jantar os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e do Planejamento, Paulo Bernardo. Os líderes do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), e no Congresso, Fernando Bezerra (PTB-RN), foram convidados.
A discussão ocorre no momento em que o governo Lula enfrenta a sua maior crise política com as denúncias de corrupção em estatais e a suspeita de compra de votos de parlamentares.
Para o senador Fernando Bezerra, o debate deste tema servirá para mostrar que os trabalhos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Correios não são os únicos que interessam ao país, e que há outros assuntos que precisam ser analisados. Além disso, ele acha que as denúncias de corrupção não podem colocar a perder as conquistas dos últimos dois anos e meio do governo federal.
No entanto, o senador ressaltou que é preciso analisar os detalhes dessa proposta e que isso não pode ser feito apenas para tirar o foco da crise. "Acho que ele [o debate] tem que ser feito pelo interesse ao país, e não só para [desviar a atenção da] CPI."
Bezerra disse não conhecer a proposta de Delfim Netto, mas que é importante criar "alternativas para que a economia se estabilize e continue a crescer".
Pela proposta, a redução a zero do déficit nominal [receitas menos despesas, incluindo os gastos com juros] permitiria a derrubada dos juros no país --a taxa Selic está em 19,75% ao ano.
Além disso, em um momento de turbulência, o governo pode ser obrigado a aumentar os juros para controlar a inflação. Dessa forma, para reduzir a zero o resultado nominal, será preciso um maior esforço fiscal para cumprir a meta, o que pode levar a uma redução dos investimentos públicos, por exemplo.
Hoje, o governo trabalha apenas com uma meta de superávit primário --receitas menos despesas, excluindo os gastos com juros--, que é de 4,25% do PIB.
No ano passado, o resultado nominal ficou deficitário em 2,66% do PIB (Produto Interno Bruto).
Foram também convidados para o jantar, entre outros, Paulo Skaf (Fiesp), Benjamin Steinbruch (CSN), Jorge Gerdau (Grupo Gerdau), Márcio Cypriano (Febraban) e Roberto Setúbal (Itaú), os deputados Armando Monteiro Neto (PTB-PE), Carlito Merss (PT-SC) e Francisco Dornelles (PP-RJ), e os senadores Delcídio Amaral (PT-MS), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Renan Calheiros (PMDB-AL).
Especial
Leia o que já foi publicado sobre déficit nominal
No meio da crise, governo debate com empresários déficit nominal "zero"
Publicidade
da Folha Online
Ministros, deputados, senadores e empresários irão se reunir amanhã, em Brasília, para debater a proposta de déficit nominal "zero". A discussão foi levantada no mês passado pelo deputado federal Delfim Netto (PP-SP), que organiza o encontro.
Estarão presentes no jantar os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e do Planejamento, Paulo Bernardo. Os líderes do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), e no Congresso, Fernando Bezerra (PTB-RN), foram convidados.
A discussão ocorre no momento em que o governo Lula enfrenta a sua maior crise política com as denúncias de corrupção em estatais e a suspeita de compra de votos de parlamentares.
Para o senador Fernando Bezerra, o debate deste tema servirá para mostrar que os trabalhos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Correios não são os únicos que interessam ao país, e que há outros assuntos que precisam ser analisados. Além disso, ele acha que as denúncias de corrupção não podem colocar a perder as conquistas dos últimos dois anos e meio do governo federal.
No entanto, o senador ressaltou que é preciso analisar os detalhes dessa proposta e que isso não pode ser feito apenas para tirar o foco da crise. "Acho que ele [o debate] tem que ser feito pelo interesse ao país, e não só para [desviar a atenção da] CPI."
Bezerra disse não conhecer a proposta de Delfim Netto, mas que é importante criar "alternativas para que a economia se estabilize e continue a crescer".
Pela proposta, a redução a zero do déficit nominal [receitas menos despesas, incluindo os gastos com juros] permitiria a derrubada dos juros no país --a taxa Selic está em 19,75% ao ano.
Além disso, em um momento de turbulência, o governo pode ser obrigado a aumentar os juros para controlar a inflação. Dessa forma, para reduzir a zero o resultado nominal, será preciso um maior esforço fiscal para cumprir a meta, o que pode levar a uma redução dos investimentos públicos, por exemplo.
Hoje, o governo trabalha apenas com uma meta de superávit primário --receitas menos despesas, excluindo os gastos com juros--, que é de 4,25% do PIB.
No ano passado, o resultado nominal ficou deficitário em 2,66% do PIB (Produto Interno Bruto).
Foram também convidados para o jantar, entre outros, Paulo Skaf (Fiesp), Benjamin Steinbruch (CSN), Jorge Gerdau (Grupo Gerdau), Márcio Cypriano (Febraban) e Roberto Setúbal (Itaú), os deputados Armando Monteiro Neto (PTB-PE), Carlito Merss (PT-SC) e Francisco Dornelles (PP-RJ), e os senadores Delcídio Amaral (PT-MS), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Renan Calheiros (PMDB-AL).
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice