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20/07/2005
-
09h10
GUILHERME BARROS
Colunista da Folha
PEDRO DIAS LEITE
da Folha de S.Paulo
O Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, incluiu no contrato de venda de suas ações na Brasil Telecom para a Telecom Italia uma cláusula que determina o fim do acordo guarda-chuva firmado no ano de 2003, uma das principais armas do brasileiro na disputa contra o Citigroup e os fundos de pensão, revela documento obtido pela Folha.
A revelação da existência dessa cláusula reforça as suspeitas do Citi e dos fundos de pensão de que a Telecom Italia pagou um preço muito maior que o de mercado pelas ações justamente com a promessa de transferência de controle da telefônica.
O Opportunity, apesar de ter menos de 10% das ações --contra cerca de 45% do Citi e 45% dos fundos de pensão--, controlava a Brasil Telecom até há pouco tempo, em razão de uma série de intrincados acordos e contratos judiciais. Desde 2004, no entanto, Dantas vem sofrendo uma enorme ofensiva dos fundos e do Citi para sair do comando dos negócios. Os norte-americanos conseguiram destituí-lo na Justiça de Nova York, e decisões no Brasil também afastaram o brasileiro do controle da telefônica.
O contrato guarda-chuva era o principal instrumento de Dantas para se manter à frente das empresas. Quando a Telecom Italia fechou o acordo com o Opportunity, o contrato ainda estava válido, mas, em maio, foi suspenso pela Justiça brasileira. Ainda não há uma decisão definitiva sobre a sua validade. Pelo acordo com a Telecom Italia, o Opportunity desiste de uma vez por todas desse acordo guarda-chuvas.
O Citigroup já tenta barrar há alguns meses a venda das ações do Opportunity para a Telecom Italia porque sempre suspeitou que havia alguma cláusula escondida que passaria o controle da Brasil Telecom para os italianos. Isso porque o preço pago pelas ações é muito maior do que o seu valor de mercado.
Como a Folha publicou há dois meses, analistas contratados pelos fundos afirmam que Dantas cobrou 267% a mais do que o valor de mercado pelas ações diretas que possui na Brasil Telecom. Levando em conta todas as ações em poder do Opportunity, a Telecom Italia repassaria ao banqueiro mais de R$ 700 milhões.
Os números causaram estranheza aos técnicos e corroboraram a impressão, entre os fundos de pensão, de que o pacto entre a Telecom Italia e o Opportunity abrigava detalhes desconhecidos aos demais sócios.
Mas o outro lado diz, porém, que o motivo real para as queixas contra o acordo é o fato de que, com o acerto com o Opportunity, há meios de a Telecom Italia não precisar comprar a parte do Citi e dos fundos de pensão para obter o controle da Brasil Telecom.
Representantes do Opportunity informaram que não viram o documento e que não podem avalizar sua veracidade. A Telecom Italia não quis se pronunciar.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Brasil Telecom
Leia o que já foi publicado sobre o banco Opportunity
Opportunity previa fim de acordo
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Colunista da Folha
PEDRO DIAS LEITE
da Folha de S.Paulo
O Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, incluiu no contrato de venda de suas ações na Brasil Telecom para a Telecom Italia uma cláusula que determina o fim do acordo guarda-chuva firmado no ano de 2003, uma das principais armas do brasileiro na disputa contra o Citigroup e os fundos de pensão, revela documento obtido pela Folha.
A revelação da existência dessa cláusula reforça as suspeitas do Citi e dos fundos de pensão de que a Telecom Italia pagou um preço muito maior que o de mercado pelas ações justamente com a promessa de transferência de controle da telefônica.
O Opportunity, apesar de ter menos de 10% das ações --contra cerca de 45% do Citi e 45% dos fundos de pensão--, controlava a Brasil Telecom até há pouco tempo, em razão de uma série de intrincados acordos e contratos judiciais. Desde 2004, no entanto, Dantas vem sofrendo uma enorme ofensiva dos fundos e do Citi para sair do comando dos negócios. Os norte-americanos conseguiram destituí-lo na Justiça de Nova York, e decisões no Brasil também afastaram o brasileiro do controle da telefônica.
O contrato guarda-chuva era o principal instrumento de Dantas para se manter à frente das empresas. Quando a Telecom Italia fechou o acordo com o Opportunity, o contrato ainda estava válido, mas, em maio, foi suspenso pela Justiça brasileira. Ainda não há uma decisão definitiva sobre a sua validade. Pelo acordo com a Telecom Italia, o Opportunity desiste de uma vez por todas desse acordo guarda-chuvas.
O Citigroup já tenta barrar há alguns meses a venda das ações do Opportunity para a Telecom Italia porque sempre suspeitou que havia alguma cláusula escondida que passaria o controle da Brasil Telecom para os italianos. Isso porque o preço pago pelas ações é muito maior do que o seu valor de mercado.
Como a Folha publicou há dois meses, analistas contratados pelos fundos afirmam que Dantas cobrou 267% a mais do que o valor de mercado pelas ações diretas que possui na Brasil Telecom. Levando em conta todas as ações em poder do Opportunity, a Telecom Italia repassaria ao banqueiro mais de R$ 700 milhões.
Os números causaram estranheza aos técnicos e corroboraram a impressão, entre os fundos de pensão, de que o pacto entre a Telecom Italia e o Opportunity abrigava detalhes desconhecidos aos demais sócios.
Mas o outro lado diz, porém, que o motivo real para as queixas contra o acordo é o fato de que, com o acerto com o Opportunity, há meios de a Telecom Italia não precisar comprar a parte do Citi e dos fundos de pensão para obter o controle da Brasil Telecom.
Representantes do Opportunity informaram que não viram o documento e que não podem avalizar sua veracidade. A Telecom Italia não quis se pronunciar.
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