Publicidade
Publicidade
23/07/2005
-
10h11
MICHEL GAWENDO
Colaboração para a Folha de S.Paulo, de Tel Aviv
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, começou ontem uma viagem oficial a Israel com dois objetivos: entregar um carta-convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o presidente de Israel, Moshé Katsav, e o primeiro-ministro, Ariel Sharon, visitarem o Brasil, e incentivar o comércio bilateral e a cooperação tecnológica. A visita procura selar uma reaproximação entre Brasília e Jerusalém.
Mas na avaliação da diplomacia israelense, há poucas chances de Sharon ir ao Brasil em breve. Katsav já manifestou vontade de visitar o país, mas não confirmou uma viagem.
A cúpula realizada no Brasil entre países sul-americanos e árabes, realizada em maio, provocou "desconforto" no relacionamento, segundo fontes diplomáticas israelenses. O governo israelense sentiu-se preterido pelo Brasil. A declaração final do encontro, que deixou de condenar o terrorismo palestino e fez críticas às políticas de Israel, foi interpretada pela diplomacia israelense como fruto de influência da Liga Árabe.
"O enfoque da visita é comercial, mas também tem um caráter político. Eu vinha programando a viagem desde 2003, mas não foi possível vir antes. Agora, o diálogo com Israel está bastante amistoso, e os contatos econômicos podem cristalizar-se. Estou otimista", disse Furlan à Folha.
"Vim trazer também uma manifestação concreta do apreço do Brasil ao Estado de Israel e à comunidade judaica brasileira, que ocupa posições importantes na economia e na sociedade brasileira", disse o ministro.
Furlan visitou ontem o Museu do Holocausto e em seguida reuniu-se com o ministro da Indústria e Comércio de Israel, Ehud Olmert, que também é vice-primeiro-ministro do país. Olmert esteve no Brasil em março. Ele começou os debates sobre cooperação comercial e tecnológica com o chanceler brasileiro, Celso Amorim, que visitou Israel em maio.
A agenda de Furlan inclui também encontros com Katsav e com Sharon, mas a reunião com o premiê ainda não foi confirmada.
A delegação brasileira, formada por empresários e políticos, se reunirá com representantes de indústrias israelenses de aeronáutica, alimentos e farmacêutica Os brasileiros também visitarão os principais institutos de pesquisa de Israel. Um dos objetivos de Israel na aproximação com o Brasil é usar a influência do país para formar acordos de livre comércio com o Mercosul, na mesma linha da aproximação comercial da América do Sul com os árabes.
Quando esteve em Israel, o chanceler Amorim prometeu levar o assunto para debate no bloco, que aprovou a abertura de negociação com os israelenses. Mas Furlan disse que o tema não será prioritário durante a missão.
"O caráter é bilateral, entre Brasil e Israel, através de entidades privadas", afirmou.
Furlan também pretende negociar a formação de um fundo binacional para desenvolvimento tecnológico. "Queremos aplicar a experiência de Israel na fomentação de pequenas indústrias de alta tecnologia", disse o ministro.
Segundo Furlan, outros temas importantes da viagem são informática, automação, biocombustíveis, indústria aeronáutica e de remédios genéricos.
A delegação planejou uma visita à empresa israelense Teva, uma das maiores produtoras de medicamentos genéricos do mundo, com vendas de US$ 4,8 bilhões de dólares em 2004.
Participam da missão liderada por Furlan representantes da APEX-Brasil, do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Banco Safra, da Embraer, da Petrobras, da Anfavea , do Inmetro e do IPT.
O saldo no comércio com Israel foi negativo para o Brasil nos primeiros seis meses de 2005, em US$ 71,7 milhões de dólares. Israel, que tem 6,8 milhões de habitantes, absorveu somente 0,22% do total de vendas brasileiras ao exterior. Já o Brasil exportou US$ 116,1 milhões de dólares para Israel e importou US$ 187,8 milhões no período.
O comércio entre os países de janeiro a junho totalizou US$ 303,9 milhões de dólares, 6,5% superior ao valor do mesmo período de 2004 (US$ 285,4 milhões), segundo números fornecidos pelo Ministério do Desenvolvimento do Brasil.
No ano passado, o comércio entre Brasil e Israel movimentou US$ 702,2 milhões.
O Brasil exporta principalmente carne, produtos animais e vegetais, e metais para Israel. E importa itens químicos, eletrônicos, equipamentos médicos e de segurança.
Segundo o ministério brasileiro, a movimentação comercial com países árabes chega a US$ 8 bilhões e tem potencial para atingir US$ 15 bilhões nos próximos três anos.
Chipre
Furlan chegou a Israel depois de uma visita a Chipre, no mar Mediterrâneo. Ele disse que o Brasil tem interesse em fazer da ilha, que faz parte da União Européia, a base para as exportações de produtos brasileiros ao Oriente Médio e partes da Europa.
Furlan faz visita política e econômica a Israel
Publicidade
Colaboração para a Folha de S.Paulo, de Tel Aviv
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, começou ontem uma viagem oficial a Israel com dois objetivos: entregar um carta-convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o presidente de Israel, Moshé Katsav, e o primeiro-ministro, Ariel Sharon, visitarem o Brasil, e incentivar o comércio bilateral e a cooperação tecnológica. A visita procura selar uma reaproximação entre Brasília e Jerusalém.
Mas na avaliação da diplomacia israelense, há poucas chances de Sharon ir ao Brasil em breve. Katsav já manifestou vontade de visitar o país, mas não confirmou uma viagem.
A cúpula realizada no Brasil entre países sul-americanos e árabes, realizada em maio, provocou "desconforto" no relacionamento, segundo fontes diplomáticas israelenses. O governo israelense sentiu-se preterido pelo Brasil. A declaração final do encontro, que deixou de condenar o terrorismo palestino e fez críticas às políticas de Israel, foi interpretada pela diplomacia israelense como fruto de influência da Liga Árabe.
"O enfoque da visita é comercial, mas também tem um caráter político. Eu vinha programando a viagem desde 2003, mas não foi possível vir antes. Agora, o diálogo com Israel está bastante amistoso, e os contatos econômicos podem cristalizar-se. Estou otimista", disse Furlan à Folha.
"Vim trazer também uma manifestação concreta do apreço do Brasil ao Estado de Israel e à comunidade judaica brasileira, que ocupa posições importantes na economia e na sociedade brasileira", disse o ministro.
Furlan visitou ontem o Museu do Holocausto e em seguida reuniu-se com o ministro da Indústria e Comércio de Israel, Ehud Olmert, que também é vice-primeiro-ministro do país. Olmert esteve no Brasil em março. Ele começou os debates sobre cooperação comercial e tecnológica com o chanceler brasileiro, Celso Amorim, que visitou Israel em maio.
A agenda de Furlan inclui também encontros com Katsav e com Sharon, mas a reunião com o premiê ainda não foi confirmada.
A delegação brasileira, formada por empresários e políticos, se reunirá com representantes de indústrias israelenses de aeronáutica, alimentos e farmacêutica Os brasileiros também visitarão os principais institutos de pesquisa de Israel. Um dos objetivos de Israel na aproximação com o Brasil é usar a influência do país para formar acordos de livre comércio com o Mercosul, na mesma linha da aproximação comercial da América do Sul com os árabes.
Quando esteve em Israel, o chanceler Amorim prometeu levar o assunto para debate no bloco, que aprovou a abertura de negociação com os israelenses. Mas Furlan disse que o tema não será prioritário durante a missão.
"O caráter é bilateral, entre Brasil e Israel, através de entidades privadas", afirmou.
Furlan também pretende negociar a formação de um fundo binacional para desenvolvimento tecnológico. "Queremos aplicar a experiência de Israel na fomentação de pequenas indústrias de alta tecnologia", disse o ministro.
Segundo Furlan, outros temas importantes da viagem são informática, automação, biocombustíveis, indústria aeronáutica e de remédios genéricos.
A delegação planejou uma visita à empresa israelense Teva, uma das maiores produtoras de medicamentos genéricos do mundo, com vendas de US$ 4,8 bilhões de dólares em 2004.
Participam da missão liderada por Furlan representantes da APEX-Brasil, do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Banco Safra, da Embraer, da Petrobras, da Anfavea , do Inmetro e do IPT.
O saldo no comércio com Israel foi negativo para o Brasil nos primeiros seis meses de 2005, em US$ 71,7 milhões de dólares. Israel, que tem 6,8 milhões de habitantes, absorveu somente 0,22% do total de vendas brasileiras ao exterior. Já o Brasil exportou US$ 116,1 milhões de dólares para Israel e importou US$ 187,8 milhões no período.
O comércio entre os países de janeiro a junho totalizou US$ 303,9 milhões de dólares, 6,5% superior ao valor do mesmo período de 2004 (US$ 285,4 milhões), segundo números fornecidos pelo Ministério do Desenvolvimento do Brasil.
No ano passado, o comércio entre Brasil e Israel movimentou US$ 702,2 milhões.
O Brasil exporta principalmente carne, produtos animais e vegetais, e metais para Israel. E importa itens químicos, eletrônicos, equipamentos médicos e de segurança.
Segundo o ministério brasileiro, a movimentação comercial com países árabes chega a US$ 8 bilhões e tem potencial para atingir US$ 15 bilhões nos próximos três anos.
Chipre
Furlan chegou a Israel depois de uma visita a Chipre, no mar Mediterrâneo. Ele disse que o Brasil tem interesse em fazer da ilha, que faz parte da União Européia, a base para as exportações de produtos brasileiros ao Oriente Médio e partes da Europa.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice