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09/08/2005 - 09h35

SP e Rio continuam entre as mais baratas do mundo apesar do real forte

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ÉRICA FRAGA
da Folha de S.Paulo, em Londres

A forte valorização do real e de outras moedas da América Latina nos últimos seis meses não foi suficiente para elevar significativamente o custo de vida da região para quem vem de fora.

Ao contrário, cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Assunção continuam entre as mais baratas do mundo. A conclusão é da pesquisa semestral da consultoria Economist Intelligence Unit (EIU), divulgada ontem.

Entre março e julho últimos, o valor do real em relação ao dólar aumentou 9,66%. No mesmo período, São Paulo saltou do 116º para o 112º lugar e o Rio passou do 114º para o 110º posto no ranking de 130 cidades pesquisadas pela EIU. Mas, segundo Jon Copestake, editor da seção de custo de vida da consultoria, o movimento está longe de ser significativo.

"O movimento de quatro lugares para cima no ranking não é significativo, pois pode indicar um retorno gradual do crescimento depois dos problemas econômicos que o Brasil teve, mas mesmo na América Latina houve outros movimentos mais significativos", disse Copestake, citando Bogotá e Caracas, que, respectivamente, saltaram 20 e 9 posições no ranking de custo de vida.

De forma geral, no entanto, a América Latina continua sendo uma região marcada por preços relativamente baixos e abriga 8 dos 30 destinos mais econômicos do mundo, segundo a EIU.

De acordo com Copestake, a forte desvalorização das moedas da região nos anos anteriores derrubou o custo de vida nas cidades latino-americanas, medido com base nos valores de uma cesta de produtos e serviços em dólar.

Agora, apesar da valorização das moedas, a inflação em países como o Brasil vem recuando. Então, se, por um lado, o custo de vida sobe pela alta da moeda, por outro, cai em conseqüência do recuo dos preços internos. "Se a estabilidade econômica continuar e as moedas continuarem a se valorizar, as cidades da América Latina subirão novamente no ranking", diz Copestake.

Baixo custo de vida aos olhos dos estrangeiros --a pesquisa da EIU é feita para ajudar empresas a calcular os salários dos executivos que vivem fora-- pode funcionar como um atrativo para o turismo e os investimentos. Mas, segundo o editor da EIU, não é o único fator levado em conta. Ele diz que condições de infra-estrutura, estabilidade e risco são outros aspectos importantes.

A pesquisa da EIU revelou, por exemplo, que cidades de países emergentes do Leste Europeu --que acabaram de entrar para a União Européia--, tiveram fortes aumentos em seus custos de vida.

De acordo com Copestake, a estabilidade garantida pelo ingresso no bloco tem levado ao aumento no investimento estrangeiro direto nessas nações que, por conta disso, vêm experimento forte valorização de suas moedas.
Cidades dos EUA ou as de outros países cujas moedas são de alguma forma ligadas ao dólar ficaram mais baratas, devido à desvalorização da moeda norte-americana. Nova York, por exemplo, passou do 27º para o 35º lugar nos últimos seis meses. Já Miami caiu da 51ª para a 58ª posição.

O fato de que a China manteve até o mês passado sua moeda atrelada ao dólar fez com que Pequim, por exemplo, passasse do 46º para o 63º lugar.

Os primeiros lugares no ranking da EIU continuaram a ser ocupados por cidades como Tóquio --a campeã do custo de vida-- Oslo e Osaka. Paris e Londres tiveram quedas, mas seguem entre as dez mais caras do mundo.

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