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10/08/2005
-
16h30
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
A retração das vendas para o mercado interno e a depreciação do dólar derrubaram o lucro da Suzano Petroquímica no primeiro semestre, que atingiu R$ 41 milhões --um decréscimo de 8,4% em relação ao mesmo período de 2004. No segundo trimestre, o lucro da petroquímica encolheu 44% frente ao mesmo período do ano passado.
Apesar da diminuição do lucro, o faturamento da Suzano Petroquímica registrou um avanço de 15,3% no semestre, alcançando R$ 820 milhões. No segundo trimestre, a evolução nas vendas foi de 5%, para R$ 420 milhões.
O Ebtida (geração de caixa) recuou 17,3% no semestre, para R$ 82 milhões. No segundo trimestre, a queda foi de 48,9%, para R$ 27 milhões.
Segundo João Nogueira Batista, diretor financeiro e de relações com investidores da Suzano Petroquímica, a diminuição do Ebtida é reflexo da redução do lucro bruto.
"Essa redução é reflexo da diminuição dos spreads diretos --diferença entre o preço de venda das resinas e o custo das matérias-primas-- e do margem [de ganho] menor obtida com as exportações", disse.
Combinada à essa situação, as empresas em operação do grupo Suzano Petroquímica --Polibrasil, Politeno, Petroflex-- registraram queda nas vendas para o mercado interno e aumento das exportações. Ou seja, o dólar depreciado não permitiu que a companhia se beneficiasse plenamente do aumento das exportações.
Exemplo disso ocorreu na Politeno, onde as vendas para o mercado interno atingiram 139 toneladas --um decréscimo de 2,11% frente a igual período de 2004. No mesmo período, as explorações da Politeno cresceram 133%, alcançando 35 toneladas.
Mercado interno
Para Batista, a queda nas vendas de produtos petroquímicos pode ser explicada pela política monetária focada nos juros altos, que acabaram inibindo o consumo no mercado doméstico. Além disso, o executivo disse que esse cenário impediu que a companhia repassasse para o preço final as altas de custo das matérias-primas.
Segundo ele, essa situação detonou um sentimento de frustração em todo o setor petroquímico. "O fly up (guinada) que se avizinhava desde ano passado, acabou não ocorrendo. Mas isso é muito em função dessa questão brasileira."
Apesar das reclamações em relação ao câmbio e juro alto, Batista acredita numa retomada das vendas para o mercado interno no segundo semestre. "Estamos crentes que essa virada [no setor petroquímico] ocorrerá neste ano ou até 2007."
Segundo ele, a Suzano aposta na "recuperação no mercado brasileiro, que vai colocar a demanda num nível alinhado ao de 2004".
Além disso, Batista afirmou que há perspectiva de elevação da demanda por produtos petroquímicos na China, Europa e Estados Unidos. "Haverá aumento de demanda sem a respectiva oferta."
Para ele, a retomada do mercado interno depende de algumas condições, como a redução da taxa de juros, que consequentemente afetará na cotação do dólar --e melhorará as margens com as exportações.
Rio Polímeros
A Riopol (Rio Polímeros) também faz parte do grupo Suzano. Inaugurada em junho, as operações do pólo gás-químico ainda não foram sentidas no resultado financeiro do primeiro semestre da Suzano Petroquímica.
Segundo Batista, a Riopol começará a produzir eteno ainda na segunda quinzena deste mês. Na segunda quinzena de setembro, a planta estará produzindo polietileno. "O pólo estará em plena operação, fará a curva de aprendizado em 2006, gerando caixa e resultados para seus sócios", disse.
Especial
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Retração interna e câmbio derrubaram lucro da Suzano Petroquímica no semestre
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da Folha Online
A retração das vendas para o mercado interno e a depreciação do dólar derrubaram o lucro da Suzano Petroquímica no primeiro semestre, que atingiu R$ 41 milhões --um decréscimo de 8,4% em relação ao mesmo período de 2004. No segundo trimestre, o lucro da petroquímica encolheu 44% frente ao mesmo período do ano passado.
Apesar da diminuição do lucro, o faturamento da Suzano Petroquímica registrou um avanço de 15,3% no semestre, alcançando R$ 820 milhões. No segundo trimestre, a evolução nas vendas foi de 5%, para R$ 420 milhões.
O Ebtida (geração de caixa) recuou 17,3% no semestre, para R$ 82 milhões. No segundo trimestre, a queda foi de 48,9%, para R$ 27 milhões.
Segundo João Nogueira Batista, diretor financeiro e de relações com investidores da Suzano Petroquímica, a diminuição do Ebtida é reflexo da redução do lucro bruto.
"Essa redução é reflexo da diminuição dos spreads diretos --diferença entre o preço de venda das resinas e o custo das matérias-primas-- e do margem [de ganho] menor obtida com as exportações", disse.
Combinada à essa situação, as empresas em operação do grupo Suzano Petroquímica --Polibrasil, Politeno, Petroflex-- registraram queda nas vendas para o mercado interno e aumento das exportações. Ou seja, o dólar depreciado não permitiu que a companhia se beneficiasse plenamente do aumento das exportações.
Exemplo disso ocorreu na Politeno, onde as vendas para o mercado interno atingiram 139 toneladas --um decréscimo de 2,11% frente a igual período de 2004. No mesmo período, as explorações da Politeno cresceram 133%, alcançando 35 toneladas.
Mercado interno
Para Batista, a queda nas vendas de produtos petroquímicos pode ser explicada pela política monetária focada nos juros altos, que acabaram inibindo o consumo no mercado doméstico. Além disso, o executivo disse que esse cenário impediu que a companhia repassasse para o preço final as altas de custo das matérias-primas.
Segundo ele, essa situação detonou um sentimento de frustração em todo o setor petroquímico. "O fly up (guinada) que se avizinhava desde ano passado, acabou não ocorrendo. Mas isso é muito em função dessa questão brasileira."
Apesar das reclamações em relação ao câmbio e juro alto, Batista acredita numa retomada das vendas para o mercado interno no segundo semestre. "Estamos crentes que essa virada [no setor petroquímico] ocorrerá neste ano ou até 2007."
Segundo ele, a Suzano aposta na "recuperação no mercado brasileiro, que vai colocar a demanda num nível alinhado ao de 2004".
Além disso, Batista afirmou que há perspectiva de elevação da demanda por produtos petroquímicos na China, Europa e Estados Unidos. "Haverá aumento de demanda sem a respectiva oferta."
Para ele, a retomada do mercado interno depende de algumas condições, como a redução da taxa de juros, que consequentemente afetará na cotação do dólar --e melhorará as margens com as exportações.
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