15/08/2005 - 13h32

BB faz "devassa" no marketing e troca presidente do Banco Popular

PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

Depois da demissão do diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, que teria recebido dinheiro do empresário Marcos Valério, a instituição financeira decidiu fazer uma "devassa" nos contratos da área de marketing, na empresa Cobra Tecnologia, da qual o banco é acionista, e no Banco Popular do Brasil.

Segundo o presidente do BB, Rossano Maranhão, que anunciou a "devassa", 38 auditores estão trabalhando há 30 dias na análise de todos os contratos da Diretoria de Marketing e dez funcionários já foram exonerados. Os resultados da auditoria deverão ficar prontos em meados de setembro e os casos de irregularidades serão encaminhados ao Ministério Público.

Enquanto apura as irregularidades, o BB suspendeu temporariamente as ações de marketing, que serão retomadas gradualmente. O banco prepara para o final de setembro uma licitação para substituir os atuais contratos de publicidade. O contrato com a DNA Propaganda, empresa de Marcos Valério, foi cancelado, segundo Maranhão.

O orçamento do banco para a área de marketing em 2005 é de R$ 140 milhões, dos quais cerca de R$ 100 milhões já foram gastos.

Maranhão informou ainda que outros 14 auditores estão averiguando as denúncias de corrupção em contratos da Cobra Tecnologia.

No Banco Popular do Brasil, subsidiária voltada para o atendimento da população de baixa renda, dez auditores estão investigando o uso indevido de cadastros de redes varejistas para inflar resultados de sua carteira de clientes.

Os auditores apuram a incorporação indevida de cerca de 270 mil clientes e também os contratos do banco.

Maranhão informou ainda que o presidente da instituição, o ex-deputado Geraldo Magela (PT-DF), deverá deixar o cargo nas próximas duas semanas.

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